Frases sobre morte
Uma coleção de frases e citações sobre o tema da morte.
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„Este último capítulo é todo de negativas. Não alcancei a celebridade do emplasto, não fui ministro, não fui califa, não conheci o casamento. Verdade é que, ao lado dessas faltas, coube-me a boa fortuna de não comprar o pão com o suor do meu rosto. Mais; não padeci a morte de D. Plácida, nem a semidemência do Quincas Borba. Somadas umas coisas e outras, qualquer pessoa imaginará que não houve míngua nem sobra, e conseguintemente que saí quite com a vida. E imaginará mal; porque ao chegar a este outro lado do mistério, achei-me com um pequeno saldo, que é a derradeira negativa deste capítulo de negativas: — Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria.“
— Machado de Assis, livro Memórias Póstumas de Brás Cubas
Memórias Póstumas de Brás Cubas

„Ser ou não ser, eis a questão. O que é mais nobre para a alma? Sofrer as pedradas e as setas da fortuna ultrajosa ou tomar armas contra um mar de tribulações e, fazendo-lhes rosto, dar-lhes fim? Morrer… dormir… mais nada. Dizer que, por meio de um sono, acabamos com as angústias e com os mil embates naturais de que é herdeira a carne é um desfecho que se deve ardentemente desejar. Morrer… dormir… dormir! Sonhar talvez! Ah! Aqui é que está o embaraço. Pois que sonhos podem sobrevir naquele sono da morte depois de nos termos libertado deste bulício mortal? Eis o que nos obriga a fazer pausa; eis a reflexão de que procede a calamidade de uma vida tão longa. Com efeito, quem suportaria os açoites e os escárnios desta época, a injustiça do opressor, a contumélia do orgulhoso, os tormentos do amor desprezado, as dilações da lei, a insolência do poder e os maus tratos que o mérito paciente recebe de criaturas indignas, podendo com um simples punhal outorgar a si mesmo tranquilidade? Quem quereria sopesar o fardo, gemer e suar debaixo de uma vida pesadíssima, se o temor dalguma coisa depois da morte - o desconhecido país de cujas raias nenhum viajante ainda voltou - não enleasse a vontade e não fizesse antes padecer os males que temos, do que voar para outros que ignoramos? Assim, a consciência torna-nos a todos covardes; assim o fulgor natural da resolução é amortecido pelo pálido clarão do pensamento; e, assim, empresas enérgicas e de grande alcance torcem o caminho, e perdem o nome de ação.“
— William Shakespeare dramaturgo e poeta inglês 1564 - 1616
Hamlet

„O homem esquece mais facilmente a morte do pai do que a perda do patrimônio.“
— Nicolau Maquiavel, livro O Príncipe
The Prince
Variante: Os homens esquecem mais rapidamente a morte do pai do que a perda do património.

„Boas maneiras destituídas de sinceridade se parecem a uma mulher linda porém morta. Franqueza sem cortesia é como o bisturi do cirurgião, eficiente mas desagradável. Franqueza aliada à polidez é útil e admirável.“
— Sri Yukteswar Giri Iogue e guru indianos 1855 - 1936
Autobiografia de um iogue contemporâneo, Capítulo 12, Anos no eremitério de meu Mestre, página 68

„Nenhum homem é uma ilha, isolado em si mesmo; todos são parte do continente, uma parte de um todo. Se um torrão de terra for levado pelas águas até o mar, a Europa ficará diminuída, como se fosse um promontório, como se fosse o solar de teus amigos ou o teu próprio; a morte de qualquer homem me diminui, porque sou parte do gênero humano. E por isso não pergunte por quem os sinos dobram; eles dobram por vós.“
— John Donne Poeta 1572 - 1631
Meditações VII

„Assim os que andavam na velha ordem das coisas chegaram à novidade da esperança, não mais observando o sábado, mas vivendo segundo o dia do Senhor, no qual nossa vida se levantou por Ele e por Sua morte, embora alguns o neguem. Mas é por esse mistério, que recebemos a fé e por ele é que perseveramos, para sermos de fato discípulos de Jesus Cristo nosso único mestre.“
— Inácio de Antioquia Bispo de Antioquia e Santo da Igreja Católica 35 - 108
Epístola aos magnésios, ca. 107

„Os covardes morrem muito antes de sua verdadeira morte.“
— Julio César Consul Vitalício romano/Ditador romano -100 - -44 a.C.

„Todas as manhãs a gazela acorda sabendo que tem que correr mais veloz que o leão ou será morta. Todas as manhãs o leão acorda sabendo que deve correr mais rápido que a gazela ou morrerá de fome. Não importa se és um leão ou uma gazela: quando o Sol desponta o melhor é começares a correr.“
— Mia Couto 1955
A Confissão da Leoa

„Poema - O Mártir dos desajustados
Você já sentiu
como se houvesse um buraco em seu peito
acompanhado de uma dor que te sufoca
e cega os seus olhos
impedindo-o de ver a felicidade
Uma tristeza tão profunda
capaz de partir a sua alma ao meio
e corroer os despojos podres da carne
Como se cada átomo do seu corpo
sofresse tão profundamente
todas as dores do mundo
E ainda que as suas conquistas pessoais se realizassem
e os deuses o perdoassem pelo seus pecados
o martírio que corrói as entranhas do seu ser
o impedem de sorrir
ao menos uma vez…
Não se preocupem
estas dores que sentem
esse vazio em seu peito que não consegues explicar
É a doença rogada pelos deuses
sobre a carcaça podre dos homens malditos
Abracem a sua dor
sintam-na nas suas entranhas
deixem as suas feridas sangrarem
e afogarem o mundo em sua miséria
Não há nada de errado
em flertar com a morte em momentos de dor
Não há nada de errado
em sentir-se excluído em um mundo
do qual não pertences
Não existe nada de errado em ser diferente,
essa voz gritando na sua cabeça,
essa raiva pulsando em seu coração,
e aquela maldita vontade de mudar o mundo
é exatamente isso que te torna único!
Em um mundo de ovelhas,
orgulhe-se de ser um bode!
Nós não somos monstros
porque sentimos na solidão o abrigo para a nossa loucura
Caminhei solitário por ruas lotadas,
de pessoas vazias e mentes fechadas
e a alegria de não pertencer ao paraíso dos homens
sufocavam-me em uma doentia felicidade
Afastem de mim o perdão dos deuses
e a mentira dos homens
Eu sou o Deus dos fracos
dos desajustados
e excluídos
O mártir de todas as dores
e corações partidos
Há em mim a loucura de mil diabos
e a santidade de todos os deuses
Tudo o que eu amei
amei recluso em um ninho de ratos
aonde nada era sagrado
e nada era perfeito
mas ainda assim,
amei a mim mesmo
e todos os meus defeitos
Flertamos com a morte
para matar as nossas dores
Nos suicidamos todos os dias
para que o dia
que sucede o de amanhã
torne-se possível de se viver
Que a maldição do meu nascimento
e a miséria do meu ser
se alastre por cada canto deste mundo
Coloquem-me sobre o altar de suas catedrais
e chamem-me de cristo
pois eu sou a luz do mundo
e a escuridão que o consome!“
— Gerson De Rodrigues poeta, escritor e anarquista Brasileiro 1995
Poema Niilismo

„Mas há aqueles que matam: matam por desporto, por divertimento, matam para obter lucro – por exemplo, a indústria da carne. São os mesmos que destroem a Terra, espalham gases venenosos, poluem o ar, as águas, e poluem-se uns aos outros. É o que estamos a fazer à Terra e a nós próprios. Viver sem causar sofrimento ou morte a outros significa não matar um ser humano nem qualquer animal, por desporto ou para sustento.“
— Jiddu Krishnamurti 1895 - 1986
And there are those who kill, kill for sport, kill for amusement, kill for profit - the whole meat industry. Right? Destroy the earth, to dump poisonous gas, you know all that is happening in this country, pollute the air, the waters, and pollute each other. This is what we are doing to the earth and to ourselves.
And the questioner asks: can we live on this earth with its great beauty and not bring suffering to others or death. It is a very, very serious question. To live a life without causing suffering to others, or causing death to others, that means not killing a human being, not killing any animal for sport, for your food.
On Nature and the Environment http://www.jkrishnamurti.org/krishnamurti-teachings/print.php?tid=1598&chid=1295; J. Krishnamurti Second Question & Answer Meeting at Ojai 24 May 1984

„No meio da aula, quando riam as moças, de súbito dona Flor como que se ausentava, os olhos perdidos, a face ansiosa. Quem gosta de carregar defunto dos outros, dias e dias às voltas com o morto, como se não existissem cemitérios?“
— Jorge Amado, livro Dona Flor e Seus Dois Maridos
Dona Flor and Her Two Husbands