Frases sobre manhã
Uma coleção de frases e citações sobre o tema da manhã.
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„Contudo, todos nós precisamos de fuga. As horas são longas e têm de ser preenchidas de algum modo até nossa morte. E simplesmente não há muita glória e sensação para ajudar. Tudo logo se torna chato e mortal. Acordamos pela manhã, jogamos o pé para fora da cama, colocamo-los no chão e pensamos 'ah, merda, e agora?'“
— Charles Bukowski 1920 - 1994
carece de fontes? ]

„Todas as manhãs a gazela acorda sabendo que tem que correr mais veloz que o leão ou será morta. Todas as manhãs o leão acorda sabendo que deve correr mais rápido que a gazela ou morrerá de fome. Não importa se és um leão ou uma gazela: quando o Sol desponta o melhor é começares a correr.“
— Mia Couto 1955
A Confissão da Leoa

„Poema – Tudo que eu preciso fazer agora é dormir
Acordei as seis horas da manhã
com um vazio em meu peito
que me faz desejar um câncer em meu cérebro
Preciso devolver um livro na biblioteca
ando pela rua como um homem doente
passei tanto tempo sozinho
que eu já não sei mais conviver em sociedade
Chego até a biblioteca
o local está repleto de gente
todos eles me olham com cara de nojo
Como se eu fosse algum tipo de monstro
não posso culpá-los
talvez eu realmente seja
Na minha mente
estão todos mortos
e o diabo dança sobre os seus cadáveres
Caminho em direção a balconista
e as minhas pernas começam a falhar
sem que eu perceba caio em meio a uma pilha de livros
As pessoas correm ao meu redor
e me apontam os seus dedos sujos
Levanto-me em desespero,
e volto correndo para casa
Tranco-me em meu quarto
como quem procura se esconder das estrelas
e novamente eu sou um lobo solitário
abandonado em um ninho de ratos
As paredes do meu quarto
jorram o sangue de um suicídio inevitável
Todos os dias eu me pergunto;
O que diabos eu estou fazendo aqui?
quando foi que eu me perdi?
Rasguei as entranhas da minha própria Mãe
e a amaldiçoei com a minha vida
Eu afastei todos aqueles
que se aproximaram de mim
Como uma barata
que rasteja em meio aos vermes
sinto-me repugnante
Sozinho no mundo
um escravo da minha própria insanidade
o Cristo do meu próprio testamento
As fotos velhas na minha estante
me lembram os dias em que eu fui feliz
Sinto-me culpado por existir
e a cada segundo eu me odeio cada vez mais
Volto para o meu quarto,
tudo que eu preciso fazer agora é dormir;
Acordei as seis horas da manhã
com um vazio em meu peito
que me faz desejar um câncer em meu cérebro
Vou até o espelho e me pergunto;
por quantos anos eu ainda irei suportar
essa rotina de sofrimento?
Uma lágrima sincera escorre pelo meu rosto
volto até o meu quarto
decidido a acabar com tudo
sátiros dançam ao redor da minha cama
Pego as minhas roupas e tampo todas as
saídas de ar da minha casa
vou até a cozinha e ligo o gás
Tudo que eu preciso fazer agora
é dormir...“
— Gerson De Rodrigues 1995

„Poema - Uma triste história de amor
Há Muito tempo
nos confins do universo
existia uma triste história de amor
A Morte se apaixonou pela solidão
e deste amor improvável
nasceu uma triste criança
A Solidão não suportava a sua tristeza
e todas as noites
ela era atormentada por sua terrível melancolia
A Morte ao escutar aquela criança chorar
seus olhos embargavam-se de sangue
O Universo estava em crise
os deuses questionavam a sua própria divindade
e a presença daquela inocente criança
faziam os diabos chorarem
Como em um conto de fadas
ou em uma poesia de amor
aquela criança trouxe a aquele mundo fantástico
sentimentos de dor
Mas que culpa tinha a pobre criança?
O brilho em seus olhos
expressavam a morte das estrelas
e as suas asas tão belas
eram negras como o próprio universo
A Solidão nunca foi capaz de amar
o seu próprio filho
E a sua paixão pela morte
era como uma sinfonia perfeita
A Morte não roubava a sua Solitude
e a solidão não entregava a Morte
sentimentos de dor
A Sinfonia de um relacionamento perfeito
deu origem a uma criança maldita
Com o universo em desequilíbrio
a solidão pegou o seu próprio filho em seus braços
e para não sacrificar a sua solitude
a arremessou no mundo dos homens
Essa criança sou eu...
A Minha alma foi aprisionada no corpo
de uma criança humana
eu cresci no lar de uma família
que nunca foi capaz de me amar
Caminhei sozinho durante noites solitárias
e as únicas coisas que me atraiam
eram as sinfonias das estrelas ao se apagarem
Eu sou o filho bastardo da solidão
e não há nada neste mundo
capaz de preencher o vazio que existe em meu peito
Se não fosse a música,
o diabo que vive em mim já teria enlouquecido
Eu passo noites de insônia acordado
escutando as mais melancólicas sinfonias
esperando que em uma bela manhã
a morte venha me encontrar
Deitado submerso em uma banheira
repleta de água
eu vejo o sangue dos meus punhos
fundirem-se com a canção das estrelas
A Solidão chorava por ter abandonado o seu próprio filho
e aquela pobre criança
que a muito tempo foi arremessada no mundo dos homens
sorri pela primeira vez
submersa em uma banheira de sangue“
— Gerson De Rodrigues 1995
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„Uma obscura e inquieta castidade:
pôs uma flor para mim no jardim mais secreto
num horizonte de graça e claridade
intangível e perto.Promessa estática no luar
da densidade em mim corpórea.
não é a culpa, é a memoria
da primeira manhã do pecado
sem Eva e sem Adão.Só o fruto provado
e a serpente enroscada
na minha solidão.“
— Natália Correia escritora e poetisa portuguesa 1923 - 1993

„Que complicado é tudo agora. Vivemos tão pacificamente durante 8 meses e agora começou tudo de novo. (...) É difícil escrever sobre alguma coisa feliz, porque existem muito poucas coisas felizes aqui. Por outro lado, Deus não nos abandonará. O Sol brilha, os pássaros cantam, e esta manhã ouvimos os sinos a tocar as suas matinas...“
— Maria Nikolaevna Romanova 1899 - 1918

„As minhas primeiras emoções tinham sido a melancolia mais pura e a compaixão mais sincera, mas na mesma proporção em que o desamparo de Bartleby crescia na minha fantasia, aquela melancolia se transformava em medo, e a compaixão, em repulsa. É tão verdadeiro e ao mesmo tempo tão terrivel o fato de que, ao vermos ou presenciarmos a miséria, os nossos melhores sentimentos são despertados até um cer
to ponto; mas, em certos casos especiais, não passam disso. Erram os que afirmam que é devido apenas ao egoísmo inerente ao coração humano. Na verdade, provém de uma certa impotência em remediar um mal excessivo e orgânico. Para uma pessoa sensivel, a piedade é quase sempre uma dor. Quando afinal percebe que tal piedade não significa um socorro eficaz, o bom senso compele a alma a desvencilhar-se dela. O que vi naquela manhã convenceu-me de que o escrivão era vítima de um mal inato e incurável. Eu podia dar esmolas ao seu corpo, mas o seu corpo não lhe doía; era a sua alma que sofria, e ela estava fora do meu alcance.“
— Herman Melville 1819 - 1891
Bartleby the Scrivener
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„eu só quero que o Sol me queime mais e mais
de tal modo que ele suba ao céu às seis da manhã
e permaneça por lá até depois da meia-noite“
— Charles Bukowski 1920 - 1994
Burning in Water, Drowning in Flame
„Sol, s. m. Quem tira a roupa da manhã e acende o mar“
— Manoel de Barros poeta brasileiro 1916 - 2014

„Eu cresceria convencido de que aquela lenta procissão de pós-guerra, um mundo de quietude, de miséria e de rancores escondidos, era tão natural quanto a água da torneira, e que aquela tristeza muda que sangrava das paredes da cidade ferida era o verdadeiro rosto de sua alma. Uma das armadilhas da infância é que não é preciso se entender uma coisa para sentir. Quando a razão é capaz de entender o ocorrido, as feridas no coração já são profundas demais. (...) No meu mundo, a morte era uma mão anônima e incompreensível, um vendedor a domicílio que levava mães, mendigos ou vizinhos nonagenários como se fosse uma loteria do inferno. A idéia de que a morte pudesse caminhar ao meu lado, com rosto humano e coração envenenado de ódio, vestida de uniforme ou capa de chuva, que fizesse fila no cinema, que risse nos bares ou levasse as crianças para passear no parque Ciudadela de manhã, e que de tarde fizesse desaparecer alguém nas masmorras do castelo de Montjuic ou numa fossa sem nome nem cerimonial, não entrava na minha cabeça. Ruminando o assunto, pensei que talvez aquele universo artificial que eu considerava bom não fosse senão uma cena armada. Naqueles anos roubados, o fim da infância, como a Renfe, chegava quando chegava.“
— Carlos Ruiz Zafón 1964