Frases sobre força
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“Não imaginava que existisse em São Paulo um cinturão de miséria tão agudo, tão forte e tão contrastante.”

João Dória (1919–2000)

Entrevista, Roda Viva, 7 de Novembro de 2016

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“Vou falar, correndo o risco de parecer ridículo que o verdadeiro revolucionário é guiado por fortes sentimentos de amor, é impossível pensar num revolucionário autêntico sem esta característica.”

Che Guevara (1928–1967) guerrilheiro e político, líder da Revolução Cubana

Variante: O verdadeiro revolucionário é guiado por grandes sentimentos de generosidade; é impossível imaginar um revolucionário autêntico sem esta qualidade.

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“Calcula-se que a Peste Negra matou entre um terço e metade dos europeus, e que teve um impacto equivalente na China. Assinalou, para ambas as civilizações, o termo súbito e selvagem de uma era de crescimento e progresso, exacerbada por uma mudança no clima que trouxe invernos muito mais frios e colheitas devastadas. Na Europa, teria alguns efeitos surpreendentes. Excepcionalmente, uma vez que tanto do indispensável campesinato trabalhador nos países ocidentais, como França e Inglaterra, morreu, os que restaram puderam negociar melhores salários e libertar-se um pouco das exigências dos senhorios. Os começos de uma sociedade mais versátil, já não tão aferrada à propriedade da terra pelas famílias nobres, surgiram em consequência da matança bacteriana.
Estranhamente, na Europa Oriental o efeito foi quase inverso. Os proprietários de terras acabaram por ver o seu poder e alcance acrescidos e arrastaram gradualmente o campesinato sobrevivente para uma sujeição mais pesada, designada pelos historiadores como «segunda servidão». Isto foi possível porque os proprietários da Europa Oriental, que chegaram mais tarde ao feudalismo, eram um pouco mais poderosos e bem enraizados antes de ter chegado a epidemia. As cidades da actual Polónia, da Alemanha Oriental e da Hungria eram menos povoadas e poderosas do que as cidades mercantis – apoiadas no comércio da lã e do vinho – do norte de Itália e de Inglaterra. Os progressos nos direitos jurídicos e no poder das guildas na Europa Ocidental poderão não ter sido extraordinários pelos padrões actuais, mas foram suficientes para terem feito pender a vantagem contra a nobreza, num momento em que a força de trabalho era escassa. A leste, a aristocracia era mais impiedosa e deparava com menos resistência do campesinato disperso. Assim, uma modesta diferença no equilíbrio do poder, subitamente exagerada pelo abalo social decorrente da Peste Negra, provocou mudanças extremamente divergentes que, durante séculos, teriam como efeito um maior avanço e uma maior complexidade social da Europa Ocidental em comparação com territórios de aparência semelhante imediatamente a leste.
A França e a Holanda influenciaram todo o mundo; a Polónia e as terras checas influenciaram apenas o mundo da sua envolvência imediata.
Esses efeitos eram, obviamente, invisíveis para aqueles que atravessaram as devastações da peste, que regressaria periodicamente nos séculos mais próximos. No primeiro regresso, particularmente horrendo, as cidades tornaram-se espectros fantasmagóricos do espaço animado que em tempos haviam sido. Aldeias inteiras esvaziaram-se, deixando os seus campos regressarem ao matagal e aos bosques. Prosperaram a obsessão e o extremismo religiosos, e impregnou-se profundamente no povo cristão uma visão sombria do fim dos tempos. As autoridades vacilavam. As artes e os ofícios decaíram. O papado tremeu. Do outro lado da Eurásia, a glória da China Song desmoronou-se e também aí os camponeses se revoltaram. A mensagem de esperança de Marco Polo ecoou em vão entre povos que ainda não estavam suficientemente fortes para se esticarem e darem as mãos.”

Andrew Marr (1959) jornalista britânico

História do Mundo

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“Aproximávamo-nos agora da floresta enquanto a estrada ia descrevendo uma volta quando demos pelas pegadas de um homem. Depois de outro homem que trazia botas. As marcas mostravam ligeiros sinais de chuva e parámos o carro para ver melhor a pé.
- Tu e eu – disse a Ngui.
- Sim – disse ele com um sorriso – Um deles tem pés grandes e caminha como se estivesse cansado.
- Um está descalço e anda como se a espingarda fosse pesada demais para ele. Pára o carro – disse a Mthuka. Descemos.
- Olha – disse Ngui. – Um anda como se fosse muito velho e mal pudesse ver. O que está calçado.
- Olha – disse eu – O que está descalço anda como quem tem cinco mulheres e vinte vacas. Gastou uma fortuna em cerveja.
- Não vão chegar a lado nenhum – disse Ngui – Olha, o que vai calçado anda como se fosse morrer de um momento para o outro. Vai a cambalear com o peso da espingarda.
- Que achas que andam a fazer por estes lados?
- Como é que hei-de saber? Olha, o dos sapatos agora está mais forte.
- Está a pensar na shamba – disse Ngui.
- Kwenda na shamba.
- Ndio – confirmou Ngui – Que idade dás tu ao mais velho, o dos sapatos?
- Não tens nada com isso – disse eu. Dirigimo-nos para o carro e quando ele se aproximou subimos e eu indiquei a Mthuka a orla da floresta. O condutor ria-se e abanava a cabeça.
- Que é que andavam os dois ali a fazer a seguir as vossas pegadas? – disse Miss Mary – Já sei que era muito engraçado porque todos se estavam a rir. Mas pareceu-me bastante parvo”

Ernest Hemingway (1899–1961)

True At First Light: A Fictional Memoir

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“Você, Lord Byron, é inteligente também, mas uma inteligência fina, penetrante, como aço, como uma espada. Ao contrário de mim, você é mais capaz de se fazer amado do que de amar. Sua lógica é irresistível, mas impiedosa, irritante. É desses remédios que matam a doença e o doente. Você tem sentimento poético, e muito — no entanto é incapaz de escrever um verso que preste. Por quê? Sei lá. Há qualquer coisa que te contém, que te segura, como uma mão. Sua compreensão do mundo, da vida e das coisas é surpreendente, seu olho clínico é infalível, mas você é um homem refreado, bem comportado, bem educado, flor do asfalto, lírio de salão, um príncipe, o nosso Príncipe de Gales, como diz o Hugo. Tem uma aura de pureza não conspurcada, mas é ascético demais, aprimorado demais, debilitado por excesso de tratamento. Não se contamina nunca, e isso humilha a todo mundo. É esportivo, é atlético, é saudável, prevenido contra todas as doenças, mas, um dia, não vai resistir a um simples resfriado: há de cair de cama e afinal descobrir que para o vírus da gripe ainda não existe antibiótico. — Opinião de estudante de Medicina — e Eduardo pro- curava ocultar seu ressentimento com um sorriso. — Você, agora.
(…)
— E você, Eduardo. Você, o puro, o intocado, o que se preserva, como disse Mauro. Seu horror ao compromisso porque você se julga um comprometido, tem uma missão a cumprir, é um escritor. Você e sua simpatia, sua saúde… Bem sucedido em tudo, mas cheio de arestas que ferem sem querer. Seu ar de quem está sempre indo a um lugar que não é aqui, para se encontrar com alguém que não somos nós. Seu desprezo pelos fracos porque se julga forte, sua inteligência incômoda, sua explicação para tudo, seu senso prático — tudo orgulho. O orgulho de ser o primeiro — a vida, para você, é um campeonato de natação. Sua desenvoltura, sua excitação mental, sua fidelidade a um destino certo, tudo isso faz de você presa certa do demônio — mesmo sua vocação para o ascetismo, para a vida áspera, espartana. Você e seus escritores ingleses, você e sua chave que abre todas as portas. Orgulho: você e seu orgulho. De nós três, o de mais sorte, o escolhido, nosso amparo, nossa esperança. E de nós três, talvez, o mais miserável, talvez o mais desgraçado, porque condenado à incapacidade de amar, pelo orgulho, ou à solidão, pela renúncia. Hugo não disse mais nada. E os três, agora, não ousavam levantar a cabeça, para não mostrar que estavam chorando. O garçom veio saber se queriam mais chope, ninguém o atendeu. Alguém soltou uma gargalhada no fundo do bar. Lá fora, na rua, um bonde passou com estrépito.”

O Encontro Marcado

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“A xente boa veu ao mundo para foderse, a mala anda por aí pisando forte. (p. 166)”

Manuel Rivas (1957)

¿Qué me quieres, amor?
Variante: A xente boa veu ao mundo para foderse, a mala anda por aí pisando forte. (p. 166).

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“Serão todas as mulheres mais fortes e melhores do que eu?
- Sim - respondeu ele.”

Lamb: The Gospel According to Biff, Christ's Childhood Pal

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“A Etimologia tentou separar duas raízes: de um lado a raiz-lua que, com men (lua) e mensis (mes) pertence a raíz ma do sacrifício mas; e de outro, a raiz sânscrita manas, com menos (grego), mens (latim) etc., que representa o espirito por excelência.
Da raiz-espírito brota uma ampla ramificação de sentidos espirituais significativos: menos, espirito, coração, alma, coragem, ardor; menoinan, considerar, meditar, desejar; memona, ter em mente, pretender; mainomai pensar e também perder-se em pensamentos e delirar, a qual pertence mania, loucura, possessão e também manteia, profecia. Outros ramos da mesma raiz-espírito são menis, menos, raiva, menuo, indicar, revelar; meno, permanecer, demorar-se, manthano, aprender; menini, lembrar; e mentiri, mentir. Todas essas raízes-espírito originam-se de uma raiz original sânscrita Mati-h, que significa pensamento, intenção.
Em nenhum lugar, seja ele qual for, essa raiz foi colocada em oposição a raiz-lua, men, lua; mensis, mes; mas, que e ligado a ma, medir. Dessa raiz origina-se não só matra-m, medida, mas também metis, inteligência, sabedoria; matiesthai, meditar, ter em mente, sonhar; e, mais ainda, para nossa surpresa, verificamos que essa raiz-lua, pretensamente oposta a raiz-espírito, e da mesma maneira derivada da raiz sânscrita mati-h, significando medida, conhecimento.
Em conseqüência, a única raiz arquetípica subjacente a esses significados e espírito-lua, que se expressa em todas as suas ramificações diversificadas, revelando-nos assim sua natureza e seu significado primordial. O que emana do espírito-lua e um movimento emocional relacionado de perto com as atividades do inconsciente. Na erupção ativa e um espirito igneo: coragem, cólera, possessão e ira; sua auto-revelação conduz a profecia, cogitação e mentira, mas também a poesia. Junto com essa produtividade ignea, no entanto, coloca-se outra atitude mais “ medida “ que medita, sonha, espera e deseja, hesita e se retarda, que se relaciona com a memória e o aprendizado, e cujo efeito e a moderação, a sabedoria e o significado.
Discutindo o assunto em outro lugar, mencionei, como uma atividade primaria do inconsciente, o Einfall, isto e, o pressentimento ou o pensamento que “ estala “ na cabeça. O aparecimento de conteúdos espirituais que penetram na consciência com suficiente forca persuasiva para fascina-la e controla-la, representa provavelmente a primeira forma de emergência do espirito no homem. Enquanto numa consciência ampliada e num ego mais forte esse fator emergente e introjetado e concebido como uma manifestação psíquica interna, no começo parece atingir a psique “ de fora “, como uma revelação sagrada e uma mensagem numinosa dos “ poderes “ ou deuses. O ego, ao experimentar esses conteúdos como vindos de fora, mesmo quando os chama de intuitos ou inspirações, recebe o fenômeno espiritual espontâneo com a atitude característica do ego da consciência matriacal. Porque ainda e verdade, como sempre foi, que as revelações do espírito-lua são recebidas mais facilmente quando a noite anima o inconsciente e provoca a introversão do que a luz brilhante do dia.”

The Fear of the Feminine and Other Essays on Feminine Psychology

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“Então Guinevere quebrou o juramento do matrimônio - disse Nimue. - Você acha que ela foi a primeira? Ou acha que isso a torna uma prostituta? Nesse caso a Britânia está cheia de prostitutas até a borda. Ela não é prostituta, Derfel. Ela é uma mulher forte que nasceu com mente rápida e boa aparência, e Artur amou a aparência e não quis usar a mente dela. Não a deixou torná-lo rei, por isso ela se voltou para aquela religião ridícula. E tudo que Artur fazia era dizer como ela seria feliz quando ele pudesse pendurar Excalibur e começar a criar gado! - Nimue riu da ideia. - E como nunca ocorreu a Artur ser infiel, ele jamais suspeitou de Guinevere. O resto de nós suspeitava, mas não Artur. Ele vivia se dizendo que o casamento era perfeito, e o tempo todo estava a quilômetros de distância e a boa aparência de Guinevere atraía homens como a carniça atrai moscas. E eram homens bonitos, homens inteligentes, homens bem-humorados, homens que queriam o poder, e um era um homem bonito que queria todo o poder que conseguisse agarrar, por isso Guinevere decidiu ajudá-lo. Artur queria um curral de vacas, mas Lancelot quer ser Grande Rei da Britânia, e Guinevere acha esse um desafio mais interessante do que criar vacas ou limpar a merda dos bebês. E aquela religião idiota a encorajou. Árbitra dos tronos! - Ela cuspiu. - Guinevere não estava dormindo com Lancelot porque era uma prostituta, seu grande idiota, estava dormindo com ele pra fazer de seu homem o Grande Rei.”

Enemy of God

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“Trecho do Livro Aforismos de um Niilista por Gerson De Rodrigues​

O Niilista e a Fé

A Religião vem se tornando cada dia mais irracional, se olharmos para a mesma com uma visão cética e cientifica, em um mundo aonde podemos explicar a origem das espécies e testar teorias a respeito da origem do big bang. A falácia mitológica de ‘’deus’’ vem perdendo cada vez mais espaço no senso comum.

Mas seria este um motivo para perder a FÉ?

Para entender deus e a fé, temos que embarcar diretamente na mente dos religiosos. E entender de uma vez por todas por que eles ignoram as verdades da ciência e se prendem em mitos antigos.

Quando você se apega a uma ‘divindade’ como por exemplo:

A ‘’Nossa Senhora de Aparecida’’ você também se apega em todos seus ditos milagres, caindo assim na crendice popular. A crendice popular dos milagres é um dos mais satisfatórios e realizadores ‘’ lugares’’ aonde se encontra a paz de espirito.

Basta uma simples caminhada em uma catedral religiosa como o exemplo de ‘’ Nossa senhora de aparecida’’ e irá perceber a massiva quantidade de pessoas alegando terem recebido um milagre.

Longas caminhadas a pé, carregar uma cruz nas costas, subir escadas de joelhos ou rezar terços. São alguns dos ‘’ Contratos’’ feitos com a suposta entidade de nossa senhora. Prometendo claro, uma infinidade de milagres que desafiam até então a lógica cientifica.

Aqueles que possuem fé em tal entidade veem a vida como uma viagem otimista para o paraíso, aonde todos os males da mesma podem ser facilmente superados por alguns minutos de oração.

As grandes questões cósmicas e filosóficas que transcendem a mente dos intelectuais niilistas, simplesmente não existem nas mentes vazias dos religiosos garantindo para eles a tão aclamada ‘’ Felicidade’’

Então seria esta a resposta?

Reduzir todas as questões, e mazelas da vida em ‘’ deus’’

A grande questão seria:

Vale a pena viver uma mentira? E viver feliz para sempre. Ou agoniar-se de reflexões na imensidão da realidade?

Confesso que a proposta mística da religião é tentadora e a felicidade parece algo encantador. Mas o meu intelecto não me dá o luxo da ignorância, e sim me proporciona fortes doses de questionamento e ‘sofrimento’ diário.

Muitos podem pensar que os Niilistas são hereges, e sua desesperança perante a ‘’ maravilha da vida’’ é diagnosticada de seu ateísmo e falta de crença em deus. Devo concordar veementemente com estes idiotas, os Niilistas são infelizes por não aceitarem a maior benção concedida a estes macacos, a Ignorância.

A ignorância a respeito da realidade e das descobertas cientificas, a ignorância sobre seu verdadeiro lugar no universo, a ignorância a respeito de si mesmo.

O Niilista é o homem ou a mulher que através de grandes doses de questionamento e estudos chegou a fatídica conclusão filosófica que seu lugar na existência é tão insignificante quanto um grão de areia no oceano.”

Gerson De Rodrigues (1995) poeta, escritor e anarquista Brasileiro
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“Um fraco Rei faz fraca a forte gente.”

Luís Vaz de Camões (1524–1580) poeta português

Epic poetry, Os Lusíadas (1572), Canto III

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“Poema – Diário de um homem que nunca existiu

‘’ Como um sátiro
que dança ao
som dos meus gritos de misericórdia
exterminarei todos ao meu redor

Lentamente como as lágrimas
que caem dos meus olhos
sem piedade estriparei a todos

E até que a cólera da depressão
e o tormento da ansiedade
me transforme em um mártir
nenhum de vocês terão paz!

Declaro nestes versos
o suicídio de todos os homens!’’

Infância;
Ainda que em meus
primeiros anos de vida
eu já podia assistir o meu futuro em ruínas

Isolado nas sombras
fui corrompido por uma timidez
que rasgou o meu coração
e dilacerou a minha alma

Sem desistir busquei
refugio em templos sagrados

Mas fui obrigado a assistir
freiras e padres se enforcarem
em suas próprias tripas
com medo da dor
que viam em meus olhos

Adolescência;
Do sangue que escorria
dos meus pulsos
encontrei a rebeldia
para selar a minha dor

Com as minhas próprias mãos
enfrentei o mundo em nome da anarquia

Ainda que as lágrimas estivessem
em meus olhos
eram os meus pais quem sofria

Sufocado pela angustia de existir
me enforquei em meu próprio quarto
enquanto lúcifer gargalhava em silêncio

Vida adulta;
Com marcas em meu corpo
que fariam cristo chorar
sobrevivi a cada tentativa de suicídio

Ontem enterrei a minha mãe
no tumulo ao lado do meu pai

A solidão é minha última companhia
mas quando eu preciso dela
é a depressão que me acolhe

Vivendo como um verme
em meio as ovelhas

Caminho pelas ruas como um estranho
perdido em seu próprio inferno

Suicídio;
sentado em meio as baratas
observo fotografias antigas
que remetem a um passado sórdido

Quando eu ainda era um monstro
rasgando o ventre da minha mãe

Se a minha fé
fosse tão forte quanto
as minhas dores

Dobraria meus joelhos
e clamaria aos céus
para que devolvessem as asas de lúcifer

E beijando as patas do diabo
selaria um pacto de sangue

Me enforque no ventre da minha mãe
para que ela nunca mais precise sofrer de novo
- Gerson De Rodrigues”

Gerson De Rodrigues (1995) poeta, escritor e anarquista Brasileiro

Niilismo Morte Deus Existencialismo Vida Nietzsche

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“Quando os jovens morrem, lembro-me de uma chama forte extinta por uma torrente; mas quando os velhos morrem, é como se um incêndio tivesse se apagado sem o uso da força e por vontade própria, depois que o combustível tivesse sido consumido”
Itaque adulescentes mihi mori sic videntur, ut cum aquae multitudine flammae vis opprimitur, senes autem sic, ut cum sua sponte nulla adhibita vi consumptus ignis exstinguitur; et quasi poma ex arboribus, cruda si sunt, vix evelluntur, si matura et cocta, decidunt, sic vitam adulescentibus vis aufert, senibus maturitas; quae quidem mihi tam iucunda est, ut, quo propius ad mortem accedam, quasi terram videre videar aliquandoque in portum ex longa navigatione esse venturus.

Cícero (-106–-43 a.C.) orador e político romano
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“Poema – Sodoma

No esgoto dos ratos
Os suicidas trepam com as baratas
Para esquecer o seu medo da morte

Enquanto aqueles que já se mataram
Participam de orgias com a mãe de cristo
Em busca de salvação
Da condenação divina;

Há uma jovem neste exato momento
Que teve o seu coração partido

Ela jura que a arma na gaveta do seu pai
Pode solucionar todos os seus problemas

Enquanto o seu vizinho ao lado
Chora todas as manhãs

Com uma única chance
De faze-la sorrir

O quão irônica é a vida?
Enquanto padres estupram crianças

Mães rezam para que cristo as protejam
Do homem que as violentam todos os dias

Como uma sinfonia composta por
Beethoven e apreciada pelo Diabo
A vida e a morte caminham de mãos dadas

Enquanto nós meros mortais
Clamamos por um abraço daqueles
Que nos apunhalaram pelas costas

Um homem de sessenta anos
Teve o seu coração partido
Mais vezes do que todos os seus filhos

Hoje ele chora sozinho em sua sala de estar
Se perguntando por que não teve coragem
De se matar aos dezesseis anos

Talvez porque a dor em seu coração
Não fosse tão forte
Quanto a sua vontade de viver mais um dia?

Vivemos vidas miseráveis
Enquanto nos perdemos em ambições
De uma vida feliz e um amor sincero

Existe um boato no inferno
Que todas as almas felizes são condenadas
Ao abismo da melancolia

Enquanto aqueles que sofreram em vida
São abraçados pelo acalanto amor
De um anjo apaixonado

Mas todos nós sabemos que
Os contos bíblicos são mentiras

Contadas por homens que queimavam
Mulheres inocentes
Em fogueiras de pura covardia e terror

Blasfêmias ofendem mais
Do que crianças morrendo de fome

Ou adolescentes cortando seus pulsos
Enquanto seus pais dizem que o sangue
Que escorre pelas suas veias
É pura frescura

Uma mulher inocente
Foi estuprada por um monstro imundo

Ela se enforca se sentindo culpada
E o crápula é aplaudido pelos vermes
Que chamam de amigos

Vivemos em uma sociedade doente
E o suicídio para alguns é o remédio
Menos doloroso…
- Gerson De Rodrigues”

Gerson De Rodrigues (1995) poeta, escritor e anarquista Brasileiro

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