Frases sobre responsabilidade
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“Conformistas não possuem objetivos claros de vida e possuem um imenso medo de assumir responsabilidades.”

K. Monic (1966)

Fonte: Livro Rastejar ou Voar? A Escolha é Sempre Sua

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“Nossa responsabilidade é muito maior do que poderíamos supor, porque ela engaja a humanidade inteira.”

Jean Paul Sartre (1905–1980) Filósofo existencialista, escritor, dramaturgo, roteirista, ativista político e crítico literário francês

O existencialismo é humanismo

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“É uma falta de responsabilidade esperarmos que alguém faça as coisas por nós.”

John Lennon (1940–1980) foi um músico, cantor, compositor, escritor e ativista britânico

Atribuídas

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“Há quem não confie na integridade e capacidade dos povos para governar-se. Para todos aqueles que entretêm tais receios vou mais respeitosamente dizer que não tenho nenhum receio… Se um homem não é capaz, e não deve ser confiável pelo seu próprio governo, ele será confiável com o governo de outros … Quem, então, irá reger? A resposta deve ser, homens - para nós que não temos anjos sob a forma de homens, até agora, que estejam dispostos a assumir a responsabilidade dos nossos assuntos políticos.”

Andrew Johnson (1808–1875)

There are some who lack confidence in the integrity and capacity of the people to govern themselves. To all who entertain such fears I will most respectfully say that I entertain none... If a man is not capable, and is not to be trusted with the government of himself, is he to be trusted with the government of others... Who, then, will govern? The answer must be, Man — for we have no angels in the shape of men, as yet, who are willing to take charge of our political affairs.
Declaração (1853) como citado em “Andrew Johnson, Plebeian and Pátriot” (1928) por Robert Watson Winston

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“Tempo livre é um eufemismo para o modo peculiar como o trabalho, sendo um fator de produção, não apenas transporta a si mesmo a sua própria custa, de dentro e fora do local de trabalho, mas também assume a responsabilidade primária para a sua própria manutenção e reparo.”

Bob Black (1951)

"Free time is a euphemism for the peculiar way labor as a factor of production not only transports itself at its own expense to and from the workplace but assumes primary responsibility for its own maintenance and repair."

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“Uma única palavra resume a responsabilidade de qualquer vice-presidente, e essa única palavra é 'estar preparado'.”

Dan Quayle (1947) político americano

6 de dezembro de 1993
Fonte: "Vice President Dan Quayle, Hawaii, 12/6/89 (relatado em Esquire, 8 / 92)"

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“Liberdade significa responsabilidade. É por isso que a maioria dos homens teme-a.”

George Bernard Shaw (1856–1950)

Liberty means responsibility. That is why most men dread it.
Man and superman: a comedy and a philosophy - página 273, Bernard Shaw - Brentano's, 1903 - 244 páginas
Variante: Liberdade quer dizer responsabilidade. É por isso que tanta gente tem medo dela.

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“O sono é a morte sem a responsabilidade.”

Sleep is death without the responsibility.
Metropolitan life‎ - Página 91, de Fran Lebowitz - Dutton, 1978, ISBN 0525155627, 9780525155621 - 177 páginas

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“Isso morre comigo. Não conto nem amarrado na árvore levando facão. Assumo toda responsabilidade civil e criminal.”

ao negar-se a contar como usou os supostos R$ 4 milhões que recebeu do Partido dos Trabalhadores durante interrogatório na CPI dos Correios, para não envolver outras pessoas do seu partido que alegou serem inocentes, em 30/Junho/2005.

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“Eles jogam de forma irresponsável, mas com responsabilidade.”

Vanderlei Luxemburgo (1952) Treinador brasileiro de futebol

Wanderley Luxemburgo, técnico da Seleção Brasileira de Futebol, justificando a derrota para os sul-africanos
Fonte: Revista Veja, Edição 1 668 - 27/9/2000 http://veja.abril.com.br/270900/vejaessa.html

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“Vamos pedir a prisão do governador com base na Lei de Responsabilidade Fiscal.”

Cesar Maia (1945) Político Brasileiro

Cesar Maia, prefeito do Rio, ameaçando o governador Anthony Garotinho por ter supostamente deixado um rombo de quase 1 bilhão de reais nas contas do Estado; citado em Revista Veja http://veja.abril.com.br/060302/vejaessa.html, Edição 1 741 - 6 de março de 2002.

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“Natal é um terror que compara favoravelmente com a grande praga de Londres, incêndio de de 1665-66. Ninguém foge dos sentimentos de desânimo mortal, inaptidão, frustração, solidão, culpa e compadecem. Ninguém escapa de sentir-se usado pela sociedade, pela religião, pelos amigos e parentes, pelos responsabilidades totalmente artificiais de estender saudações falsas, enviar cartões banais, reciprocidar presentes não solicitados, indo a festas obtusos, agüentam conhecimentos e advertências da família o resto do ano… em resumo, de ser brutalizado por um 'feriado' que perdeu praticamente todos seus significados originais e tornou-se um estratagema de comercialização de aparelhos de televisão a cores, e destruidores das florestas.”

"Christmas is an awfulness that compares favorably with the great London plague and fire of 1665-66. No one escapes the feelings of mortal dejection, inadequacy, frustration, loneliness, guilt and pity. No one escapes feeling used by society, by religion, by friends and relatives, by the utterly artifical responsiblities of extending false greetings, sending banal cards, reciprocating unsolicated gifts, going to dull parties, putting up with acquaintances and family one avoids all the rest of the year...in short, of being brutalized by a 'holiday' that has lost virtually all of its original meanings and has become a merchandising ploy for color tv set manufacturers and ravagers of the woodlands".
Harlan Ellison; Fonte: "No Offense Intended, But Fuck Xmas!", The Harlan Ellison Hornbook

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“A criatividade e a responsabilidade não se encaixam em conjunto.”

Bart Kosko (1960)

Bart Kosko in "fuzzy-logisch" [lógica fuzzy], 1993

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“Decididamente, eu precisava dar razão a Béatrice Berlowitz à Vladimir Jankélévitch : o gravador é somente a miserável e exorbitante autorização dada pela técnica para se escapar à solidão do livro e à responsabilidade da escritura.”

" Il me fallait décidément donner raison à Béatrice Berlowitz et à Vladimir Jankélévitch : le magnétophone n’est rien d’autre que la misérable et exorbitante autorisation donnée par la technique d’échapper à la solitude du livre et à la responsabilité de l’écriture ".
L’Ingratitude
Fonte: L’Ingratitude - Editora Gallimard, 1999, página 10, ISBN 2-07-075478-2

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“A Democracia é o regime da responsabilidade.”

José de Paiva Netto (1941) Escritor, radialista, educador brasileiro e atual presidente da Legião da Boa Vontade

citado no artigo http://www.paivanetto.com/index.php/pt/artigo?cm=411&cs=100 "Manifesto da Boa Vontade (IV)"

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“Embora em nosso país o Magistrado Principal deve quase por necessidade ser escolhido por um partido e posição prometida a seus princípios e medidas, ainda na sua ação oficial ele não deve ser o Presidente de uma parte só, mas das pessoas inteiras dos Estados Unidos. Enquanto executa as leis com uma mão imparcial, não encolhe de responsabilidade adequada, e fielmente executa no departamento executivo do Governo os princípios e política daqueles que o escolheram, ele não deve ser desatento que os nossos concidadões que diferiram com ele em opinião tem o direito ao pleno e livre exercício de suas opiniões e julgamentos, e que os direitos de todos são respeitados e considerados.”

James Knox Polk (1795–1849) político estadunidense, 11° presidente dos Estados Unidos da América

Although in our country the Chief Magistrate must almost of necessity be chosen by a party and stand pledged to its principles and measures, yet in his official action he should not be the President of a part only, but of the whole people of the United States. While he executes the laws with an impartial hand, shrinks from no proper responsibility, and faithfully carries out in the executive department of the Government the principles and policy of those who have chosen him, he should not be unmindful that our fellow-citizens who have differed with him in opinion are entitled to the full and free exercise of their opinions and judgments, and that the rights of all are entitled to respect and regard.
Discurso de posse (4 de março de 1845)

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“Fico com a responsabilidade. Não a atiro nem para cima nem para baixo.”

Filinto Müller (1900–1973)

Respondendo as acusações, de que era torturador; em 1973; citado em "Brasil: uma história‎" - Página 336, de Eduardo Bueno - Atica, 2003, ISBN 8508082134, 9788508082131 - 447 páginas.

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“Sempre quis enfrentá-lo. Quero aproveitar a oportunidade e fazer o meu melhor em quadra. Hoje, a responsabilidade é muito mais dele do que minha”

Sobre enfrentar Roger Federer pelas oitavas de final do Masters 1000 de Indian Wells.
Verificadas
Fonte: Gazeta Esporto. Data: 14 de março de 2012.
Fonte: Francoatirador contra Federer, Bellucci diz: sempre quis enfrentá-lo, Gazeta Esportiva, 14 de março de 2012 http://www.gazetaesportiva.net/noticia/2012/03/tenis/francoatirador-contra-federer-bellucci-diz-sempre-quis-enfrentalo.html,

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“Ser jovem é bom pela falta de preocupação. A gente vai adquirindo maturidade, mas não tem tanta responsabilidade, não tem contas vencendo no fim do mês. Tenho mais tempo para aproveitar, para relaxar.”

Bruna Marquezine (1995) Atriz brasileira

Respondendo à pergunta “Qual a melhor parte de não ser adulta ainda?”
Verificadas
Fonte: Quem Online. Data: 24 de novembro de 2011.

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“Uma das coisas irritantes sobre acreditar no livre-arbítrio e responsabilidade individual é a dificuldade de encontrar alguém para culpar pelos seus problemas. E quando você encontrar alguém, é notável a forma como muitas vezes a imagem dela aparece em sua carteira de motorista.”

One of the annoying things about believing in free will and individual responsibility is the difficulty of finding somebody to blame your problems on. And when you do find somebody, it's remarkable how often his picture turns up on your driver's license.
Rolling Stone (30 de Novembro de 1989 http://books.google.com/books?id=4cl5c4T9LWkC&pg=PA347&lpg=PA347&dq=%22the+annoying+things+about+believing+in+free+will+and+individual+responsibility%22&source=bl&ots=87tHwdgxHT&sig=t-cX3HtpzKcKAd5GztMu4YkLLgM&hl=en&ei=Jl7OSvzgFpCMtgemntGEBA&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=7&ved=0CBwQ6AEwBg#v=onepage&q=%22the%20annoying%20things%20about%20believing%20in%20free%20will%20and%20individual%20responsibility%22&f=false)

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“É uma questão que tem de ser discutida no Parlamento. Porque esta é uma prerrogativa exclusiva do Congresso Nacional, a convocação de plebiscito. Ela, portanto, não responde às questões que dizem respeito específico à responsabilidade do governo federal e transfere a responsabilidade desta questão para o Congresso.”

Aécio Neves (1960) político brasileiro

Aécio Neves em nota depois do pronunciamento de Dilma no dia 24 de junho de 2013.
Fonte 247 http://www.brasil247.com/pt/247/minas247/106397/A%C3%A9cio-Dilma-frustrou-todos-os-brasileiros.htm

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“Um herói é alguém que entende a responsabilidade que vem com a sua liberdade.”

Bob Marley (1945–1981) foi um cantor, guitarrista (raggae) e compositor jamaicano famoso por popularizar o gênero
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“Como mãe, eu sei que é minha responsabilidade e de ninguém mais, criar e educar os meus filhos.”

Michelle Obama (1964) advogada, escritora, e 44ª primeira-dama dos Estados Unidos da América
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“Tudo quanto aumenta a liberdade, aumenta a responsabilidade.”

Victor Hugo (1802–1885) poeta, romancista e dramaturgo francês

Tout ce qui augmente la liberté augmente la responsabilité.
Actes et paroles: Depuis l'exil, 1870-1876 - Volume 3 - Página xlii https://books.google.com.br/books?id=_nEtAAAAMAAJ&pg=PR42, Victor Hugo - M. Lévy, 1876

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“O talento é um título de responsabilidade.”

Charles de Gaulle (1890–1970) 18° presidente da República Francesa, Líder da França Livre e Co-principe de Andorra
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“Uma das poucas coisas da infância no Meio-Oeste que ainda me fazem falta é essa convicção bizarra, iludida porém inabalável, de que tudo ao meu redor existia única e exclusivamente Para Mim. Serei eu o único a ter possuído essa sensação profunda e estranha quando criança? - de que tudo exterior a mim existia apenas na medida em que me afetava de alguma maneira? - de que todas as coisas eram de alguma maneira, por via de alguma atividade adulta obscura, especialmente dispostas ao meu favor? Alguém mais se identifica com essa memória? A criança deixa um quarto e agora tudo naquele quarto, assim que ela não está mais lá para ver, se dissolve numa espécie de vácuo de potencial ou então (minha teoria pessoal da infância) é levado embora por adultos escondidos e armazenado até que uma nova entrada da criança no quarto ponha tudo de volta em serviço ativo. Será que era insanidade? Era radicalmente egocêntrica, é claro, essa convicção, e consideravelmente paranoica. Fora a responsabilidade que implicava: se o mundo inteiro se dissolvia e se desfazia cada vez que eu piscava, o que aconteceria se meus olhos não abrissem?

Talvez o que me faça falta agora seja o fato de o egocentrismo radical e delusório de uma criança não lhe trazer conflitos nem dor. Cabe a ela o tipo de solipsismo majestosamente inocente de, digamos, o Deus do bispo Berkeley: as coisas não são nada até que sua visão as extraia do vazio: sua estimulação é a própria existência do mundo. E talvez por isso uma criança pequena tema tanto o escuro: não tanto pela possível presença de coisas cheias de dentes escondidas no escuro, mas precisamente pela ausência de tudo que sua cegueira apagou. Para mim, ao menos, com o devido respeito aos sorrisos indulgentes dos meus pais, esse era o verdadeiro motivo por trás da necessidade de uma luz noturna: ela mantinha o mundo nos eixos.”

David Foster Wallace (1962–2008)

Ficando Longe do Fato de já Estar Meio que Longe de Tudo

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“Ian permaneceria na aldeia por alguns dias, para se certificar de que Hiram e o povo de Pássaro estavam de comum acordo. No entanto, Jamie não estava absolutamente certo de que o senso de responsabilidade de Ian fosse sobrepujar seu senso de humor - de certa forma, o senso de humor de Ian tendia para o lado dos índios. Uma palavra da parte de Jamie poderia, portanto, vir a calhar, só por precaução.
- Ele tem mulher - Jamie disse a Pássaro, indicando Hiram com um movimento da cabeça, o qual agora estava empenhado em uma conversa séria com dois dos índios mais velhos. - Acho que ele não gostaria de uma mulher em sua cama. Ele pode ser indelicado com ela, não compreendendo o gesto de cortesia.
- Não se preocupe - Penstemon disse, ouvindo a conversa. Olhou para Hiram e seu lábio curvou-se com desdém. - Ninguém iria querer um filho DELE. Agora, um filho SEU, Matador-de-Urso… - Ela lhe lançou um longo olhar por baixo das pestanas e ele riu, saudando-a com um gesto de respeito.
Era uma noite perfeita, fria e revigorante, e a porta foi deixada aberta para que o ar pudesse entrar. A fumaça da fogueira erguia-se reta e branca, fluindo na direção do buraco no teto, seus fantasmas móveis parecendo espíritos ascendendo de alegria.
Todos haviam comido e bebido ao ponto de um agradável estupor, e houve um silêncio momentâneo e uma difusa sensação de paz e felicidade.
- É bom para os homens comerem como irmãos - Hiram observou para Urso-em-Pé, em seu titubeante tsalagi. Ou melhor, tentou. E afinal, Jamie refletiu, sentindo suas costelas rangerem sob a tensão, era realmente uma diferença muito pequena entre "como irmãos" e "seus irmãos".
Urso-em-Pé deu um olhar pensativo a Hiram e afastou-se disfarçadamente para longe dele.
Pássaro observou isso e, após um momento de silêncio, virou-se para Jamie.
- Você é um homem muito engraçado, Matador-de-Urso - ele repetiu, sacudindo a cabeça. - Você venceu.”

A Breath of Snow and Ashes

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“A idéia do eterno retorno é uma idéia misteriosa, e uma idéia com a qual Nietzsche muitas vezes deixou perplexos outros filósofos: pensar que tudo se repete da mesma forma como um dia o experimentamos, e que a própria repetição repete-se ad infinitum! O que significa esse mito louco? De um ponto de vista negativo, o mito do eterno retorno afirma que uma vida que desaparece de uma vez por todas, que não retorna, é feito uma sombra – sem peso, morta de antemão; quer tenha sido horrível, linda ou sublime, seu horror, sublimidade ou beleza não significam coisa alguma. Uma tal vida não merece atenção maior do que uma guerra entre dois reinos africanos no século XIV, uma guerra que nada alterou nos destinos do mundo, ainda que centenas de milhares de negros tenham perecido em excruciante tormento. Algo se alterará nessa guerra entre dois reinos africanos do século XIV, se ela porventura repetir-se sempre, retornando eternamente? Sim: ela se tornará uma massa sólida, constantemente protuberante, irreparável em sua inanidade. Se a Revolução Francesa se repetisse eternamente, os historiadores franceses sentiriam menos orgulho de Robespierre. Como, porém, lidam com algo que jamais se repetirá, os anos sangrentos da Revolução transformaram-se em meras palavras, teorias e discussões; tornaram-se mais leves que plumas, incapazes de assustar quem quer que seja. Há uma diferença infinita entre um Robespierre que ocorre uma única vez na história e outro que retorna eternamente, decepando cabeças francesas. Concordemos, pois, em que a idéia do eterno retorno implica uma perspectiva a partir da qual as coisas mostram-se diferentemente de como as conhecemos: mostram-se privadas da circunstância atenuante de sua natureza transitória. Essa circunstância atenuante impede-nos de chegar a um veredicto. Afinal, como condenar algo que é efêmero, transitório? No ocaso da dissolução, tudo é iluminado pela aura da nostalgia, até mesmo a guilhotina. Não faz muito tempo, flagrei-me experimentando uma sensação absolutamente inacreditável. Folheando um livro sobre Hitler, comovi-me com alguns de seus retratos: lembravam minha infância. Eu cresci durante a guerra; vários membros de minha família pereceram nos campos de concentração de Hitler; mas o que foram suas mortes comparadas às memórias de um período já perdido de minha vida, um período que jamais retornaria? Essa reconciliação com Hitler revela a profunda perversidade moral de um mundo que repousa essencialmente na inexistência do retorno, pois, num tal mundo, tudo é perdoado de antemão e, portanto, cinicamente permitido. Se cada segundo de nossas vidas repete-se infinitas vezes, somos pregados à eternidade feito Jesus Cristo na cruz. É uma perspectiva aterrorizante. No mundo do eterno retorno, o peso da responsabilidade insuportável recai sobre cada movimento que fazemos. É por isso que Nietzsche chamou a idéia do eterno retorno o mais pesado dos fardos (das schwerste Gewicht). Se o eterno retorno é o mais pesado dos fardos, então nossas vidas contrapõem-se a ele em toda a sua esplêndida leveza. Mas será o peso de fato deplorável, e esplêndida a leveza? O mais pesado dos fardos nos esmaga; sob seu peso, afundamos, somos pregados ao chão. E, no entanto, na poesia amorosa de todas as épocas, a mulher anseia por sucumbir ao peso do corpo do homem. O mais pesado dos fardos é, pois, simultaneamente, uma imagem da mais intensa plenitude da vida. Quanto mais pesado o fardo, mais nossas vidas se aproximam da terra, fazendo-se tanto mais reais e verdadeiras. Inversamente, a ausência absoluta de um fardo faz com que o homem se torne mais leve do que o ar, fá-lo alçar-se às alturas, abandonar a terra e sua existência terrena, tornando-o apenas parcialmente real, seus movimentos tão livres quanto insignificantes. O que escolheremos então? O peso ou a leveza? (…) Parmênides respondeu: a leveza é positiva; o peso, negativo. Tinha ou não razão?”

Milan Kundera (1929–2023)
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“Das feições de alma que caracterizam o povo português, a mais irritante é, sem dúvida, o seu excesso de disciplina. Somos o povo disciplinado por excelência. Levamos a disciplina social àquele ponto de excesso em que coisa nenhuma, por boa que seja — e eu não creio que a disciplina seja boa — por força que há-de ser prejudicial. Tão regrada, regular e organizada é a vida social portuguesa que mais parece que somos um exército do que uma nação de gente com existências individuais. Nunca o português tem uma ação sua, quebrando com o meio, virando as costas aos vizinhos. Age sempre em grupo, sente sempre em grupo, pensa sempre em grupo. Está sempre à espera dos outros para tudo. E quando, por um milagre de desnacionalização temporária, pratica a traição à Pátria de ter um gesto, um pensamento, ou um sentimento independente, a sua audácia nunca é completa, porque não tira os olhos dos outros, nem a sua atenção da sua crítica. Parecemo-nos muito com os Alemães. Como eles, agimos sempre em grupo, e cada um do grupo porque os outros agem. Por isso aqui, como na Alemanha, nunca é possível determinar responsabilidades; elas são sempre da sexta pessoa num caso onde só agiram cinco. Como os Alemães, nós esperamos sempre pela voz de comando. Como eles, sofremos da doença da Autoridade — acatar criaturas que ninguém sabe porque são acatadas, citar nomes que nenhuma valorização objetiva autentica como citáveis, seguir chefes que nenhum gesto de competência nomeou para as responsabilidades da ação. Como os Alemães, nós compensamos a nossa rígida disciplina fundamental por uma indisciplina superficial, de crianças que brincam à vida. Refilamos só de palavras. Dizemos mal só às escondidas. E somos invejosos, grosseiros e bárbaros, de nosso verdadeiro feitio, porque tais são as qualidades de toda a criatura que a disciplina moeu, em quem a individualidade se atrofiou. Diferimos”

Fernando Pessoa (1888–1935) poeta português

Escritos sobre Política e Sociedade: Obra Completa de Fernando Pessoa VI