Frases sobre fruto

Uma coleção de frases e citações sobre o tema da fruto, árvore, vida, vida.

Frases sobre fruto

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“A árvore falante


…carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados… 1 Pedro 2:24


Um dos primeiros poemas cristãos da literatura inglesa é The Dream of the Rood [O sonho do poste]. A palavra rood se origina da palavra rod, poste em inglês arcaico, e se refere à cruz em que Cristo foi crucificado. Nesse antigo poema do século 7, a história da crucificação é recontada a partir da perspectiva da cruz. Quando o madeiro descobre que será usado para matar o Filho de Deus, ele rejeita a ideia de ser usado dessa maneira. Mas, nesse poema, Cristo pede a ajuda da árvore para proporcionar a redenção a todos os que crerão nele.

No jardim do Éden, uma árvore foi a origem do fruto proibido que nossos pais espirituais provaram, permitindo que o pecado entrasse na raça humana. E, quando o Filho de Deus derramou o Seu sangue como sacrifício definitivo pelo pecado de toda a humanidade, Ele foi pregado sobre o madeiro por nós. Cristo “…[carregou] ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados…” (1 Pedro 2:24).

A cruz é o ponto de conversão para todos os que confiam em Cristo para a salvação. E, desde a crucificação, ela se tornou o símbolo, que representa a morte sacrificial do Filho de Deus para a nossa libertação do pecado e da morte. A cruz é, indescritivelmente, a maravilhosa evidência do amor de Deus por nós.

Cristo entregou a Sua vida pregado numa cruz 
para a nossa salvação eterna. Dennis Fisher”

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“Permanecer ou morrer na praia?


…eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça… v.16


Havia uma propaganda que dizia: “O homem é eterno quando sua obra permanece”. Foi esse pensamento que motivou muitos no passado a fazer belas construções e obras de arte. Mas, na realidade nossas obras também passam. Até as pirâmides do Egito estão se desfazendo! Falando nisso: quem as construiu mesmo?

A Bíblia afirma que nós permanecemos quando damos fruto e esse fruto permanece. A diferença entre obra e fruto é que o segundo não é resultado de esforço. É consequência natural da seiva que percorre a árvore. E o fruto permanece porque tem em si a semente que produzirá mais frutos.

O permanecer que Jesus enfatiza aqui é o permanecer orgânico: ficar dentro, habitar, continuar. A ideia de fugir permeia nossa literatura e música. Desde quem quer ir para Pasárgada (Vou-me embora para Pasárgada, Manuel Bandeira) até os que desejam sumir. E o que Jesus fala? “Permaneçam em mim, como eu permaneço no Pai”. Permanecer mesmo no momento da poda, sabendo que o objetivo é que frutifiquemos mais. Que busquemos a seiva do amor com mais afinco!

Jesus afirmou que permanece nele quem ama ao próximo, como Ele nos amou (v.12). Isso é o que marca a diferença entre a vida produtiva e a estéril. Meu avô, em seu leito de morte, me ensinou uma grande lição: sob a perspectiva da morte iminente o que se leva dessa vida é o amor com que se ama. O que permanece é o fruto resultante do amor. O restante passa.

O fruto que permanece é aquele que é produzido 
pela seiva do amor de Deus. Davi Charles Gomes”

“Árvore do rio


Porque ele é como a árvore plantada junto às águas… v.8


Esta árvore era digna de inveja. Crescendo na propriedade ribeirinha, não precisava se preocupar com boletins meteorológicos, temperaturas devastadoras, ou um futuro incerto. Nutrida e resfriada pelo rio, passou os seus dias levantando seus ramos para o sol, sedimentando a terra com as suas raízes, limpando o ar com suas folhas e oferecendo sombra a todos os que precisavam refugiar-se do sol.

Em contraste a isso, o profeta Jeremias apontou para um arbusto (17:6). Quando as chuvas pararam e o sol do verão transformou o chão em poeira, o mato murchou, não oferecendo sombra ou fruta para ninguém.

Por que o profeta compararia uma frondosa árvore a um arbusto murcho? Ele queria que o seu povo se lembrasse do que tinha acontecido desde o seu resgate milagroso dos campos de escravidão do Egito. Por 40 anos no deserto, eles viveram como a árvore plantada junto a um rio (2:4-6). No entanto, na prosperidade de sua Terra Prometida eles esqueceram a sua própria história; confiaram em si mesmos e em deuses que eles mesmo criaram (v.8), até ao ponto de voltar ao Egito em busca de ajuda (42:14).

Assim Deus, por intermédio de Jeremias, exortou, amorosamente, os filhos esquecidos de Israel para esperar e confiar no Senhor e ser como a árvore e não como o arbusto.

Vamos lembrar em tempos bons 
o que aprendemos em dias de angústia. Mart De Haan”

“Hora de florescer


…Senhor, deixa-a ainda este ano, até que eu escave ao redor dela e lhe ponha estrume. v.8


Na primavera passada, decidi derrubar a roseira perto da nossa porta dos fundos. Nos três anos em que morávamos em nossa casa, não havia produzido muitas flores, e seus feios e infrutíferos ramos estavam agora se espalhando em todas as direções.

Mas andei muito ocupado, e meu plano de jardinagem foi adiado. Foi melhor assim, pois apenas algumas semanas mais tarde, a roseira explodiu em flores como eu nunca tinha visto antes. Centenas de flores brancas, grandes e ricas em perfume, pendiam sobre a porta dos fundos, fluíam para o nosso quintal e se espalhavam no chão com belas pétalas.

O renascimento da minha roseira me lembrou a parábola de Jesus sobre a figueira em Lucas 13:6-9. Em Israel, era costume dar três anos para as figueiras produzirem frutos. Se não dessem, eram cortadas para que o solo pudesse ser melhor utilizado. Nessa parábola de Jesus, um jardineiro pede ao seu patrão que dê a uma árvore em particular um quarto ano para produzir. No contexto (vv.1-5), a parábola implica isso: os israelitas não tinham vivido como deveriam, e Deus poderia julgá-los justamente. Mas Deus é paciente e concedera tempo extra para que eles se voltassem a Ele, fossem perdoados e florescessem.

Deus quer que todas as pessoas floresçam e tem-lhes dado tempo extra para que isso ocorra. Se ainda estamos caminhando em direção à fé ou orando por família e amigos incrédulos, Sua paciência é uma boa notícia para todos nós.

Deus deu ao mundo um tempo extra 
para que respondam a Sua oferta de perdão. Sheridan Voysey”

“Encontrando Wally


…o eunuco disse a Filipe: Peço-te que me expliques a quem se refere o profeta. Fala de si mesmo ou de algum outro? v.34


Wally é a estrela do livro “Onde está Wally?”, um best-seller infantil. Wally se esconde nos cenários das páginas, convidando as crianças a encontrá-lo. Os pais gostam de ver a alegria de seus filhos quando o encontram.

Estêvão foi um diácono na Igreja Primitiva que foi apedrejado e morreu por proclamar Cristo (Atos 7). Nessa ocasião muitos cristãos fugiram de Jerusalém. Outro diácono, Filipe, seguiu os cristãos que fugiram para Samaria, e lá proclamou Cristo e foi bem recebido (8:6). Estando lá, o Espírito Santo enviou Filipe numa missão especial para “a estrada do deserto”. Deve ter parecido um pedido estranho, pois sua pregação produzia frutos em Samaria. Imaginem a alegria de Felipe quando ele encontrou e ajudou o oficial da corte etíope a encontrar Jesus nas páginas do livro de Isaías (vv.26-40).

Muitas vezes temos a chance de ajudar os outros a “encontrar Jesus” nas Escrituras para que possam conhecê-lo melhor. Como um pai que testemunha a alegria da descoberta nos olhos de um filho e, como Filipe ajudando o etíope a encontrar Jesus, pode ser emocionante para nós testemunharmos momento igual com os que nos rodeiam. Estejamos preparados para compartilhar Cristo, como o Espírito nos guiar, seja para pessoas que conhecemos bem ou que encontramos apenas uma vez.

O maior trabalho que um cristão pode fazer 
é apresentar o seu amigo a Jesus Cristo. Randy Kilgore”

“Cantando com Violeta


…tendo o desejo de partir e estar com Cristo, […] Mas, […] é mais necessário permanecer na carne. vv.23,24


Uma idosa chamada Violeta sentou-se em sua cama numa enfermaria jamaicana e sorriu quando alguns adolescentes pararam para visitá-la. O ar quente, pegajoso, do meio-dia entrou em seu aposento, mas ela não reclamou. Em vez disso, ela começou a buscar em sua mente uma canção para entoar. E um enorme sorriso surgiu ao cantar: “Estou correndo, pulando, saltando, louvando ao Senhor!” Enquanto cantava, balançava os braços para frente e para trás como se estivesse correndo. Lágrimas vieram aos que estavam ao seu redor, pois Violeta não tinha pernas. Ela estava cantando porque, ela mesmo disse, “Jesus me ama e no céu vou ter pernas para correr.”

A alegria de Violeta e a esperançosa antecipação do céu deram nova vitalidade às palavras de Paulo em Filipenses 1, quando ele se referiu às questões de vida e morte: “…se o viver na carne traz fruto para o meu trabalho, já não sei o que hei de escolher”, disse ele: “estou constrangido, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor” (vv.22,23).

Cada um de nós enfrenta tempos difíceis que podem nos fazer desejar a promessa de alívio celestial. Mas, como Violeta nos mostrou alegria apesar das circunstâncias atuais, nós também podemos continuar “correndo, saltando, louvando ao Senhor”, pela vida abundante que Ele nos dá aqui e pela suprema alegria que nos espera.

Quando Deus nos dá uma nova vida, 
encontramos a alegria infinita. Dave Branon”

“Louvor nas trevas


Por meio de Jesus, pois, ofereçamos a Deus, sempre, sacrifício de louvor, que é o fruto de lábios que confessam o seu nome. Hebreus 13:15


Apesar de meu amigo Miguel estar perdendo a visão, ele me disse: “Vou continuar louvando a Deus todos os dias, porque Ele fez tanto por mim.”

Jesus deu a Miguel, e a nós, a principal razão para que o louvemos sempre. Em Mateus 26, lemos sobre como Jesus compartilhou a refeição da Páscoa com Seus discípulos na noite antes de Sua morte na cruz. O versículo 30 nos mostra como eles terminaram aquela refeição: “E, tendo cantado um hino, saíram para o monte das Oliveiras.”

Não era apenas um hino que cantavam naquela noite — era um hino de louvor. Por milênios, os judeus cantaram um grupo de Salmos chamado “O Hallel” na Páscoa (hallel é a palavra hebraica para “louvor”). A última destas orações e canções de louvor, encontradas nos Salmos 113–118, honra o Deus que se tornou a nossa salvação (118:21). Refere-se a uma pedra rejeitada que se tornou uma pedra angular (v.22) e uma que vem em nome do Senhor (v.26). Eles podem muito bem ter cantado: “Este é o dia que o Senhor fez; regozijemo-nos e alegremo-nos nele” (v.24).

Quando Jesus cantou com os Seus discípulos naquela noite da Páscoa, Ele estava nos dando a razão final para levantarmos os nossos olhos acima de nossas circunstâncias. Ele nos guiava no louvor pelo amor e fidelidade sem fim de nosso Deus.

Louvar a Deus nos ajuda 
a recordar a Sua infinita bondade. James Banks”

“O dom de dar


Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, […] porque Deus ama a quem dá com alegria. 2 Coríntios 9:7


Certo pastor deu vida à frase “Ele te daria a própria roupa”, quando entregou este desafio perturbador à sua igreja: “O que aconteceria se tirássemos nossos casacos e os déssemos aos necessitados?” Em seguida, tirou o seu e colocou-o aos pés do púlpito. Dezenas de outros seguiram o seu exemplo. Eles fizeram isso no inverno, de modo que a volta para casa foi menos confortável naquele dia. Porém, para dezenas de pessoas em necessidade, a estação ficou um pouco mais aquecida.

Quando João Batista percorreu o deserto da Judeia, ele tinha um aviso severo para a multidão que veio ouvi-lo. “…Raça de víboras”, ele disse. “Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento…” (Lucas 3:7,8). Assustados, perguntaram-lhe: “O que devemos fazer então?” Ele os respondeu com um conselho: “Quem tem duas túnicas, reparta com quem não tem; e quem tiver comida, faça o mesmo” (vv.10,11). O verdadeiro arrependimento produz um coração generoso.

“Deus ama a quem dá com alegria”, portanto a nossa doação jamais deve basear-se em culpa ou pressão (2 CORÍNTIOS 9:7). Mas quando doamos de boa vontade e generosamente, descobrimos que realmente é mais abençoador dar do que receber.

A alma generosa prosperará, e quem dá a beber será dessedentado. 
Provérbios 11:25 Tim Gustafson”

“Tendo bons frutos


Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto… v.3


A vista da minha janela do avião era marcante: uma fita estreita de campos de trigo maduros e pomares entre duas montanhas áridas. Um rio atravessava o vale. Água gerando vida, sem a qual não haveria qualquer fruto.

Assim como uma colheita abundante depende de uma fonte de água limpa, a qualidade do “fruto” em minha vida, as minhas palavras, ações e atitudes dependem do meu alimento espiritual. O salmista descreve isso no Salmo 1: A pessoa “…cujo prazer está na lei do Senhor […]. É como a árvore plantada junto a corrente de águas, que no devido tempo, dá o seu fruto…” (vv.1-3). E Paulo escreve em Gálatas 5 que aqueles que andam em sintonia com o Espírito são marcados por “amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio…” (vv.22,23).

Às vezes, a minha perspectiva sobre as minhas circunstâncias azeda, ou minhas ações e palavras tornam-se persistentemente indelicadas. Não há bons frutos, e percebo que não investi tempo em quietude diante da Palavra de Deus. Mas quando o ritmo dos meus dias está enraizado na confiança em Deus, produzo bons frutos. A paciência e a gentileza caracterizam as minhas interações com os outros; e é mais fácil escolher a gratidão do que murmurar.

O Deus que se revelou a nós é a nossa fonte de força, sabedoria, alegria, compreensão e paz (Salmo 119:28,98,111,144,165). Ao fortalecermos a nossa alma nas palavras que nos levam a Ele, a obra do Espírito de Deus se tornará clara em nossa vida.

O Espírito de Deus habita em Seu povo, 
a fim de trabalhar por meio deles. Peter Chin”

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“Ever Growing

Eles ainda darão frutos na velhice. -
Escritura de hoje : Salmo 92

Em seu livro O Pescador e Seus Amigos, Louis Albert Banks conta sobre um homem que passava um verão perto das margens do Lago Superior. Um dia ele se deparou com um pinheiro que havia sido derrubado por uma tempestade recente. Sabendo algo sobre as árvores, ele ficou intrigado com aquela imensa árvore verde no chão. Ele examinou de perto e percebeu que tinha pelo menos 250 anos de idade. O que mais o impressionou, no entanto, foi o que descobriu quando arrancou a casca. Era evidente para ele que no dia em que a árvore caiu, ainda estava crescendo.

É assim que deve ser na vida de um crente. Os anos passam e nossa força física diminui. O homem exterior perece, mas o homem interior deve continuar se desenvolvendo - mentalmente, emocionalmente e acima de tudo espiritualmente - até o dia em que morrermos.

Quão belos são aqueles que envelhecem graciosamente, refletem a amabilidade de Cristo em seus corações e continuam sendo espiritualmente produtivos! Essas pessoas continuam a desenvolver traços de caráter que glorificam a Deus e contribuem para a bênção e o bem-estar dos outros.

Como aquele imponente pinheiro velho, nós também deveríamos continuar crescendo - até o fim!

Refletir e Orar
Ó Salvador, ensina-me a habitar.
Perto abrigado em Seu lado amoroso,
Cada hora recebendo graça na graça
Até que eu te veja face a face. —Anon.

O novo nascimento leva apenas um momento; o crescimento de um santo leva uma vida inteira. Richard DeHaan”

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“A paciência é amarga, mas seu fruto é doce.”

La patience est amere, mais son fruit est doux
La nouvelle Héloïse‎ - Tome Premier, Página 460 http://books.google.com.br/books?id=yXQTAAAAQAAJ&pg=PA460, de Jean-Jacques Rousseau - 1788
La nouvelle Héloïse

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“Raciocinai assim com a vida: Se te perco, perco uma coisa que somente os loucos querem conservar. Não passas de um sopro, exposto a todas as influências do ar e que, hora após hora, deterioram esta habitação em que moras. És meramente o joquete da morte, pois procuras sempre evitá-la pela fuga e, apesar disto, corres sempre em direção a ela. Não és nobre, porque todas as voluptuosidades, que são teu patrimônio, são acalentadas pelas baixezas. Estás longe de ser valente, pois temes o aguilhão terno e brando de um verme. O que tens de melhor em ti é o sono e que tantas vezes provocas; entretanto, temes grosseiramente a morte que não passa de um sono. Tu não és tu mesmo, pois tua existência é o resultado de milhares de grãos que saem do pó. Não és feliz, porque o que tu não tens, tu te esforças para adquirir e o que possuis, tu esqueces. Não és constante, pois tua natureza, segundo as fases da Lua, sofre estranhas alterações. Se és rico, és pobre; pois, semelhante a um asno cujo lombo está vergado ao peso de lingotes, só carregas as tuas riquezas um único dia e a morte te livra delas. Não tens amigos, pois o fruto de tuas próprias entranhas que te chama de ''pai'', o mais puro de teu sangue saído de teus próprios rins, maldiz a gota, a lepra e o catarro, que não te acabam bem depressa. Não tens juventude nem velhice, e, por assim dizer, não passas de um sesta depois do jantar que sonha um pouco com as duas idades; pois toda tua feliz juventude é passada fazendo-se velha e solicitando esmolas da paralítica velhice. Quando, no fim, fores velho e rico, já não terás calor, sentimento, força, nem beleza, para tornares agradáveis tuas riquezas. Que te sobra ainda nisto que traz o nome de Vida? O outras mil formas de morte ainda estão ocultas nesta vida e, contudo tememos a morte que nivela todas estas misérias.”

Measure for Measure
Variante: Raciocinai assim com a vida: Se te perco, perco uma coisa que somente os loucos querem conservar. Não passas de um sopro, exposto a todas as influências do ar e que, hora após hora, deterioram esta habitação em que moras. És meramente o joquete da morte, pois procuras sempre evitá-la pela fuga e, apesar disto, corres sempre em direção a ela. Não és nobre, porque todas as voluptuosidades, que são teu patrimônio, são acalentadas pelas baixezas. Estás longe de ser valente, pois temes o aguilhão terno e brando de um verme. O que tens de melhor em ti é o sono e que tantas vezes provocas; entretanto, temes grosseiramente a morte que não passa de um sono. Tu não és tu mesmo, pois tua existência é o resultado de milhares de grãos que saem do pó. Não és feliz, porque o que tu não tens, tu te esforças para adquirir e o que possuis, tu esqueces. Não és constante, pois tua natureza, segundo as fases da Lua, sofre estranhas alterações. Se és rico, és pobre; pois, semelhante a um asno cujo lombo está vergado ao peso de lingotes, só carregas as tuas riquezas um único dia e a morte te livra delas. Não tens amigos, pois o fruto de tuas próprias entranhas que te chama de ''pai'', o mais puro de teu sangue saído de teus próprios rins, maldiz a gota, a lepra e o catarro, que não te acabam bem depressa. Não tens juventude nem velhice, e, por assim dizer, não passas de um sesta depois do jantar que sonha um pouco com as duas idades; pois toda tua feliz juventude é passada fazendo-se velha e solicitando esmolas da paralítica velhice. Quando, no fim, fores velho e rico, já não terás calor, sentimento, força, nem beleza, para tornares agradáveis tuas riquezas. Que te sobra ainda nisto que traz o nome de Vida? Outras mil formas de morte ainda estão ocultas nesta vida e, contudo tememos a morte que nivela todas estas misérias.

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“A glória é tanto mais tardia quanto mais duradoura há de ser, porque todo fruto delicioso amadurece lentamente.”

In der Regel wird sogar der Ruhm, je länger er zu dauern hat, desto später eintreten; wie ja alles Vorzügliche langsam heranreift.
Parerga und Paralipomena: kleine philosophische Schriften - Página 374 http://books.google.com.br/books?id=_nERAAAAYAAJ&pg=PA374, Arthur Schopenhauer - A.W. Hahn, 1851
Parerga e Paralipomena

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“Deus deu aos nossos primeiros antepassados a comida que ele destinou a nossa raça a comer. É contrário ao seu plano ter a vida de qualquer criatura tirada. Era para não haver morte no Paraíso. Os frutos nas árvores do jardim eram a comida que as necessidades do homem requeriam”

Ellen G. White (1827–1915) Escritora norte-americana e líder da Igreja Adventista do Sétimo Dia

God gave our first parents the food He designed that the race should eat. It was contrary to His plan to have the life of any creature taken. There was to be no death in Eden. The fruit of the trees in the garden was the food man's wants required.
Spiritual gifts - Volumes 3-4, Página 120, Ellen G. White - Review and Herald Pub Assoc, 1994, ISBN 0828012318, 9780828012317

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“O verdadeiro trabalho cristão e aquilo que no mundo dá os maiores frutos consistem em ações negativas: não fazer o que é contrário a Deus e à consciência.”

Liev Tolstói (1828–1910) escritor russo

Variante: O verdadeiro trabalho cristão e aquilo que no mundo dá os maiores frutos consistem em acções negativas: não fazer o que é contrário a Deus e à consciência.

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“O ser humano se transforma de acordo com o que pensa. Somos frutos de nossas obras.”

Miguel de Cervantes (1547–1616)

El ser humano se transforma de acuerdo con lo que piensa. Somos fruto de nuestras obras

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“A felicidade é a fruta final e perfeita da obediência às leis da vida.”

Helen Keller (1880–1968)

A maneira mais simples de ser feliz (1933)

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“Quando adiamos a colheita os frutos apodrecem, mas quando adiamos os problemas, eles não param de crescer.”

"O monte cinco" - Página 60, de Paulo Coelho - Publicado por Pergaminho, 1996 ISBN 9727110789, 9789727110780
Outras

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“Os netos colherão os frutos das tuas árvores.”

Virgilio (-70–-19 a.C.) poeta romano clássico, autor de três grandes obras da literatura latina
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“A acção é o verdadeiro fruto do conhecimento.”

Thomas Fuller (1608–1661)

Variante: A ação é o verdadeiro fruto do conhecimento.

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“Por vezes, ao sexto ou sétimo cálice, sinto que quase o consigo, que estou prestes a consegui-lo, que as pinças canhestras do meu entendimento vão colher, numa cautela cirúrgica, o delicado núcleo do mistério, mas
logo de imediato me afundo no júbilo informe de uma idiotia pastosa a que me arranco no dia seguinte, a golpes de aspirina e sais de frutos, para tropeçar nos chinelos a
caminho do emprego, carregando comigo a opacidade irremediável da minha existência,
tão densa de um lodo de enigmas como pasta de açúcar na chávena matinal. Nunca lhe aconteceu isto, sentir que está perto, que vai lograr num segundo a aspiração adiada e eternamente perseguida anos a fio, o projeto que é ao mesmo tempo o seu desespero e a sua esperança, estender a mão para agarrá-lo numa alegria incontrolável e tombar, de súbito, de costas, de dedos cerrados sobre nada, à medida que a aspiração ou o projecto se afastam tranquilamente de si no trote miúdo da indiferença, sem a fitarem sequer?
Mas talvez que você não conheça essa espécie horrorosa de derrota, talvez que a
metafísica constitua apenas para si um incômodo tão passageiro como uma comichão efémera, talvez que a habite a jubilosa leveza dos botes ancorados, balouçando devagar
numa cadência autônoma de berços. Uma das coisas, aliás, que me encanta em si, permita-me que lho afirme, é a inocência, não a inocência inocente das crianças e dos
polícias, feita de uma espécie de virgindade interior obtida à custa da credulidade ou da
estupidez, mas a inocência sábia, resignada, quase vegetal, diria, dos que aguardam dos
outros e deles próprios o mesmo que você e eu, aqui sentados, esperamos do empregado
que se dirige para nós chamado pelo meu braço no ar de bom aluno crônico: uma vaga
atenção distraída e o absoluto desdém pela magra gorjeta da nossa gratidão.”

Os Cus de Judas

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“O trabalho é mais importante e é independente do capital. O capital é apenas o fruto do trabalho, e não existiria sem ele. O trabalho é superior ao capital e merece a consideração mais elevada.”

Abraham Lincoln (1809–1865) 16° Presidente dos Estados Unidos

Labor is prior to and independent of capital. Capital is only the fruit of labor, and could never have existed if labor had not first existed. Labor is the superior of capital, and deserves much the higher consideration.
"The life and public services of Abraham Lincoln ...: together with his state papers, including his speeches, addresses, messages, letters, and proclamations, and the closing scenes connected with his life and death"‎ - Página 225 http://books.google.com.br/books?pg=PA225, Henry Jarvis Raymond, Francis Bicknell Carpenter - Derby and Miller, 1865 - 808 páginas

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“Da fruta que eu gosto, o Leonardo DiCaprio gosta até do caroço. Sei disso porque boi preto conhece boi preto.”

Clodovil Hernandes (1937–2009) estilista, apresentador e político brasileiro

Na revista Veja, dizendo que o relacionamento entre Leonardo DiCaprio e Gisele Bündchen não teria dado certo por ele ser gay.
Frases clássicas de Clodovil

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“A estrutura do homem, externa e interna, comparada com a de outros animais, mostra-nos que as frutas e os vegetais suculentos constituem sua alimentação natural.”

Carolus Linnaeus (1707–1778) Botânico, zoólogo e médico sueco

Linnaeus, the distinguished naturalist, who flourished about one hundred years since, speaking of the natural dietetic character of man, says that his organization, when compared with that of other animals, shows that ' fruits and esculent vegetables constitute his most suitable food.'
citado em "Lectures on the science of human life" - Página 150, item 844 http://books.google.com.br/books?pg=PA150, de Sylvester Graham, Editora Horsell, 1849, 289 páginas

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“O fruto do Espírito é amor. Por quê? Porque somente o amor pode expulsar e conquistar o nosso egoísmo.”

Andrew Murray (pastor) (1828–1917)

The fruit of the Spirit is love.' Why? Because nothing but love can expel and conquer our selfishness
"Absolute Surrender"; Por Andrew Murray, Simon Vance; Publicado por Lulu.com, 2007; ISBN 1424507855, 9781424507856 http://books.google.com.br/books?id=EP9cjqLzcBoC&pg=PA15&d, página 15

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“As verdades são frutos que apenas devem ser colhidos quando bem maduros.”

Voltaire (1694–1778) volter também conhecido como bozo foia dona da petrobras e um grande filosofo xines
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“A cura de uma nação. Erva como fruta. Mantenha-se saudável e com a mente alerta”

Bob Marley (1945–1981) foi um cantor, guitarrista (raggae) e compositor jamaicano famoso por popularizar o gênero
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“E se poderia num longo discurso para mostrar como são melhores os frutos da pobreza que os da riqueza e como uma tem trazido honra às cidades, às províncias e aos partidos, enquanto a outra os tem arruinado, se este assunto já não tivesse sido tratado muitas vezes por outras pessoas.”

Nicolau Maquiavel (1469–1527) filósofo, historiador, poeta, diplomata e músico

Variante: E poder-se-ia num longo discurso mostrar como são melhores os frutos da pobreza que os da riqueza e como uma tem trazido honra às cidades, às províncias e aos partidos, enquanto a outra os tem arruinado, se este assunto já não tivesse sido tratado muitas vezes por outras pessoas.

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“A saudade é um morcego cego que falhou fruto e mordeu a noite.”

Mia Couto (1955)

O Outro Pé da Sereia

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“Auto-respeito é o fruto da disciplina. O senso de dignidade cresce com a capacidade de dizer para si: não.”

Abraham J. Heschel (1907–1972)

Self-respect is the fruit of discipline; the sense of dignity grows with the ability to say no to oneself.
"The Wisdom of Heschel", página 95; de Abraham Joshua Heschel, Publicado por Farrar, Straus and Giroux, 1986; ISBN 0374513732, 9780374513733; 384 páginas

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“Não! Nunca, nunca. Eu não bebo. Nem cerveja. Não gosto nem de Coca-Cola, bebo muito pouco. Não bebo. Chupo muita fruta… Gosto muito de uva, uva moscatel [originária do sul da Itália e caracterizada pelo sabor adocicado] da boa.”

Dercy Gonçalves (1907–2008)

Em Entrevista no Programa Roda Viva da TV Cultura http://www.rodaviva.fapesp.br/materia/430/entrevistados/dercy_goncalves_1995.htm

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“A cidade é passada pelo rio / como uma rua / é passada por um cachorro; / uma fruta / por uma espada.”

Poemas e trechos de poemas, O Cão Sem Plumas
Fonte: Zero Hora - ANO 49 - N.° 17.169 - Almanaque Gaúcho/ Por Ricardo Chaves - Postado por Luís Bissigo - Frase do dia: João Cabral de Melo Neto - 9 de outubro de 2012 http://wp.clicrbs.com.br/almanaquegaucho/2012/10/09/frase-do-dia-joao-cabral-de-melo-neto/

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“Se não houve frutos, valeu a beleza das flores; se não houve flores, valeu a sombra das folhas; se não houve folhas, valeu a intenção da semente.”

Henfil (1944–1988)

Variante: Se não houver frutos, valeu a beleza das flores; se não houver flores, valeu a sombra das folhas; se não houver folhas, valeu a intenção da semente.

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“Mas que é? – Que há de ser? Quem é que não sabe tudo?… Aquela intimidade de vizinhos tinha de acabar nisto, que é verdadeiramente uma bênção do céu, porque ela é um anjo, é um anjíssimo… Perdoe a cincada, Bentinho, foi um modo de acentuar a perfeição daquela moça. Cuidei o contrário, outrora; confundi os modos de criança com expressões de caráter, e não vi que essa menina travessa e já de olhos pensativos era a flor caprichosa de um fruto sadio e doce… Por que é que não me contou também o que outros sabem, e cá em casa está mais que adivinhado e aprovado? – Mamãe aprova deveras? – Pois então? Temos falado sobre isso, e ela fez-me o favor de pedir a minha opinião. Pergunte-lhe o que é que eu lhe disse em termos claros e positivos; pergunte-lhe. Disse-lhe que não podia desejar melhor nora para si, boa, discreta, prendada, amiga da gente… e uma dona de casa, que não lhe digo nada. Depois da morte da mãe, tomou conta de tudo. Pádua, agora que se aposentou, não faz mais que receber o ordenado e entregá-lo à filha. A filha é que distribui o dinheiro, paga as contas, faz o rol das despesas, cuida de tudo, mantimento, roupa, luz; você já a viu o ano passado. E quanto à formosura você sabe melhor que ninguém… – Mas, deveras, mamãe consultou o senhor sobre o nosso casamento? – Positivamente, não; fez-me o favor de perguntar se Capitu não daria uma boa esposa; eu é que, na resposta, falei em nora. D. Glória não negou e até deu um ar de riso. – Mamãe sempre que me escrevia, falava de Capitu. – Você sabe que elas se dão muito, e por isso é que sua prima anda cada vez mais amuada. Talvez agora case mais depressa. – Prima Justina?”

Dom Casmurro

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“Os pequenos fazendeiros observam como as dívidas sobem insensivelmente, como o crescer da maré. Cuidaram das árvores sem vender a colheita, podaram e enxertaram e não puderam colher as frutas.
Este pequeno pomar, para o ano que vem, pertencerá a uma grande companhia, pois o proprietário será sufocado por dívidas.
Este parreiral passará a ser propriedade do banco. Apenas os grandes proprietários podem subsistir, visto que também possuem fábricas de conservas.
A podridão alastra por todo o Estado e o cheiro doce torna-se uma grande preocupação nos campos. E o malogro paira sobre o Estado como um grande desgosto.
As raízes das vides e das árvores têm de ser destruídas, para se poderem manter os preços elevados. É isto o mais triste, o mais amargo de tudo. Carradas de laranjas são atiradas para o chão. O pessoal vinha de milhas de distâncias para buscar as frutas, mas agora não lhes é permitido fazê-lo. Não iam comprar laranjas a vinte cents a. dúzia, quando bastava pular do carro e apanhá-las do chão. Homens armados de mangueiras derramam querosene por cima das laranjas e enfurecem-se contra o crime, contra o crime daquela gente que veio à procura das frutas. Um milhão de criaturas com fome, de criaturas que precisam de frutas… e o querosene derramado sobre as faldas das montanhas douradas.
O cheiro da podridão enche o país.
Queimam café como combustível de navios. Queimam o milho para aquecer; o milho dá um lume excelente. Atiram batatas aos rios, colocando guardas ao longo das margens, para evitar que o povo faminto intente pescá-las. Abatem porcos, enterram-nos e deixam a putrescência penetrar na terra.
Há nisto tudo um crime, um crime que ultrapassa o entendimento humano. Há nisto uma tristeza, uma tristeza que o pranto não consegue simbolizar. Há um malogro que opõe barreiras a todos os nossos êxitos; à terra fértil, às filas rectas de árvores, aos troncos vigorosos e às frutas maduras. Crianças atingidas de pelagra têm de morrer porque a laranja não pode deixar de proporcionar lucros. Os médicos legistas devem declarar nas certidões de óbito; "Morte por inanição", porque a comida deve apodrecer, deve, por força, apodrecer.
O povo vem com redes para pescar as batatas no rio, e os guardas impedem-nos. Os homens vêm nos carros ruidosos apanhar as laranjas caídas no chão, mas as laranjas estão untadas de querosene. E ficam imóveis, vendo as batatas passarem flutuando; ouvem os gritos dos porcos abatidos num fosso e cobertos de cal viva; contemplam as montanhas de laranja, rolando num lodaçal putrefacto. Nos olhos dos homens reflecte-se o malogro. Nos olhos dos esfaimados cresce a ira. Na alma do povo, as vinhas da ira crescem e espraiam-se pesadamente, pesadamente amadurecendo para a vindima.”

John Steinbeck (1902–1968)
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“Quando aquela senhora que me lembrava minha tia disse que me conhecia, ela não estava dizendo que conhecia minha história de vida e minha família, que sabia onde eu morava, que escolas frequentei, os romances que escrevi e as dificuldades políticas que enfrentei. Nem que conhecia minha vida particular, meus hábitos pessoais ou minha natureza essencial e minha visão de mundo, que eu tentara expressar relacionando-as com minha cidade natal em meu livro Istambul. A velha senhora não estava confundindo a minha história com as histórias de minhas personagens fictícias. Ela parecia falar de algo mais profundo, mais íntimo, mais secreto, e senti que a entendia. O que permitiu que a tia perspicaz me conhecesse tão bem foram minhas próprias experiências sensoriais, que inconscientemente eu colocara em todos os meus livros, em todas as minhas personagens. Eu projetara minhas experiências em minhas personagens: como me sinto quando aspiro o cheiro da terra molhada de chuva, quando me embriago num restaurante barulhento, quando toco a dentadura de meu pai depois de sua morte, quando lamento estar apaixonado, quando eu consigo me safar quando conto uma mentirinha, quando aguardo na fila de uma repartição pública segurando um documento molhado de suor, quando observo as crianças jogando futebol na rua, quando corto o cabelo, quando vejo retratos de paxás e frutas pendurados nas bancas de Istambul, quando sou reprovado na prova de direção, quando fico triste depois que todo mundo deixou a praia no fim do verão, quando sou incapaz de me levantar e ir embora no final de uma longa visita a alguém apesar do adiantado da hora, quando desligo o falatório da TV na sala de espera do médico, quando encontro um velho amigo do serviço militar, quando há um súbito silêncio no meio de uma conversa interessante. Nunca me senti embaraçado quando meus leitores pensavam que as aventuras de meus heróis também haviam ocorrido comigo, porque eu sabia que isso não era verdade. Ademais, eu tinha o suporte de três séculos de teoria do romance e da ficção, que podia usar para me proteger dessas afirmações. E estava bem ciente de que a teoria do romance existia para defender e manter essa independência da imaginação em relação à realidade. No entanto, quando uma leitora inteligente me disse que sentira, nos detalhes do romance, a experiência da vida real que "os tornavam meus", eu me senti embaraçado como alguém que confessou coisas íntimas a respeito da própria alma, como alguém cujas confissões escritas foram lidas por outra pessoa.”

Orhan Pamuk (1952) escritor turco, vencedor do Prêmio Nobel de literatura de 2006

The Naive and the Sentimental Novelist

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“Os frutos e a caça, que servem de nutrientes ao índio selvagem - que não conhece limites nem áreas cercadas, mas que é um habitante familiar à área - devem ser de seus e de seus filhos, pois são parte dele.”

John Locke (1632–1704) Filósofo e médico inglês. pai do liberalismo clássico.

(Capítulo V) #26
Segundo Tratado do Governo