Frases sobre máquina

Uma coleção de frases e citações sobre o tema da máquina, homens, homem, todo.

Frases sobre máquina

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“O corpo não é uma máquina como nos diz a ciência. Nem uma culpa como nos fez crer a religião. O corpo é uma festa.”

Eduardo Galeano (1940–2015)

citação livre baseada em:
La Iglesia dice: El cuerpo es una culpa. La ciencia dice. El cuerpo es una máquina. La publicidad dice: El cuerpo es un negocio. El cuerpo dice: Yo soy una fiesta
Las palabras andantes‎ - Página 138, de Eduardo H. Galeano, José Borges - Publicado por Siglo Veintiuno de España Editores, 1993, ISBN 8432308145, 9788432308147 - 316 páginas
Outras

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“Todos nós temos nossas máquinas de tempo. Algumas nos levam de volta, elas são chamadas recordações. Algumas nos levam adiante, elas são chamadas sonhos.”

Jeremy Irons (1948)

Variante: Todos nós temos nossas máquinas do tempo. Algumas nos levam pra trás, são chamadas de memórias. Outras nos levam para frente, são chamadas sonhos.

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“Só existirá democracia no Brasil no dia em que se montar no país a máquina que prepara as democracias. Essa máquina é a da escola pública.”

Anísio Teixeira (1900–1971) educador brasileiro

"Educação para a Democracia"; Rio de Janeiro : José Olympio; 1936, p. 247

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“Essas perguntas substituem a nossa original, "Podem as máquinas pensar?"”

Alan Turing (1912–1954) matemático britânico, lógico, criptoanalista e cientista da computação
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“O organismo humano é uma máquina maravilhosa, mas pode ser abusado… A transformação do alimento em sangue bom é um processo maravilhoso, e todos os seres humanos deveriam bem compreender este assunto…”

Ellen G. White (1827–1915) Escritora norte-americana e líder da Igreja Adventista do Sétimo Dia

Mente, Caráter e Personalidade (Vol. 2), Ellen G. White, 1989, pág.385

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“A máquina pode fazer a tarefa de 50 homens comuns. Máquina nenhuma é capaz de fazer o trabalho de um homem extraordinário.”

Elbert Hubbard (1856–1915)

One machine can do the work of fifty ordinary men. No machine can do the work of one extraordinary man
Preachments: Elbert Hubbard's Selected Writings‎ - Página 454, Elbert Hubbard - Kessinger Publishing, 1998, ISBN 0766103854, 9780766103856 - 480 páginas

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“Voando a máquina, todo o céu será música”

Memorial do Convento
Variante: Voando a máquina, todo o céu será música.

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“Uma atriz não é uma máquina, mas eles te tratam como se fosse. Uma máquina de fazer dinheiro.”

Marilyn Monroe (1926–1962) Atriz americana

Ms. magazine
Fonte: Ms. magazine (Agosto de 1972) página 38

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“Mulheres não são nada a não ser máquinas para produzir crianças.”

Napoleão Bonaparte (1769–1821) monarca francês, militar e líder político

Fonte: Do bestial ao genial: frases da política - Página 24, de Paulo Buchsbaum e André Buchsbaum - Editora Ediouro Publicações, 2006, ISBN 850002075X, 9788500020759

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“Os projetos corretos, bem planejados, serão, todos eles, mantidos e talvez até com um nível de eficiência maior, porque teremos sempre, como tivemos historicamente, o cuidado de não partidarizar excessivamente a máquina pública.”

Aécio Neves (1960) político brasileiro

Aécio Neves em entrevista ao Jornal Estado de Minas em 21 de janeiro de 2010 falando sobre a manutenção de projetos do atual Governo Federal após as eleições 2010
Fonte http://jangadeiroonline.com.br/politica/aecio-neves-critica-uso-eleitoral-do-pac/

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“Devemos ressaltar a necessidade de uma reforma do Estado, fazer diferente do governo atual, que tem inchado a máquina, tem 40 ministérios.”

Aécio Neves (1960) político brasileiro

Aécio Neves, em entrevista a Revista Carta Capital em 4 novembro de 2009
Fonte Carta Capital http://www.cartacapital.com.br/app/materia.jsp?a=2&a2=8&i=5375

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“Para a saúde da mente e do corpo, os homens deveriam enxergar com seus próprios olhos, falar sem megafone, caminhar com sobre os próprios pés em vez de andar sobre rodas, trabalhar e lutar com seus próprios braços, sem artefatos ou máquinas.”

John Ruskin (1819–1900)

In health of mind and body, men should see with their own eyes, hear and speak without trumpets, walk on their feet, not on wheels, and work and war with their arms, not with engine-beams
The Works of John Ruskin: Praeterita. 1886-87 - Volume 22 - Página 367, John Ruskin - Allen,1887

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“A casa é uma máquina de morar.”

Une maison est une machine à habiter.
Vers une architecture, Le Corbusier, éd. G. Crès, 1924, p. 73

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“Eu não sou um profeta não! Sou apenas mais um trabalhador, não mais do que isso (…). Eu sou um feijão, apenas um parafuso desta máquina chamada tango.”

Osvaldo Pugliese (1905–1995)

¿Profeta, yo? ¡No!: soy un laburante como cualquiera, ni más ni menos (...). Soy un poroto, un tornillo de la máquina tanguera (...)
Cita recopilada por Buenos Aires Sos (BAS) de Carlos de Flores

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“Quem conduz e arrasta o mundo não são as máquinas, mas as idéias.”

Victor Hugo (1802–1885) poeta, romancista e dramaturgo francês

citado em "Pensamentos e orações 2" - Página 34, Roque Schneider, Edicoes Loyola, 2002, ISBN 8515021455, 9788515021451
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“Nosotros estamos…RAVIA CONTRA LA MAQUINA de Los Angeles”

de la Rocha, abertura do show Battle of México City

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“Mais que de máquinas, precisamos de humanidade”

Charlie Chaplin (1889–1977) Comediante, ator e cineasta britânico

More than machinery we need humanity
The Great Dictator (1940)

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“Um matemático é uma máquina para transformar café em teoremas.”

Paul Erdős (1913–1996) matemático húngaro

citado em in DIE ZEIT, 05/2008 S. 31, Jahr der Mathematik, Christoph Drösser, images.zeit.de http://images.zeit.de/text/2008/05/Mathejahr

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“Evidentemente as máquinas parecem ter sido inventadas para nos poupar de fadigas, mas todos os trabalhadores trabalham muito mais desde que se servem delas.”

Jean Paulhan (1884–1968)

Oui, évidemment, les machines semblent avoir été inventées pour nous éviter les fatigues, mais tous les travailleurs travaillent beaucoup plus depuis qu'ils s'en servent.
Œuvre complètes ...‎ - v.1 Página 307, de Jean Paulhan - Publicado por Cercle du livre précieux, 1966

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“Estou confiante em prever o colapso do capitalismo e do início da história. Algo vai mal na máquina que converte dinheiro em dinheiro, o sistema bancário entrará em colapso total, e vamos ter que fazer permuta de permanecer vivos.”

I confidently predict the collapse of capitalism and the beginning of history. Something will go wrong in the machinery that converts money into money, the banking system will collapse totally, and we will be left having to barter to stay alive.
Guardian (Londres, 2 de janeiro de 1993) http://education.yahoo.com/reference/quotations/quote/27836;_ylt=ApShIkapht6irznY.FsMACRRCc0F

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“Jogue a abertura como um livro, o meio-jogo como um mágico e o final como uma máquina.”

Rudolf Spielmann (1883–1942)

play the opening like a book, the middlegame like a magician, and the endgame like a machine
citado em "Andy Warhol: a radical theological study‎" - Página 47, Lawrence S. Johns - Graduate Theological Union, 1976 - 298 páginas

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“O backlash não é uma conspiração, com um conselho emanando ordens de uma sala de controle central, e as pessoas que se prestam aos seus fins muitas vezes nem estão conscientes dos seus papéis; algumas até se consideram feministas. Na maioria dos casos, as suas maquinações são disfarçadas e ocultas, impalpáveis e camaleônicas. E tampouco podemos dizer que todas as manifestações do backlash tenham o mesmo peso e o mesmo significado; muitas não passam de coisas efêmeras, geradas por uma máquina cultural que está continuamente à cata de “novos” ângulos. Considerados em conjunto, entretanto, todos estes códigos e bajulações, estes murmúrios e ameaças e mitos, levam irreversivelmente numa única direção: tentar mais uma vez prender a mulher aos seus papéis "aceitáveis”

seja como filhinha do papai ou criaturazinha romântica, seja como procriadora ativa ou passivo objeto sexual."
The backlash is not a conspiracy, with a council dispatching agents from some central control room, nor are the people who serve its ends often aware of their role; some even consider themselves feminists. For the most part, its workings are encoded and internalized, diffuse and chameleonic. Not all of the manifestations of the backlash are of equal weight or significance, either; some are mere ephemera, generated by a culture machine that is always scrounging for a “fresh” angle. Taken as a whole, however, these codes and cajolings, these whispers and threats and myths, move overwhelmingly in one direction: they try to push women back into their “acceptable” roles — whether as Daddy's girl or fluttery romantic, active nester or passive love object.
"Backlash: the undeclared war against American women" - página 21, Susan Faludi
Backlash (1992)

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“Televisão é uma máquina de fazer doidos”

Stanislaw Ponte Preta (1923–1968)

atribuído a Tia Zulmira, em "Rosamundo e os Outros" - Página 211, Stanislaw Ponte Preta - Ediouro Publicações, 1963, ISBN 8522007403, 9788522007400 - 224 páginas
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“Estou disposto a oferecer, em concurso, um prêmio de 10 mil francos para o melhor trabalho sobre a interdição das máquinas aéreas como arma de combate e de bombardeio.”

Santos Dumont (1873–1932) pioneiro brasileiro no campo da aviação

Fonte: Revista Caras, 13 de Setembro de 2006.

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“Há máquinas de felicidade dispendiosas, que funcionam com enorme desperdício, e há outras econômicas, que, com as migalhas da sorte, criam alegria para uma existência inteira.”

Joaquim Nabuco (1849–1910) Político, escritor e diplomata brasileiro

como citado em Revista Caras, 13 de setembro de 2006.
Obras completas: Pensamentos soltos. [French and Portuguese text] Camões e ...‎ - Volume 10, Página 141, Joaquim Nabuco - Instituto Progresso Editorial, 1949
Frases, Pensamentos Soltos

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“Já eliminamos vários ministérios da máquina pública, e não vamos parar por aí. Já estão encomendados estudos para eliminar cargos comissionados e funções gratificadas desnecessárias.”

Michel Temer (1940) político e advogado brasileiro, ex-presidente do Brasil

Discurso de posse como presidente interino, 12/05/2016

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“Ou a matemática é muito grande para a mente humana, ou a mente humana é mais do que uma máquina.”

Kurt Gödel (1906–1978)

Publicado no livro: "Topoi : The Categorial Analysis of Logic" (1979)

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“(Cont.. Página 46)

O seu rosto negro, bonito, cintilava ali na minha frente. Fiquei boquiaberto, tentando pensar em alguma maneira de responder. Ficamos juntos, enlaçados daquela maneira durante alguns segundos; então o som da fábrica saltou num arranco, e alguma coisa começou a puxá-la para trás, afastando-a de mim. Um cordão em algum lugar que eu não via se havia prendido naquela saia vermelha florida e a puxava para trás. As unhas dela foram arranhando as minhas mãos e, tão logo ela desfez o contato comigo, seu rosto saiu novamente de foco, tornou-se suave e escorregadio como chocolate derretendo-se atrás daquela neblina de algodão que soprava. Ela riu e girou depressa, deixando que eu visse a perna amarela, quando a saia subiu. Lançou-me uma piscadela de olho por sobre o ombro enquanto corria para sua máquina, onde uma pilha de fibra deslizava da mesa para o chão; ela apanhou tudo e saiu correndo sem barulho pela fileira de máquinas para enfiar as fibra num funil de enchimento; depois, desapareceu no meu ângulo de visão virando num canto.

(Página 47)

"Todos aqueles fusos bobinando e rodando, e lançadeiras saltando por todo lado, e carretéis fustigando o ar com fios, paredes caiadas e máquinas cinza-aço e moças com saias floridas saltitando para a frente e para trás e a coisa toda tecida como uma tela, com linhas brancas corrediças que prendiam a fábrica, mantendo-a unida - aquilo tudo me marcou e de vez em quando alguma coisa na enfermaria o traz de volta à minha mente
Sim. Isto é o que sei.. A enfermaria é uma fábrica da Liga. Serve para reparar os enganos cometidos nas vizinhanças, nas escolas e nas igrejas, isso é o que o hospital é. Quando um produto acaba, volta para a sociedade lá fora - todo reparado e bom como se fosse novo, às vezes melhor do que se fosse novo, traz alegria ao coração da Chefona; algo que entrou deformado, todo diferente, agora é um componente em funcionamento e bem-ajustado, um crédito para todo esquema e uma maravilha para ser observado. Observe-o se esgueirando pela terra com um sorriso, encaixando-se em alguma vizinhançazinha, onde estão escavando valas agora mesmo, por toda a rua, para colocar encanamento para a água da cidade. Ele está contente com isso. Ele finalmente está ajustado ao meio-ambiente…”

One Flew Over the Cuckoo's Nest

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“Coleman passara quase toda a sua carreira acadêmica na Athena; homem extrovertido, arguto, urbano, terrivelmente sedutor, com um toque de guerreiro e charlatão, em nada se parecia com a figura pedante do professor de latim e grego (assim, por exemplo, quando ainda era um jovem instrutor, cometeu a heresia de criar um clube de conversação em grego e latim). Seu venerável curso introdutório de literatura grega clássica em tradução — conhecido pela sigla DHM, ou seja, deuses, heróis e mitos — era popular entre os alunos precisamente por tudo o que havia nele de direito, franco, enfático e pouco acadêmico. "Vocês sabem como começa a literatura europeia?", perguntava ele, após fazer a chamada na primeira aula. "Com uma briga. Toda a literatura europeia nasce de uma briga." Então pegava sua Ilíada e lia para os alunos os primeiros versos. "'Musa divina, canta a cólera desastrosa de Aquiles… Começa com o motivo do conflito entre os dois, Agamenon, rei dos homens, e o grande Aquiles', E por que é que eles estão brigando, esses dois grandes espíritos violentos e poderosos? Por um motivo tão simples quanto qualquer briga de botequim. Estão brigando por causa de uma mulher. Uma menina, na verdade. Uma menina roubada do pai. Capturada numa guerra. Ora, Agamenon gosta muito mais dessa menina do que de sua esposa, Clitemnestra. 'Clitemnestra não é tão boa quanto ela', diz ele, 'nem de rosto, nem de corpo'. É uma explicação bastante direta do motivo pelo qual ele não quer abrir mão da tal moça, não é? Quando Aquiles exige que Agamenon a devolva ao pai a fim de apaziguar Apolo, o deus cuja ira assassina foi despertada pelas circunstâncias em que a moça fora raptada, Agamenon se recusa: diz que só abre mão da namorada se Aquiles lhe der a dele em troca. Com isso, Aquiles fica ainda mais enfurecido. Aquiles, o adrenalina: o sujeito mais inflamável e explosivo de todos os que já foram imaginados pelos escritores; especialmente quando seu prestígio e seu apetite estão em jogo, ele é a máquina de matar mais hipersensível da história da guerra. Aquiles, o célebre: apartado e alijado por causa de uma ofensa à sua honra. Aquiles, o grande herói, tão enraivecido por um insulto — o insulto de não poder ficar com a garota — acaba se isolando e se excluindo, numa atitude desafiadora, da sociedade que precisa muitíssimo dele, pois ele é justamente seu glorioso protetor. Assim, uma briga, uma briga brutal por causa de uma menina, de seu corpo jovem e das delícias da rapacidade sexual: é assim, nessa ofensa ao direito fálico, à *dignidade* fálica, de um poderosíssimo príncipe guerreiro, que tem início, bem ou mal, a grande literatura de ficção europeia, e é por isso que, quase três mil anos depois, vamos começar nosso estudo aqui…”

The Human Stain

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“O Édipo não serve estritamente para nada, a não ser para apertar o inconsciente dos dois lados. Veremos em que sentido é que o Édipo é estritamente ""indecidível», como dizem os matemáticos. Estamos fartos dessas histórias em que se está bem de saúde graças ao Édipo, doente do Édipo, e em que há várias doenças dentro do Édipo. Pode até acontecer que um analista se farte desse mito que é a gamela e a cova da psicanálise e que retorne às origens: «Freud nunca chegou a sair nemdo mundo do pai, nem da culpabilidade… Mas foi o primeiro que, ao criar a possibilidade de construir uma lógica de relação com o pai, abriu o caminho para o homem se libertar do domínio do pai. A possibilidade de viver para! d da lei do pai, para lá de qualquer lei, talvez seja a possibilidade mais essencial que a psicanálise freudiana criou. Mas, paradoxalmente, e talvez por causa do próprio Freud, tudo leva a crer que essa libertação que a psicanálise permite se fará - se faz já - fora dela,>. Todavia, não podemos partilhar nem deste pessimismo nem deste optimismo. Porque é preciso muito optimismo para pensar que, psicanálise permite uma verdadeira solução do Édipo: o Édipo é como Deus; o pai é como Deus; só se resolve o problema quando se suprimir tanto o problema (orno a solução. A esquizo-análise não se propõe resolver o Édipo, não pretende resolvê-Io melhor que a psicanálise edipiana. Propõe-se desedipianizar o inconsciente para poder chegar aos verdadeiros problemas. Propóe-se atingir essas regiões do inconsciente órfão «(para lá de todas as leis», em que o problema deixa de poder ser posto. E por consequência, também não partilhamos do pessimismo de pensar que essa mudança, essa libertação só se pode fazer fora da psicanálise. Pensamos, pelo contrário, que é possível dar-se uma reversão interna que. transforme a máquina analítica numa peça indispensável do aparelho revolucionário. Mais: já há mesmo condições objectivas para isso.
Tudo se passa, pois, como se o Édipo tivesse dois pólos: um pólo de figuras Imaginárias de identificação e um pólo de funçóes simbólicas diferenciantes. Mas seja como for estamos edipianizados: se não temos o Édipo como crise, temo-lo como estrutura. Então transmitimos a crise a OUtrOS, e tudo volta a começar. E é esta a disjunção edipiana, o movimento de pêndulo, a razão inversa exclusiva. E é por isso que quando nos convidam a superar uma concepção simplista do Édipo fundada em imagens paternas, por uma concepção em que se definem funções simbólicas numa estrutura, e se substitui o papá-mamá tradicional por uma função-mãe e uma função-pai, não vemos o que é que se ganha com isso, a não ser o fundar a universalidade do Édipo para além da variabilidade das imagens, soldar ainda melhor o desejo à lei e ao interdito, e levar a cabo o processo de edipianização do inconsciente. Estes são os dois extremos do Édipo, o seu mínimo e o seu máximo, consoante o consideremos como tendente para o valor indiferenciado das suas imagens variáveis, ou para a capacidade de diferenciação das suas funções simbólicas. «Quando nos aproximamos da imaginação material, função diferencial
diminui e tende-se para equivalências; quando nos aproximamos dos elementos
formadores, a função diferencial aumenta e tende-se para valências distintivas ». Depois disto, não nos espantava nada ouvir dizer que o Édipo como estrutura é a trindade cristã, enquanto que o Édipo como crise é a trindade familiar, insuficientemente estruturada pela fé; sempre os dois pólos em razão inversa, Édipo for ever.' Quantas interpretações do lacanismo, oculta ou abertamente piedosas, invocaram um Édipo estrutural para formar e fechar o duplo impasse, para nos reconduzirem à questão do pai, para conseguirem edipianizar o esquizo, e mostrar que uma lacuna no simbólico nos remete para o imaginário e que, inversamente, as insuficiências ou confusões imaginárias nos remetem para a estrutura. Como um célebre precursor dizia aos seus animais: chega de lengalenga…”

Anti-Oedipus: Capitalism and Schizophrenia