„Poema - Isaías 14:12
Se o suicídio de um homem
os assusta
jamais olhe em seus olhos!
Neles existem dores
que jamais conseguiriam compreender;
Já não me importam as estrelas
ou os devaneios longínquos
sinto-me como se estivesse morto
Apático como a navalha
que transformou os meus pulsos
em rios de sangue e miséria
Não restou-me nada
do homem que eu fui
para o verme que eu sou hoje
Logo eu
que sempre lutei por liberdade
tornei-me o escravo do meu próprio abismo
A criança maldita
que só trouxe
miséria aos seus pais
O homem maldito
que traz em seus olhos
a luz da estrela da manhã
refletida em suas lágrimas.
Em mim vivem
monstros terríveis
adormecidos como criaturas do inferno
Todas as noites os acordo
para dançarmos com o Diabo;
Não deveria eu
lançar-me em meio
as chamas do inferno
Com uma corda em meu pescoço
gritando como um louco
- Crucifiquem-me
pois sou Judas!
trai a mim mesmo!
Não consigo pedir ajuda
aos homens
pois sou dono de uma timidez cruel
Não posso pedir ajuda
aos Deuses
pois vendi minha alma ao diabo
Sozinho em meu próprio abismo
solitário em meu próprio inferno
um Deus que perdeu sua própria fé
O amor não pode salvar um homem
que sobre o seu próprio túmulo
rogou bênçãos e sacrilégios;
- Não estão escutando estas
lindas canções?
- Como podem chorar
ao escutar estas belas sinfonias?
Não chorem
pelos meus pulsos dilacerados
Ou pelo homem enforcado
naquele quarto escuro
- Não veem que agora
estou sorrindo?
Um arcanjo de asas negras
sepultou a minha alma
sob a luz da estrela da manhã…“
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Tópicos
estrela, país, túmulo, homem, asa, inferno, lágrima, pescoço, alma, meio, próprio, luz, sozinho, suicídio, negro, timidez, escuro, louco, criança, fé, devaneio, manhã, toda, hoje, morte, torneio, acordo, canção, deus, agora, rio, sinfonia, pedir, crianças, navalha, poema, deus, dor, logo, homens, nada, morte, quarto, amor, posse, chama, diabo, benção, trouxa, pai, amor, sobra, noite, liberdade, monstro, sangue, corda, fé, pulso, dono, olho, miséria, dor, criatura, escravo, ajuda, sempreCitações relacionadas

„Todas as guerras são civis, pois é sempre homem contra o homem que derrama seu próprio sangue, rasgando suas próprias entranhas.“
— Francois Fénelon 1651 - 1715
Toutes les guerres sont civiles; car c'est toujours l'homme contre l'homme qui répand son propre sang, qui déchire ses propres entrailles.
Nouveau dialogus des morts - Página 65 http://books.google.com.br/books?id=adU5AAAAcAAJ&pg=PA65, François de Salignac de La Mothe Fénelon - 1745

„Poema - Uma triste história de amor
Há Muito tempo
nos confins do universo
existia uma triste história de amor
A Morte se apaixonou pela solidão
e deste amor improvável
nasceu uma triste criança
A Solidão não suportava a sua tristeza
e todas as noites
ela era atormentada por sua terrível melancolia
A Morte ao escutar aquela criança chorar
seus olhos embargavam-se de sangue
O Universo estava em crise
os deuses questionavam a sua própria divindade
e a presença daquela inocente criança
faziam os diabos chorarem
Como em um conto de fadas
ou em uma poesia de amor
aquela criança trouxe a aquele mundo fantástico
sentimentos de dor
Mas que culpa tinha a pobre criança?
O brilho em seus olhos
expressavam a morte das estrelas
e as suas asas tão belas
eram negras como o próprio universo
A Solidão nunca foi capaz de amar
o seu próprio filho
E a sua paixão pela morte
era como uma sinfonia perfeita
A Morte não roubava a sua Solitude
e a solidão não entregava a Morte
sentimentos de dor
A Sinfonia de um relacionamento perfeito
deu origem a uma criança maldita
Com o universo em desequilíbrio
a solidão pegou o seu próprio filho em seus braços
e para não sacrificar a sua solitude
a arremessou no mundo dos homens
Essa criança sou eu…
A Minha alma foi aprisionada no corpo
de uma criança humana
eu cresci no lar de uma família
que nunca foi capaz de me amar
Caminhei sozinho durante noites solitárias
e as únicas coisas que me atraiam
eram as sinfonias das estrelas ao se apagarem
Eu sou o filho bastardo da solidão
e não há nada neste mundo
capaz de preencher o vazio que existe em meu peito
Se não fosse a música,
o diabo que vive em mim já teria enlouquecido
Eu passo noites de insônia acordado
escutando as mais melancólicas sinfonias
esperando que em uma bela manhã
a morte venha me encontrar
Deitado submerso em uma banheira
repleta de água
eu vejo o sangue dos meus punhos
fundirem-se com a canção das estrelas
A Solidão chorava por ter abandonado o seu próprio filho
e aquela pobre criança
que a muito tempo foi arremessada no mundo dos homens
sorri pela primeira vez
submersa em uma banheira de sangue“
— Gerson De Rodrigues poeta, escritor e anarquista Brasileiro 1995

„Poema – Metáforas e Maldições
Quantas vezes eu não desejei que a morte
batesse em minha porta?
quantas vezes eu não sofri angustias
que martirizavam todo o meu ser?
sou um homem maldito,
e a minha maldição é viver
E das vezes em que eu odiei a minha vida,
invejei Jesus pela fé e pela dor
queria eu morrer em um pedaço de madeira
e ainda ser chamado de senhor
Sagrado para mim somente o amor
o amor que eu nunca senti
o amor que eu nunca sentirei
pois eu só sinto dor,
e um ódio que eu mesmo alimentei
Eu não odeio as pessoas
tampouco odeio os deuses
odeio somente as feridas que se abrem em meu corpo
e fazem a minha alma sangrar
Nas vísceras da dor e da angustia
eu me afoguei nas mágoas do silencio
e me enforquei nas cordas banhadas com o sangue
da minha própria dor
A miséria do meu ser,
se alastra por todos os cantos da casa
e a solidão é a companhia muda
desta alma cansada
Nas estrelas eu encontrei a minha própria morada
minhas paixões são os livros e o próprio nada
Todas as vezes que eu chorei
sangrei poesias
e das minhas lágrimas
nasceram dores tão sublimes
capazes de fazer até mesmo as estrelas chorarem
– Gerson De Rodrigues“
— Gerson De Rodrigues poeta, escritor e anarquista Brasileiro 1995
Morte Niilismo Nietzsche Suicídio Vida Amor

„A coerência é própria do caráter dos homens, mas eu sou incoerente, pois tenho o caráter de um deus.“
— Alexandre, o Grande antigo rei do reino grego antigo -356 - -323 a.C.

„Poema - 1 Reis 19:3-4
Sinfonias tristes
vagam pelo universo
como as lágrimas nos olhos
daqueles que sofrem em silencio
Acolhida pelas trevas
e renegada pelos deuses
Lilith havia sido amaldiçoada
com um abismo em seu coração
A sua vida
era como uma alegoria ao suicídio
Enforcava-se na escuridão
todas as vezes
que não conseguia encontrar
a luz das estrelas
Sentindo-se
sozinha em um mundo
do qual não escolheu viver
Trancafiada nos cárceres privados
da sua própria mente
era assombrada pelos mais terríveis demônios
As paredes do seu quarto
jorravam o sangue
das suas tentativas de suicídio
Embora as suas lágrimas
clamassem pela salvação
daquele terrível abismo
A sua essência
banhava-se na escuridão
Em seus olhos habitavam
o desejo de dilacerar os seus punhos
enquanto afogava-se em uma banheira
repleta de sangue e lágrimas
Mas em seu coração
haviam as chamas negras de uma fênix
que renascia a cada segundo
Então ela se enforcava
em seus sonhos sublimes
Deitava-se na cama
com os olhos fechados
imaginando-se dependurada
enquanto matava as suas dores
E ao abrir os olhos
repletos de lágrimas
havia renascido mais uma vez
As feridas em seu peito
espalhavam-se como um câncer
Gritos ensurdecedores emanavam
das janelas daquele quarto hostil
– Já tive o bastante, Senhor!
matem-me sem nenhum perdão!
pois não estão matando uma alma inocente
apenas crucificando as suas dores
Mas quem poderia escutá-la?
quem poderia salvá-la?
Não se pode salvar uma alma
que sorri para o abismo
e se banha em seu próprio sangue
Gritando aos deuses
ela sorriu pela ultima vez
enquanto as suas angustias
tornavam-se sinfonias tristes
A vagar pelo universo
como as lágrimas nos olhos
daqueles que sofrem em silencio…
- Gerson De Rodrigues“
— Gerson De Rodrigues poeta, escritor e anarquista Brasileiro 1995
Niilismo Morte Existencialismo Ateísmo Deuses Nietzsche

„Contentar-se com o que lhe dão é próprio dos escravos. Pedir masi é próprio das crianças. Conquistar mais é próprio dos loucos“
— Fernando Pessoa poeta português 1888 - 1935
porque toda a conquista é [X]
Autobiografia sem Factos

„Os próprios deuses não podem impedir um homem de falhar o seu destino.“
— Ludwig Van Beethoven compositor alemão 1770 - 1827

„Até Deus tem um inferno: é o seu amor pelos homens.“
— Friedrich Nietzsche filósofo alemão do século XIX 1844 - 1900

„Poema - Eclesiastes 12:7
Quando eu morrer
lancem as minhas cinzas nos rincões do universo
para que os átomos que habitaram o meu corpo
voltem para as estrelas
A verdadeira liberdade
é morrer e transformar-se em nada!
Não quero o perdão dos deuses
tampouco os pecados do inferno
Quero transformar a mim mesmo
no mártir do nada
e na representação de tudo que existe
A realização de que vou virar pó
paradoxalmente me tranquiliza
Eu desejo deixar este mundo
sem verdades ou convicções
quero ser enterrado como um homem sem nome
para que os vermes que corroerem meus despojos podres
se engasguem com a minha miséria
O que eu fui em vida
de nada importa aos tolos que me enterrarem
Não deixarei lembranças
lágrimas ou paixões
Joguem os meus bens materiais aos porcos
e queimem os meus livros em suas igrejas
O suicídio para mim não é o suficiente!
Se as suas dores podem ser curadas
com uma corda em seu pescoço
ou laminas em seus punhos
sorria como um tolo
e dancem com os deuses
pois a sorte está ao seu lado
A origem do meu sofrimento
está intrínseca na essência da minha alma
e para me livrar deste tormento
devo sofrê-lo intensamente
até que os últimos vermes se alimentem das minhas entranhas
No momento do meu nascimento
amaldiçoei a minha própria mãe
e os deuses esconderam-se em cavernas
Como se a miséria
possuísse o semblante do diabo
gargalhadas foram ouvidas no inferno
A morte para mim
não é apenas um alivio
ou um destino inevitável
É uma forma de pedir ao mundo
perdão por ter nascido
Quando eu morrer
não derramem as suas lágrimas
festejem junto aos sátiros
com orgias e palavrões
transformem o meu túmulo
em um lugar profano sobre a terra
para que nunca mais pronunciem o meu nome“
— Gerson De Rodrigues poeta, escritor e anarquista Brasileiro 1995

„Nada se assemelha à alma como a abelha. Esta voa de flor para flor, aquela de estrela para estrela. A abelha traz o mel, como a alma traz a luz.“
— Victor Hugo poeta, romancista e dramaturgo francês 1802 - 1885

„Se a ajuda e a salvação chegarem, elas só poderão vir das crianças, pois as crianças são as antecessoras dos homens.“
— Maria Montessori Educadora e pedagoga italiana 1870 - 1952

„O maior espetáculo para o homem será sempre o próprio homem.“
— Eça de Queiroz Escritor e diplomata português 1845 - 1900
Variante: O melhor espetáculo para o homem será sempre o próprio homem.

„Em certos momentos, os homens são donos dos seus próprios destinos.“
— William Shakespeare dramaturgo e poeta inglês 1564 - 1616

„Eu sou apenas um verme que sangra Poesias
Os intelectuais descenderam de Platão
Eu sou descendente das Feridas de Cristo
E das fezes de Judas
Não há nada que eu escreva
Sem a intenção de sangrar
Não me comparem a estes intelectuais
Com seus ternos chiques e palavras gentis
Eles querem salvar a sua alma
Já eu?
Desejo sepultá-las no mais terrível dos infernos
E quando todos estes homens de ternos e gravatas
Estiverem mortos
Serei eu quem será adorado pelos seus filhos
Quando estes estiverem com a corda em seus pescoços“
— Gerson De Rodrigues poeta, escritor e anarquista Brasileiro 1995
Niilismo Morte Deus Existencialismo Vida Nietzsche