Frases sobre a noite
página 8

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“(Página 45)
""A enfermaria zumbe da maneira como ouvi uma fábrica de tecido zumbir uma vez, quando o time de futebol jogou com a escola secundária na Califórnia. Depois de uma boa temporada, s promotores da cidade estavam tão orgulhosos e exaltados que pagavam para que fôssemos de avião até a Califórnia para disputar um campeonato de escolas secundárias com o time de lá. Quando chegamos à cidade tivemos de visitar um indústria local qualquer. Nosso treinador era um daqueles dados a convencer as pessoas de que o atletismo era educativo por causa do aprendizado proporcionado pelas viagens, e em todas as viagens que fazíamos ele carregava com o time para visitar fábricas de laticínios, fazendas de plantação de beterraba e fábricas de conservas, antes do jogo. Na Califórnia foi uma fábrica de tecido. Quando entramos na fábrica, a maior parte do time deu uma olhada rápida e saiu para ir sentar-se no ônibus e jogar pôquer em cima das malas, mas eu fiquei lá dentro numa canto, fora do caminho das moças negras que corriam de um lado para o outro entre as fileiras de máquinas.
A fábrica me colocou numa espécie de sonho, todos aqueles zumbidos e estalos a chocalhar de gente e de máquinas sacudindo-se em espasmos regulares. Foi por isso que eu fiquei quando todos os outros se foram, por isso e porque aquilo me lembrou de alguma forma os homens da tribo que haviam deixado a aldeia nos últimos dias para ir trabalhar na trituradora de pedras para a represa. O padrão frenético, os rostos hipnotizados pela rotina… eu queria ir com o time, mas não pude.
Era de manhã, no princípio do inverno, e eu ainda usava a jaqueta que nos deram quando ganhamos o campeonato - uma jaqueta vermelha e verde com mangas de couro e um emblema com o formato de uma bola de futebol bordado nas costas, dizendo o que havíamos vencido - e ela estava fazendo com que uma porção de moças negras olhassem. Eu a tirei, mas elas continuaram olhando. Eu era muito maior naquela época. ""

(Página 46)

""Uma das moças afastou-se de sua máquina e olhou para um lado e para o outro das passagens entre as máquinas, para ver se o capataz estava por perto, depois veio até onde eu estava. Perguntou se íamos jogar na escola secundária naquela noite e me disse que tinha um irmão que jogava como zagueiro para eles. Falamos um pouco a respeito do futebol e coisas assim, e reparei como o rosto dela parecia indistinto, como se houvesse uma névoa entre nós dois. Era a lanugem de algodão pairando no ar.
Falei-lhe a respeito da lanugem. Ela revirou os olhos e cobriu a boca com a mão, para rir, quando eu lhe disse como era parecido com o olhar o seu rosto numa manhã enevoada de caça ao pato. E ela disse : "" Agora me diga para que é que você quereria nesse bendito mundo estar sozinho comigo lá fora, numa tocaia de pato?"" Disse-lhe que ela poderia tomar de conta da minha arma, e as moças começaram a rir com a boca escondida atrás das mãos na fábrica inteira. Eu também ri um pouco, vendo como havia parecido inteligente. Anda estávamos conversando e rindo quando ela agarrou meus pulsos e os apertou com as mãos. Os traços do seu rosto de repente se acentuaram num foco radioso; vi que ela estava aterrorizada por alguma coisa.
- Leve-me - disse ela num murmúrio - Leve-me mesmo garotão. Para fora desta fábrica aqui, para fora desta cidade, para fora desta vida. Me leva para uma tocaia de pato qualquer, num lugar qualquer. Num outro lugar qualquer. Hem garotão, hem?”

One Flew Over the Cuckoo's Nest

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“onde a noite mais escurece é em volta do pirilampo.”

Mia Couto (1955)

Vinte e Zinco

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“Não é sob os raios causticantes do sol mas na fria luz refletida da lua, quando a escuridão da inconsciência atinge sua plenitude, que o processo criativo se completa: a noite, e não o dia, é que é o momento da procriação. Esta requer escuridão e quietude, segredo, mudez e ocultamento. Em conseqüência, a lua é senhora da vida e do crescimento em oposição ao sol letal e devorador. O tempo úmido da noite é o tempo do sono, mas também da cura e de recuperação. Por esta razão, o deus da lua, Sin, é um médico; uma inscrição cuneiforme representando sua planta curativa diz que “depois que o sol se põe e com a cabeça velada, ela (a planta) deve ser circundada com um anel mágico de farinha e cortada antes que o sol nasça”. Aqui vemos, associado com o círculo mágico e com a farinha, o símbolo misterioso de “velar, que pertence à lua e ao segredo da noite. Cura e terapeuta, planta curativa e crescimento recuperador se encontram nessa configuração. É o poder regenerador do inconsciente que na escuridão noturna sou sob a luz da lua executa seu trabalho, um mysterium dentro de um mysterium, trabalhando a partir de si mesmo e da natureza, sem qualquer ajuda do ego cerebral. É por isso que as pílulas e as ervas curativas são associadas à lua e seus segredos guardados por mulheres, ou melhor, pela natureza feminina, que está ligada à lua.
Aqui o simbolismo do crescimento vegetativo deve ser interpretado no sentido amplo que concede todo símbolo como síntese de uma realidade tanto interior como exterior. Ao reino noturno da lua curativa pertence o poder regenerador do sono que cura o corpo e suas feridas, a escuridão onde tem lugar a recuperação, e também aqueles acontecimentos da alma que na obscuridade, por processos que somente o coração pode saber, permitem ao homem “superar“ suas crises insolúveis.
Não é, como se pensou, porque a lua muitas vezes parece verde no leste, que se supôs ser o verde a cor da lua; é por causa da inerente afinidade da lua com a vegetação da qual se diz: “Quando a palavra de Sin desce sobre a terra, o verde aparece.“ Esse verde de Osíris, de Chidher, do broto de shiva e da pedra verde alquímica, não é somente a cor do desenvolvimento físico mas também do desenvolvimento do espírito e da alma. A lua como regente da consciência matriarcal, está ligada a um conhecimento específico e a uma forma particular de compreensão. Isso é a consciência que nasceu, o espírito que veio à luz como fruto da noite.”

The Fear of the Feminine and Other Essays on Feminine Psychology

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“Eu escrevo à meia-noite porque sou escuro. Ângela escreve de dia porque é quase sempre luz alegre.”

Clarice Lispector (1920–1977) Escritora ucraniano-brasileira

Un souffle de vie

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“Uma fria chuva de inverno…

Quando a morte beijar a vida pela última vez Como uma fria chuva de inverno Ou o último suspiro de um homem Ao debater-se dependurado em uma corda O Universo derramará suas últimas lágrimas de solidão…

A Morte deixará esse universo sem o triste despojo da carne Ou o lamentar dos cegos e a esperança dos tolos

Quando a morte beijar a última estrela Na penumbra da noite apodrecerão também Os últimos deuses e as últimas canções

Banhada de lágrimas a solidão irá cavalgar Em seu cavalo negro pelo vale do nada E até mesmo o universo irá clamar Em desespero com medo da morte

Morreremos sem deixar porventura uma única alma errante…

Quando a morte selar o contrato com o tempo E a vida dobrar os seus joelhos

A Esperança que um dia brilhou Nos olhos de pequenos indivíduos Que admiravam o céu noturno Em um passado longínquo Desaparecerá para sempre

Morreremos sem deixar um único suspiro, uma única sombra…

A lembrança da vida irá se apagar Com a última estrela a brilhar na escuridão

E os diabos vão chorar abraçados aos deuses Enquanto o seu reino perece Na fria epiderme da morte

Morreremos tão completamente Que o Niilismo irá se tornar a última verdade…

A Única verdade a caminhar pelo vazio Ao lado da morte como a sua doce amante

Até que um dia a morte ao ler em seu diário Sobre a sua antiga companheira chamada vida Chorará lágrimas de sangue degolando-se com a sua própria foice

Morreremos tão completamente Que o próprio universo deixará de existir..

E a completa ausência da matéria Tomara conta deste infinito vazio

E o vazio finalmente poderá sorrir para a solidão beijando-a como uma fria chuva de inverno….”

Gerson De Rodrigues (1995) poeta, escritor e anarquista Brasileiro
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“Alegoria do Suicídio

Eu sei que hoje será o meu último dia na terra, eu decidi isso enquanto caminhava solitário pelas penumbras da noite. Procurei por cada canto daquela vazia avenida, e não encontrei nenhum motivo para existir.

Todos os motivos que eu supostamente haveria de encontrar eram mentiras contadas por mim mesmo afim de prolongar o castigo de viver.

Voltei para casa, peguei aquela velha corda que ficava guardada na segunda gaveta, amarrei-a sobre o teto, e me dependurei sobre a miséria.

Ali estava eu, debatendo-me enquanto sentia o nó daquela velha corda quebrando cada centímetro do meu pescoço, enquanto a minha alma escapava do meu corpo.

Eu me debatia, e meus olhos lacrimejavam-se, talvez, fossem lágrimas de arrependimento. Mas agora já era tarde demais…

Eu morri e minha alma caiu de joelhos diante da figura de um homem, aquele era eu, uma versão mais madura de mim que já havia passado por todos esses momentos de dor e agonia.

Acreditei por alguns segundos, estar diante da morte, pois o meu corpo ainda estava ali dependurado sobre a sala de estar.

Caminhei lado a lado com aquele homem misterioso, que com os dedos apontou para as estrelas e com uma voz suave ele me disse:

- Se algum dia o desejo da morte gritar em seu rosto, não aperte o gatilho! Pense nas estrelas, elas morrem não porque elas querem, e sim porque chegou a hora.



Viver sozinho é como mergulhar no infinito e voar até o céus tocando as nuvens e as estrelas

Estar sozinho é como voltar no tempo e sentir-se novamente uma criança ou um deus a vagar pelo cosmos

Andar sozinho é como viajar até o paraíso acompanhado por anjos ou dançar no inferno acompanhado por diabos

Viver sozinho… é também sentir a navalha cortar seus pulsos enquanto seu sangue jorra em alto mar é sufocar-se nas próprias lágrimas até que o seu pulmão se encha de sangue e a luz dos seus olhos se apague

Sobreviver sozinho é renascer do castigo de existir é limpar o sangue com as próprias mãos é caminhar mesmo quando já não existe mais chão é matar quando não te oferecem perdão é amar a si mesmo por compaixão

É viver sendo o único deus na escuridão…”

Gerson De Rodrigues (1995) poeta, escritor e anarquista Brasileiro
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“Imagine que um belo demônio, saísse do espelho e te oferecesse uma nova vida, mas para isso você teria que matar a si mesmo para vive-la – todas as suas decepções, seus medos, as noites que passou chorando, os seus dramas, absolutamente tudo seria apagado e você acordaria vivendo uma vida bem sucedida.

Uma vida na qual todos te amam, seus pais se orgulham, seus amigos sempre o chamam para sair, você é aceito na sociedade e seu emprego tem um salário tão bom que poderia pagar por tudo que sempre sonhou.

Você mataria a si mesmo, para viver essa nova vida?

Adam, um jovem que odiava sua existência, tomou a sua decisão, aceitou o pacto com aquele belo demônio e apertou o gatilho contra sua própria cabeça.

E ao acordar, estava vivendo uma nova vida os pássaros cantavam, sua mãe sorria esbanjando orgulho do seu filho, seu celular tocava incansavelmente com mensagens de seus fiéis amigos – tudo parecia perfeito.

Aos poucos, vivendo essa nova vida adam percebe que seus amigos começam a se afastar, seus pais começam trata-lo com desprezo e ele é demitido do novo emprego. Sem perceber os motivos pelo qual sua nova vida estava desmoronando, ele corre aos prantos pedindo ajuda ao demônio;

''– Por que? Por que a minha vida está desmoronando?'' Perguntou adam em completo desespero

O demônio, iluminado pela luz da manhã sorri de maneira singela, e sem dizer nada mostra para Adam mais duas novas vidas; A Primeira uma versão ainda mais bem sucedida, e a outra sua antiga vida da qual ele temia e fugia desesperadamente.

Sem hesitar, ele pegou novamente a arma e atirou em sua antiga vida, e em seguida atirou contra sua própria cabeça, e então acordou vivendo aquela nova vida que havia escolhido.

Dessa vez, tudo parecia perfeito. Adam saia com seus amigos para festas e baladas que eles escolhiam, todos riam e esbanjavam felicidade; Seus pais estavam cada dia mais orgulhosos do seu novo emprego (…) Mas Adam não estava feliz, todos a sua volta sorriam e todos o aceitavam, mas faltava algo, faltava algo que ele não conseguia perceber.

Furioso, ele volta correndo ao demônio, que desta vez estava chorando… Adam sem entender o que estava acontecendo, colocou as mãos no ombro daquele belo demônio e perguntou

‘’ – Por que choras?’’

O demônio, chorando e sem dizer absolutamente nada, mostra a Adam duas novas versões de sua vida. Adam confuso, observa uma versão ainda mais bem sucedida, e a sua antiga e original versão. Ele então indaga ao demônio de maneira furiosa

‘’ – Sobre o que isso se trata!? Por que eu não consigo ser feliz mesmo sendo um homem sucedido!?’’

O demônio se aproxima de adam, e aponta com os dedos para sua antiga vida e pela primeira vez ele diz algo

‘’ Para ser feliz, é preciso primeiro aceitar quem você realmente é’’

Uma gota de lágrima cai dos olhos do demônio, e ao olhar o seu reflexo adam finalmente percebe;

‘’ Somos todos diabos, aos olhos do mundo que não nos compreende’’

Muitas das vezes em meu âmbito de solidão, sou atormentado por monstros do passado que me assombram e gritam o meu nome me mostrando um passado que jurei esquecer, sou afogado em mágoas e arrependimentos e sufocado por uma versão de mim mesmo que a muito tempo eu não via (…) Para superar os monstros do passado, sou forçado a aceitar aquele que a muito tempo eu matei e jurei nunca ter existido.

Para conviver em paz com os monstros do passado, é necessário primeiro fazer as pazes com o cadáver que você foi um dia.”

Gerson De Rodrigues (1995) poeta, escritor e anarquista Brasileiro
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“A minha alma afoga-se em lágrimas,
estou hoje morto
como se nunca tivesse nascido

Nas noites solitárias
em que a angustia transforma-se em desespero
enforco-me nos meus sonhos de infância
que um dia me fizeram sorrir

Tudo o que eu vivi
vivi em agonia;

Sou o monstro que rasgou as entranhas da minha mãe
e a matou no parto
sou a miséria que se alastra pelo mundo

E ao mesmo tempo não sou nada
além de um verme qualquer

E como eu poderia ser alguma coisa?
se falhei em tudo!

Vivo a vida com intensidade
despertando paixões
nos rincões do universo

Mentindo no espelho
que eu não irei me matar
e por que eu me mataria?

Se as dores que vivem em meu peito
são as únicas coisas que me mantém vivo

Como eu ousaria cometer este crime terrível?
e tirar a minha própria vida
quando cometo a petulância de olhar na cara de Deus e dizer

- Não amaldiçoas-te me com a vida?
Agora amaldiçoou a ti com a Filosofia

Eu sou o homem que nasceu para odiar a vida,
e em letras transformo meu ódio em Poesia
minha tristeza em Filosofia e
minha paixão em Melancolia

Se algum dia eu tirar a minha própria vida,
irei certificar-me de ter feito dela o meu parque de diversões
o meu reino de Deus
o meu Céu
e o meu Inferno

Se algum dia eu tirar minha própria vida,
sobre o meu tumulo irão de escrever
- Aqui jaz o homem que fez a vida curvar-se perante os seus pés

Não me entregarei as dores do mundo,
ou a está maldição que a mim foi concebida
contra minha maldita vontade

Não direi a vida
em sua cara covarde
‘’ Oh vida não suporto as suas dores’’
Irei gritar em seu rosto frio!
- OH VIDA, TU NÃO ME SUPORTAS!!”

Gerson De Rodrigues (1995) poeta, escritor e anarquista Brasileiro

Fonte: Niilismo, Morte, Solidão

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“Poema – Lágrimas de quem nunca chorou

Oh Noite
musa dos meus devaneios
o sonho inquietante de uma criança solitária

Que o seu manto frio
sirva como um cobertor aos vermes
que se alimentam do meu cadáver;

A minha alma
vagou até o meu passado
sentou-se ao meu lado na minha velha infância

E proclamou palavras
que não deveriam ser ditas
a nenhuma criança

- Por que nasceste?
Oh praga imunda!

Me matei aos dez anos de idade
e até hoje eu posso ouvir
os meus gritos de desespero

Eu sempre fui uma criança maldita
olhavam-me como um monstro
que desejavam matar

Isolavam-me dos outros
como uma praga que corrói
as entranhas dos santos

E fazem das freiras
ninfas perversas

Ah tanta dor em mim
dores que eu nem mesmo sei explicar

E estas dores
que me fazem sentir e chorar
são parte de quem sou
forças que me ajudam a lutar

Rasguei os meus punhos
na frente de todos os deuses
e os afoguei em meu próprio sangue

Agora os seus filhos
recitam os meus poemas
sobre o túmulo dos seus pais

Sintam em meus versos
a minha dor!

Deixem que o diabo
que vive em seu peito
destrua o que restou das suas vida

Transformando-os nos sonhos
de um futuro que nunca aconteceu

Nas harmonias poéticas
destas metáforas
há verdades tão cruéis

Que fariam de Pilatos um santo
e de Cristo o próprio Diabo

Se os meus poemas são gritos de ajuda
e as suas leituras pedidos de socorro

Então deixem-me morrer em seu nome
derramem sobre o meu cadáver
todas as suas dores

Dancem com as bruxas
sobre o luar da meia noite!

Sintam o pecado fluir em seu sangue
como os vermes que se alimentaram
dos despojos podres de Cristo

Deixem que a minha loucura
infecte a sua alma
e mate o seu espirito

Viajei entre galáxias vivas
cheias de vida
mas somente na morte das estrelas
eu encontrei a mim mesmo

Eu não sou um homem!
tampouco um Poeta

Eu sou a miséria que vive em seu peito
e o suicídio de todas as suas convicções!”

Gerson De Rodrigues (1995) poeta, escritor e anarquista Brasileiro

Fonte: Niilismo Poesia Existencialismo Morte

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“Poema - 11/02/1963

Canções negras
transformam almas vazias
em deuses ou suicidas!

Quando encontrarem o meu corpo
atendam o meu último pedido

Não enxuguem as lágrimas em meus olhos
pois nelas estão todos os meus sonhos;

Quem sou eu?
senão o pior de todos os homens

As feridas nas mãos de Cristo
e o sorriso de Judas ao vê-lo morrer

Abdiquei-me de todas as coisas
os meus martírios
reduziram-me a nada

Deitado nesta cama
adoeço todas as noites

Reviro-me de um lado
para o outro
com a escuridão
me engolindo a cada segundo

Grito por ajuda
mas aqueles que podem me ouvir
tampouco podem compreender
as minhas dores

Tento me levantar
com as minhas próprias pernas
mas as minhas asas quebradas
prendem-me em meu próprio abismo

Recolho-me como uma
criança solitária

Abraço as minhas próprias pernas aos prantos
e chorando pergunto a mim mesmo

- Por que nasceste?
oh criatura infernal

Vejo em mim todas as pragas
e todas as dores

Como uma doença
que se espalha pelo mundo
eu mato todas as flores
para sangrar em seus espinhos;

Como eu posso me olhar no espelho?
se nem mesmo sei quem eu sou

Como eu posso me levantar?
se o meu espirito se enforcou
em meio aos lençóis

As minhas dores se espalham
por todos os cantos da casa

Escrevo uma carta
para todos aqueles que
acredito que sentiriam a minha falta

Com os pés sujos de sangue
nem mesmo a solidão
caminha ao meu lado

Enforco-me aonde ninguém
pode me ouvir gritar

Sinto as cordas quebrando
o meu pescoço
levando as minhas ultimas dores
para o vale dos suicidas;

Uma voz doce clama pelo meu nome
um anjo tão belo
quanto as estrelas que brilham na escuridão
me acolhe em seus braços

Deito-me em suas pernas
e suas mãos doces
enxugam as lágrimas em meus olhos

Eu me enforquei naquele quarto
para renascer na sua vida…”

Gerson De Rodrigues (1995) poeta, escritor e anarquista Brasileiro

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“Poema – CAPS

Na ala psiquiátrica
eu sou apenas mais um
com sonhos inertes em camisas de força
e dores escondidas em uma demonstração de apatia

Os suicidas escondem-se em salas negras
gritos de desespero ecoam por todo o corredor

Os homens de branco
querem salvar a minha alma
envenenando a minha mente
com remédios que nunca dariam aos seus filhos

Sentado em silencio
olhando em seus olhos
eles me perguntam o que estou sentindo

Andando de um lado para o outro
não consigo me expressar

Como eu poderia explicar a minha dor?
para um homem que nunca
colocou uma corda em seu pescoço

Mais um dia se passou
e eu permaneci em silencio

As visitas dizem
que tudo isso é para o meu bem
palavras de amor manchadas com pena

Há uma corrente em meus pés
que me impede de fugir
eu poderia removê-la e correr
em direção ao sol

Mas tudo isso é para o meu bem…

Deitado em uma sala vazia
em meio ao vômito
de um homem que se matou noite passada

Eu me aqueço com um cobertor
velho manchado de sangue

Noites solitárias e desejos suicidas
uma dor que não sei como explicar

Os homens de branco
vieram me visitar mais uma vez
me enchendo de remédios
dizendo que tudo isso
era para o meu bem

Estou encarando as paredes
não consigo sentir nada

- Por que eu estou em silencio!?
enquanto há vozes na minha mente

- Por que não há lágrimas em meus olhos?
enquanto existe dor em meu coração

- O que fizeram comigo?
talvez tudo isso seja para o meu bem…

Sentado em uma cadeira de rodas
eu não sei quantos anos se passaram

Restaram-me apenas as memórias
dos amores que eu vivi
do sonhos que eu sonhei

Mas aqui nesta cadeira de rodas
na ala psiquiátrica
eu sou apenas mais um
com sonhos inertes em camisas de força
e dores escondidas em uma demonstração de apatia

- Gerson De Rodrigues”

Gerson De Rodrigues (1995) poeta, escritor e anarquista Brasileiro

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Esta tradução está aguardando revisão. Está correcto?
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“Poema – Culpa

Rastejando como um verme
podre neste mundo hostil
fedendo a sangue e enxofre

Fui batizado com a saliva
do diabo e nomeado
pelos deuses

A criatura mais insignificante
deste mundo

Reúnam-se em coletivos
marchem em direção a
minha casa

Com a suas tochas
e símbolos da paz

Matem-me com violência
enquanto o meu corpo frio
debate-se em êxtase
pela dor infligida na minha alma

Arrastem o meu corpo
pelas ruas e justifiquem
tal ato com louvores e bênçãos

Caminharei
com os pés descalços
e mãos amarradas

Enquanto chicoteiam
as minhas costas

- Não tenham pena
deste homem imundo!

A dor que eu farei
senti-los se me deixarem viver
é muito maior do que
estas feridas

Eu sou a destruição deste mundo
a praga que tanto temem
em suas histórias bíblicas

A depressão já instaurada
na parte mais minuciosa
do seu intimo

As lágrimas que choram
sem saber porque

O sentimento de vazio!
a solidão que os assombra
todas as noites!

Sou o culpado por cada morte
cada ente querido enterrado
neste solo maldito
que agora alimentam os vermes

- Parem com essas orações
- Esses olhares de pena!

Continuem com as martirizações
atirem pedras em meu corpo nu
diante de suas catedrais

Acabar com a minha vida
significa viver mais um dia!

- Não querem voltar para
suas casas?

- Abraçar os seus filhos?

- Rezar para o seu Deus?

Se almejam tanto a felicidade
um sacrifício de sangue
será necessário

Diante de todos estes olhares
que me encaram
eu me declaro culpado
por suas dores

Crucifiquem-me
e atirem fogo em meu corpo

Para que nenhum milagre
caia sobre as minhas cinzas…

- Gerson De Rodrigues”

Gerson De Rodrigues (1995) poeta, escritor e anarquista Brasileiro

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“Poema – Pequenininha

Em um mundo de angustias
dois corações improváveis
se encontraram

Essa é a história do poeta
que se apaixonou pelo anjo;

Perdido em sua própria escuridão
o poeta chorava lágrimas de sangue
e todas as noites antes de dormir
chorava abraçando um velho travesseiro

O Anjo havia perdido as suas asas
e caminhava sozinha no vale das sombras

Em seu passado remoto
os homens mais cruéis a fizeram sangrar

Ferida e sem esperanças
encontrou nos olhos do jovem Poeta
esperanças para viver mais um dia

Mas o poeta nunca acreditou no amor
o seu coração havia se partido
ah muito tempo

Ainda que em sua juventude
o suicídio o abraçou
mais do que a sua própria mãe;

O Anjo ferido sem desistir
com uma voz doce
ressoou a sinfonia dos deuses

Fazendo o jovem Poeta
se apaixonar pela primeira vez

Dois corações improváveis
agora sangravam juntos
banhando as rosas brancas
com o seu sangue

O Poeta que antes vivia na escuridão
agora chamava o seu anjo
de pequenininha
protegendo-a com a sua própria vida

Quem diria?
que um homem morto
poderia amar ao menos uma vez (…)

Em uma destas noites frias
quando as bruxas dançavam o Sabbath
72 dos demônios Goéticos possuíram
o coração daquele anjo

Transformando o seu amor
em um ódio incontrolável

O jovem poeta
novamente teve
o seu coração estilhaçado

Quando sentiu as mãos doces
do seu anjo
transformando-se em garras para feri-lo

Palavras malditas
eram proclamadas pelo anjo

E em cada uma delas
o poeta chorava o seu próprio sangue (…)

‘’ Como um homem apaixonado
Poderia sobreviver as angustias
De um amor infernal?’’

Ainda que sangrando
o jovem poeta caminhou
em um desfiladeiro entre a vida e a morte
com uma corda em seu pescoço

E todas as noites enforcava a si mesmo
para faze-la sorrir ao menos uma vez

Mas ele não sobreviveu por muitos anos
certa vez o anjo ganhou asas negras
e partiu para o abismo

Levando com ela o brilho nos olhos
do já falecido poeta…”

Gerson De Rodrigues (1995) poeta, escritor e anarquista Brasileiro

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“Três meses em que testemunhei, dia e noite, a luta de um homem em defesa de seu povo. Três meses em que testemunhei, sem saber - porque muitas vezes só o tempo nos dá a compreensão do que vivemos -, um homem cumprindo seu destino.”

Aécio Neves (1960) político brasileiro

Aécio Neves carta sobre Tancredo Neves
Fonte Veja http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/aecio-neves-eu-vi-meu-avo-sair-da-vida-e-entrar-para-a-historia

“Chichiar no mato, noite enluarada. Antes de dormir, passei um tempo admirando o céu. O infinito acalma.”

Fonte: Desamparo, Fred Di Giacomo, Editor: Marcelo Nocelli/Editora Reformatório

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“Eu sofri com depressão desde minha infância. É uma batalha que me custou tempo, oportunidades, relacionamentos e muitas noites sem dormir.”

Fonte: G1 Portal de Notícias http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2016/03/wentworth-miller-de-prison-break-critica-meme-e-diz-ter-depressao.html 29/03/2016 14h45 - Atualizado em 29/03/2016 14h46

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“O cão que te povoa e me povoa / na noite se regozija com a lua e fulgura. / É um canto que não se habitua a morrer.”

In Tempo de Voltar, (Editora Ardotempo, 2016)
Crônicas, Poemas

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“Te desejo demais entre os lençóis; Nosso amor é louco puro extase.. Esta noite é só você e eu.. Esta noite é só você e eu.”

Lino Krizz (1974) músico brasileiro

na música Esta Noite é Só Você e Eu http://www.vagalume.com.br/lino-crizz/esta-noite-e-so-voce-e-eu.html
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“Apenas acordando nos gotta manhã graças a Deus.. Eu não sei, mas hoje parece meio estranho … Sem latidos dos cães, sem poluição E mamãe preparado um pequeno-almoço sem porco eu tenho o meu grub, mas não funcionavam porco fora Finalmente tenho um telefonema de uma garota quer cavar-lo mais tarde como eu bati o que pensa fazer eu vou viver, outros vinte e fo Eu tenho que ir porque eu me tenho uma capota E se eu acertar o interruptor, eu posso fazer a queda de bunda.. Tive que parar em um sinal vermelho que olha no espelho mym não um jacker em vista E tudo está bem eu tenho um bip do Kim e ela pode foder a noite toda.”

Ice Cube (1969)

"Just waking up in the morning gotta thank God.. I dont know but today seems kinda odd... No barking from the dogs, no smog And momma cooked a breakfast with no hog I got my grub on, but didnt pig out Finally got a call from a girl wanna dig out it up on later as I hit the do Thinking will i live, another twenty-fo I gotta go cause I got me a drop top And if I hit the switch, I can make the ass drop.. Had to stop at a red light Looking in mym mirror not a jacker in sight And everything is alright I got a beep from Kim and she can fuck all night."
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Fonte: na música ( It Was A Good Day http://letras.mus.br/ice-cube/18646/)

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“Fingir marido aumenta o preço - arma pretextos! / O Amor aumenta, se adiar a noite.”

Propércio (-47–-16 a.C.)

"Et simularem uirum pretium facit: uteri causes! / Maior dilata nocte recurret Amor."
Elegias. 4.5.29-30. Sexto Propércio; tradução e organização de Guilherme Gontijo Flores.

Propércio photo

“Nenhuma noite com presentes eu comprei: / tudo que tive foi da tua vontade.”

Propércio (-47–-16 a.C.)

"Nec mihi muneribus nox ulla est emta beatis: / quidquid eram, hoc animi gratia magna tui."
Elegias. 2.20.25-6 https://books.google.com.br/books?id=8RGdCgAAQBAJ&pg=PT163. Sexto Propércio; tradução e organização de Guilherme Gontijo Flores.

Gabriel Matzneff photo

“Os adolescentes, vivemos em parte por procuração, através de autores que amamos e que nos identificamos. Adultos, às vezes temos a impressão de que os livros que uma vez não deixou a nossa mesa de cabeceira que são mais necessários, que nos esquecemos deles e voar por conta própria; imitar esse monge que, depois de vinte anos de entrar de dia e noite lendo, subiu uma manhã, distribuiu todos os livros que possuía, e fugiu para o deserto.”

Adolescents, nous vivons en partie par procuration, à travers les auteurs que nous aimons et auxquels nous nous identifions. Adultes, nous avons parfois l'impression que les livres qui jadis ne quittaient pas notre table de chevet ne nous sont plus nécessaires ; que nous devons les oublier et voler de nos propres ailes ; imiter ce moine qui, après avoir passé vingt ans à s'adonner nuit et jour à la lecture, se leva un matin, distribua tous les livres qu'il possédait, et s'enfuit au désert.
Maîtres et complices, Gabriel Matzneff, éd. La Table ronde, 1999 (ISBN 2-7103-0897-5), p. 14
Maîtres et complices, 1994

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“E tive saudades da Fernanda, que era mole quando eu a pisava à noite a caminho do frigorífico.”

" Pirâmide de Miranda ", Mixórdia de Temáticas 19-05-2014

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“Uma noite de amor com Cauã Reymond me faria ficar.”

Monica Iozzi (1981)

Monica, brincando sobre qual motivo a faria permanecer no Video Show (26 de julho de 2015)
Atribuídas
Fonte: Entrosamento de Otaviano Costa e Monica Iozzi fez com que a interação do público com o ‘Vídeo show’ aumentasse 600%, http://extra.globo.com/tv-e-lazer/entrosamento-de-otaviano-costa-monica-iozzi-fez-com-que-interacao-do-publico-com-video-show-aumentasse-600-16946886.html#ixzz49bXLKZ4V, 24 de maio de 2016, Extra, 26 de julho de 2015, 2015, julho, Estrelando, português http://extra.globo.com/tv-e-lazer/entrosamento-de-otaviano-costa-monica-iozzi-fez-com-que-interacao-do-publico-com-video-show-aumentasse-600-16946886.html,

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“Antes de acabar com este rodeio, tenho de dizer umas coisas. Tem havido muita especulação na imprensa sobre o que posso dizer legalmente sobre a NBC. Para tirar tudo a limpo, hoje estou autorizado a dizer o que quiser. E o que quero dizer é o seguinte: entre o tempo que passei no Saturday Night Live, o The Late Night e a minha breve participação aqui no The Tonight Show, trabalhei durante mais de 20 anos com a NBC. Sim, agora temos os nossos desentendimentos e, sim, vamos separar-nos. Mas esta empresa foi a minha casa durante a maioria da minha vida adulta. Estou muito orgulhoso do trabalho que fizemos juntos e quero agradecer à NBC por te-lo feito possível. Sair do The Tonight Show é a coisa mais difícil que alguma vez tive de fazer. Tomar esta decisão foi tremendamente difícil. Este é o melhor emprego do mundo, adoro fazê-lo e tenho a melhor o melhor pessoal e equipa técnica da história deste meio. Mas apesar deste sentimento de perda, sinto mesmo que este momento deve ser feliz. Todos os comediantes sonham com apresentar o The Tongiht Show e, durante 7 meses, tive a oportunidade de o fazer. Fi-lo à minha maneira, com as pessoas que amo, e não me arrependo de nada. Tive mais sorte do que qualquer pessoa que conheço e mesmo que o nosso próximo projecto seja fazer um programa no parque de estacionamento de uma loja de conveniência, vamos encontrar uma forma de o fazer divertido. E, finalmente, tenho uma palavra para os nossos fãs. A enorme onda de apoio e paixão vinda de tanta gente tem sido esmagadora. As manifestações, os cartazes, toda a criatividade pateta e extravagante na Internet, e o facto de as pessoas terem vindo de tão longe e acampado a noite toda debaixo de chuva torrencial para estar na plateia, tornou uma situação triste em algo feliz e inspirador. A todas as pessoas que estão a ver, nunca vou conseguir agradecer-vos o suficiente por toda a vossa bondade para comigo e vou lembrar-me disto para o resto da minha vida. Só vos peço uma coisa: por favor, não sejam cínicos. Odeio cinismo - é o defeito que menos gosto e não leva ninguém a lado nenhum. Na vida, ninguém consegue exactamente o que pensava que ia conseguir. Mas se trabalharem muito e forem bons, vão acontecer coisas incríveis.”

Conan O'Brien (1963)

The Tonight Show

José Linhares photo

“Quando, na noite histórica de 29 de outubro, assumi o Governo, atentei logo na posição em que me colocaram os acontecimentos. Compreendi que, com o presidir, sem qualquer parcialidade, as eleições do Presidente da República e da Assembléia Constituinte, tinha a meu dever preparar a passagem de uma forma de governo a outra, ambas extremadas no conceber a condição humana perante o Estado.”

José Linhares (1886–1957) político brasileiro, 15° presidente do Brasil

Na passagem de cargo para Eurico Gaspar Dutra
Ref.: Sem flores e com poucas palmas, o general Dutra faz seu juramento na solenidade do Palácio Tiradentes. Correio da Manhã. http://memoria.bn.br/DocReader/Hotpage/HotpageBN.aspx?bib=089842_05&pagfis=29860&url=http://memoria.bn.br/docreader#

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“Eis pelo que as minhas reminiscências de toda essa noite são as mais tênues.”

Mário de Sá-Carneiro (1890–1916)

Extractos de Confissão de Lúcio

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“À noite, Marie esquecera tudo. O filme tinha momentos engraçados e outros realmente idiotas. A sua perna estava encostada na minha. Acariciava-lhe os seios. No fim da sessão, eu a beijei, mas mal. Ao sair, veio para minha casa.”

Albert Camus (1913–1960)

Camus, Albert. O estrangeiro; tradução de Valerie Rumjanek - 28ª edição - Rio de Janeiro: Record, 2007.p. 23
O Estrangeiro

Gerson De Rodrigues photo

“Poema – Para dizer que eu nunca falei do Amor

Sobrevivi sozinho
Noites terríveis de insônia
Compartilhando a melancolia do meu coração
Com as lágrimas em meu travesseiro

Eu me apaixonei pela sua voz
Estive ao seu lado quando todos foram embora

Beijei a sua testa quando você precisou de carinho
Te levei café da manhã quando você estava se sentindo sozinha
Te peguei no colo, quando você sentiu medo do escuro

(Ah… Se você soubesse todas as coisas que eu fiz por você)
Me droguei com remédios que nunca daríamos aos nossos filhos
Só para controlar a dor que existia em meu coração
E acalmar as feridas que existiam no seu

Você se lembra quando conhecemos
A morte pela primeira vez?

Estávamos naquele quarto de hotel
Fodendo como dois viciados em sexo
Sentia a sua buceta molhada pulsando na minha boca
O seu gozo misturado com o teu sangue
Faziam dos seus gemidos sinfonias impuras;

Após declararmos o que definiríamos
Futuramente como amor
Você foi invadida por uma convulsão

Te segurei morta nos meus braços
Desci as escadas implorando por ajuda

Dentro da minha cabeça,
O diabo gargalhava sobre a minha miséria

Mas eu não podia desistir
Embora os seus olhos já sem vida
Me provassem o contrário

Pela primeira vez dobrei os joelhos para um Deus
Que jurei odiar
E o resto de nossas vidas passou diante dos meus olhos

Você acordou me dizendo;
‘’Amor eu te amo muito
Obrigado por não me abandonar’’

Vivemos um amor intenso
Mas hoje você me diz Adeus
Com a mesma intensidade que dizia
‘’Eu te amo’’

Eu fui embora quinze dias após
Te pedir em noivado

Hoje você voltou três meses depois
Você continua me dizendo Adeus
E eu continuo dizendo que Te amo…

Eu não te abandonei quando a morte
Beijou os seus lábios
Mas hoje você me abandona
Todas as vezes que preciso de ajuda

Mas eu compreendo o Adeus em suas palavras
Talvez eu não mereça o Amor que jurei te dar

Me lembro quando sonhávamos em beijar
A testa da nossa filha

Hoje…
Os meus sonhos são limitados
A uma garrafa de Whisky
E alguns cigarros velhos

Junto de uma corda que eu guardo
Na mesma gaveta
Que guardávamos as nossas alianças…
- Gerson De Rodrigues”

Gerson De Rodrigues (1995) poeta, escritor e anarquista Brasileiro

Niilismo Morte Deus Existencialismo Vida Nietzsche

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“Poema – Emma

Eu nunca vou me esquecer daquela noite
Você havia ido embora
No dia que eu também decidi partir

Hoje nos culpamos pela morte dela
Talvez aquela criança tivesse o seu sorriso
Ou os meus olhos

Tentei te ligar algumas vezes
E eu sei que você também tentou me ligar

Deveríamos segurar as nossas mãos
Como fizemos naquela noite no hospital

Mas nos culpamos todas as manhãs
Pela morte da nossa única filha

Talvez,
Este único acontecimento catastrófico
Tenha sido o real motivo pelo qual
Você tenha ido embora

Ainda visito os mesmos lugares
Ontem fui mais uma vez naquela praça

Encontrei uma garotinha sorrindo
No mesmo momento eu lembrei da nossa pequena;

Confesso que chorei por algumas horas
No mesmo banco que transamos algumas vezes

Chorei até finalmente a chuva vir
E fundir-se com as minhas lágrimas

Eu sei que você se culpa
Pelo excesso de remédios

Mas talvez se eu estivesse ao seu lado
Ela estaria hoje falando ‘’ Mamãe’’ pela primeira vez

A culpa foi toda minha
Eu sou maldito demais!

Ferrado demais!
Para que a vida me presenteasse com uma filha

Você não deveria ter se envolvido com alguém
Que vendeu a sua alma para o Diabo
Em troca de alguns livros

A maldição está nos meu sangue
Eu nunca serei capaz de gerar uma vida
Sem antes gerar a morte em seu lugar

Eu não sei aonde você está agora
Nunca mais tive notícias suas

Eu continuo aqui
Tentando de alguma forma compensar a dor
De ter perdido vocês duas

Me culpando todas as noites
Por não ter conseguido realizar o seu maior sonho

Dizem que quando você entrega a sua Alma para o Diabo
Deus abençoa a pessoa que você mais ama com uma vida

Hoje eu decidi me enforcar
Talvez seja uma forma
De trazer equilíbrio sabe?

Se algum dia você ler este poema e eu não estiver mais aqui
Não desista de ser mãe com outro alguém

Pois eu já terei partido
E direi a nossa filha
Que você sempre a amou…
- Gerson De Rodrigues”

Gerson De Rodrigues (1995) poeta, escritor e anarquista Brasileiro

Niilismo Morte Deus Existencialismo Vida Nietzsche

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“Quando você não souber como agir, deixe que uma boa noite de sono o acalme e dê clareza aos seus pensamentos.”

reiki universal, Johnny De' Carli, citações, dúvidas

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“Onde está o teu corpo

Ao sentir o teu corpo perto do meu
Senti calor.
Olhei nos teus olhos,
Ganhei confiança
Nessa noite serena me apaixonei…
Ao sentir teu corpo perto do meu
Comecei a te admirar
Observei tua boca,
olhos,
orelhas,
nariz…

De cima a baixo
Começo quase sem fim…
Porque em um certo dia,
Não cheguei a ver nem os teus pés.

Mas onde esta o teu corpo
Que estava perto de mim?”

Escrita em 2009 para ser apresentado no TAL (Tempo de Arte Literária), na Escola Estadual Nossa Senhora de Fátima, não foi apresentado no dia.
Apresentado no TAL (Tempo de Arte Literária), noColégio Estadual Dinah Gonçalves, ficando na primeira colocação, em 2013.
Apresentado na Exposição & Sarau Mulher Pedra, organizada pela poetisa Varenka de Fátima Araújo, em 2014.
Fonte: O Diferencial da Favela, organizado por Sandro Ribeiro dos Santos, Onde está o teu corpo, Valter Bitencourt Júnior, Galinha Pulando, pág. 89, 2014, ISBN: 9788566465129.
Fonte: Toque de Acalanto: Poesias, Valter Bitencourt Júnior, Amazon/Clube de Autores, 2017, pág. 06, ISBN: 9781549710971.

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“Poema – Caos e Surto

Eu nunca fui amado
Tal como eram os outros

Nunca vi olhos brilharem ao me verem sorrir
Ou lábios tremerem ao citarem o meu nome

Nunca tive um abraço em momentos de desespero
Tampouco acreditei que algum dia o teria

Vivi uma vida de miséria e angustias
Alimentando o Diabo que vive em meu peito
Com dores e lamentações que não desejaríamos ao Deuses

Do amor vivi somente os Pecados
E as Orgias

Os gemidos e arranhões
Bucetas espalhando o seu gozo
Nos céus da minha boca

Pan
Era o meu segundo nome;

Na solidão criei vínculos com a minha própria sombra
Me envolvi em paixões
Que nenhum Poeta jamais viveu

E em nenhuma destas paixões
Compreendi o verdadeiro significado da palavra amor

Como se Afrodite pudesse amar todos os homens
E os cupidos todas as mulheres
Mas nenhuma alma fosse capaz de amá-los

Intenso como um Arcanjo
Cuja as asas foram arrancadas com as unhas
De um anjo que o impediu de amar

Do amor
Conheci somente as suas feridas

E os seus lábios doces em beijos poéticos
Que rimavam com a sinfonia dos seus gemidos

Seus pés delicados na minha boca
Os arranhões pelas suas coxas grossas
Que fundiam-se com o vermelho dos seus quadris

Na submissão das nossas orgias
Me apaixonei por Afrodite
Mas com Lilith passei as minhas noites

Amei
Como nenhum outro
Poeta jamais amou

Amei até que a minha sanidade fosse
Suprimida pela minha vontade

Amei até que o meu coração
Queimasse com as chamas de um ódio
Que eu mesmo alimentei

Amei…
Até o último Adeus
As últimas lágrimas

Amei sozinho!
Recluso em um ninho de ratos
Na reclusão das minhas ilusões

Sou como a maçã podre em campos líricos
Abandonado entre os vermes e as cinzas
Caos e surto

Como uma alegoria para a morte
Que se estende até os rincões do universo
E morre nos versos de um Poema

Sou a maldição das estrelas
Ofuscada pela escuridão dos meus olhos…”

Gerson De Rodrigues (1995) poeta, escritor e anarquista Brasileiro

Fonte: Sexo Poesia Nietzsche Bukowski
Poesias & Maldições vol 2

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“Poema – O Grito da solidão
‘’O som do nada
É o grito dos mortos
Ao serem atormentados pela vida’’

Não amo a solidão
Como uma benção dos Deuses

Tampouco a odeio
Como uma maldição rogada por Diabos

Compreendo-a como a dor de mulheres grávidas
Que tiveram suas crias arrancadas por
Facas finas a sangue frio
Enquanto gritavam enlouquecidamente
Para serem deixadas em paz

Destes gritos de dor e agonia
Nasceu a solidão

Banhada em Desespero e angustias
Rasgando o ventre das almas cansadas;

Não lembram de como choraram
No dia em que chegaram a esta prisão?

Como podem rir e rezar?
Como podem esquecer que toda a dor,
Todo o sofrimento e toda a angustia do mundo
Só és, o que és, porque nasceste para senti-la

Ah (…)
Os gritos da solidão
Atormentam até mesmo as estrelas
Que já se apagaram

E me enlouquecem todas as noites
Enquanto bato com a minha cabeça contra a parede
Até que o barulho do crânio se rompendo
Soe mais alto do que estes murmúrios do inferno

Lunático
Com o sangue escorrendo pelos meus olhos
Sou afrontado por uma crise de risos

Deitado no chão se contorcendo como o Diabo
No corpo de Freiras que masturbam-se com o crucifixo

Grito mais alto do que mil tambores
Mas as vozes nunca se calam!

- Calem-se!
- Calem-se!
(Grito incansavelmente com todo o ar dos meus pulmões)

Com os próprios punhos
Quebro todos os móveis do quarto

Pedaços de vidro se espalham pelo corredor
Destes corredores da vida
Do qual muitas vezes me vi enforcado
Enquanto me socorriam de uma overdose mental

Rasgo os meus braços
Formando cicatrizes
Que nunca vão se realizar

A solidão continua gritando
E gritando! E Gritando!

Abraço as minhas pernas
Recluso em um canto escuro
Sangrando e tremendo

Cantarolando em voz alta
Musicas que me fazem lembrar você

Doente como um escravo
Que grita de fome
Enquanto se alimenta das próprias fezes

O meu corpo treme com o frio
E o sangue na minha roupa é o único abraço
Que eu vou sentir

Os meus olhos turvos enxergam as estrelas
E o meu pulmão cansado de tanto gritar
Respira tranquilamente

A solidão cansou de gritar
Agora escuto os mortos
A cantarolarem em seu lugar…”

Gerson De Rodrigues (1995) poeta, escritor e anarquista Brasileiro

Fonte: Poesias & Maldições

“Não existe uma forma mais cruel de magoar alguém, ignorando sua presença, exibindo a todos que você tem tempo e carinho pra uns e pra aquela pessoa não.
E, se você for avaliar, o que você acha que é motivo, não passa de um capricho bobo ou de um gesto cruel mesmo. Já falei um monte de vezes que essa história de dar valor só depois que morre não concordo e acho uma tremenda idiotice. Ou você ama hoje ou pode demonstrar a geladeira fria que é seu coração. Daqui uns dias, meses, anos você vai se arrepender de não ter plantado amor por onde passou porque sua colheita será podre de sentimentos. Os momentos felizes que você deixou de fazer na vida de alguém hoje, vai ser o reflexo de sua solitária velhice. Sim, estou falando pra você que abre mão de sua família pra estar numa Rodinha de amigos de uma noite só, de um tempo de algumas horas festivas. Quando chegar tua velhice, se você ainda tiver lucidez de contar, conte quantos amigos estará ao teu lado. Ai, você pode dá uma olhadinha lá no passado e chorar as lagrimas de crocodilo que você acha que tem.
Existem sentimentos que não se joga fora.
Uma vida artificial é fácil de ser construída, agora o alicerce de uma família esse você tem que cultivar, fazer, plantar, exercer.
Os sentimentos que hoje você recusa a dar, mais lá na frente, no teu amanhã, só você sentirá falta. Não deixe pra dá o ultimo adeus, dê o primeiro Bom Dia, o primeiro Olá, o primeiro pedido de desculpas, o primeiro “eu te amo“.
Ninguém tá te encorajando a ser esse “ser egoísta” que você se tornou exclusivamente por vontade própria.
Abaixe o ego, a arrogância, a maldade, esses seus cruéis gestos só traz solidão pra você mesmo.
Acredite, não estou aqui como perfeição em pessoa.
Apenas tenho pena de um coração tão amargo, que não te deixa ver o que as pessoas tem de melhor pra te oferecer.
Que haja Reciprocidade na forma de se doar e de se fazer presente, enquanto há tempo de se amar, porque haverá dias, talvez até esses dias de hoje que o Amor ficará escasso.
Uma boa maneira de avaliar a vida é se perguntar:
Quantas pessoas hoje estão mais felizes por minha causa?”