Frases sobre óbvio

Uma coleção de frases e citações sobre o tema da óbvio, coisa, ser, todo.

Frases sobre óbvio

“Nos bastidores

…foram ouvidas as tuas palavras; e, por causa das tuas palavras, é que eu vim. v.12

Minha filha enviou uma mensagem a um amigo, esperando receber logo a resposta. O telefone mostrava que a mensagem fora lida, e ela esperou ansiosa. Momentos depois, frustrada, gemeu de irritação pela demora. A irritação virou preocupação, e ela se questionou se isso significava que havia um problema entre ambos. A resposta veio e ela se sentiu aliviada ao ver que tudo estava bem. O amigo simplesmente levara algum tempo verificando os detalhes necessários.

O profeta Daniel também aguardou ansiosamente por uma resposta. Após receber a visão assustadora de grande guerra, Daniel jejuou e buscou a Deus em humilde oração (10:3,12). Durante três semanas, ficou sem resposta (vv.2,13). Finalmente, um anjo assegurou a Daniel de que suas preces tinham sido ouvidas “desde o primeiro dia”. Nesse meio tempo, o anjo estava lutando em defesa dessas orações. Embora Daniel não soubesse no início, Deus estava agindo durante cada um dos 21 dias que decorreram entre a primeira oração e a vinda do anjo.

Confiar que Deus ouve as nossas orações (Salmo 40:1) pode nos tornar ansiosos quando a resposta divina não vem quando a desejamos. Tendemos a questionar se o Senhor se importa. No entanto, a experiência de Daniel nos lembra de que Deus está agindo em favor dos que ama, mesmo se isso não nos parecer óbvio.

Deus está sempre pronto a agir em favor do Seu povo. Kirsten Holmberg”

“Não é esse


Estabeleça-se, e seja para sempre engrandecido o teu nome […] O Senhor dos Exércitos é o Deus de Israel… v.24


Davi elaborou os planos, projetou o mobiliário, recolheu os materiais e fez todos os arranjos (1 Crônicas 28:11-19). Mas o primeiro templo construído em Jerusalém é conhecido como o Templo de Salomão, não de Davi.

Porque Deus tinha dito: Não é você o escolhido (v.4). Deus tinha escolhido Salomão, o filho de Davi, para construir o Templo. A resposta de Davi para esta negação foi exemplar. Ele se concentrou naquilo que Deus faria, em vez de naquilo que ele próprio não poderia fazer (vv.16-25). Manteve um espírito de gratidão. Fez tudo o que podia e reuniu homens capazes para ajudar Salomão na construção do Templo (1Crônicas 22).

J. G. McConville, comentarista da Bíblia escreveu: “Muitas vezes, podemos ter que aceitar que o trabalho que gostaríamos muito de realizar em termos de serviço cristão, não é aquele para o qual estamos mais bem equipados, e nem aquele para o qual Deus, de fato, nos chamou. Pode ser, como o de Davi, um trabalho preparatório, que leva a algo obviamente maior.”

Davi procurou a glória de Deus, não a sua própria. Ele fielmente fez tudo que podia para o Templo do Senhor, estabeleceu uma base sólida para quem viria depois dele para completar o trabalho. Que nós, da mesma forma, aceitemos as tarefas que Deus nos confiou e o sirvamos com o coração agradecido! Nosso amoroso Deus está fazendo algo “obviamente maior.”

Deus pode ocultar o propósito de Seus caminhos, 
mas Seus caminhos têm propósitos. Poh Fang Chia”

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“Não gostamos de coisas óbvias, se é óbvio não tem graça.”

Kurt Cobain (1967–1994) Vocalista, guitarrista, compositor e músico

Atribuídas

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“É espantosamente óbvio que nossa tecnologia excede nossa humanidade.”

Albert Einstein (1879–1955)

Variante: Tornou-se chocantemente óbvio que a nossa tecnologia excedeu a nossa humanidade.

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“Eu fui morar na Vila Carioca, que dava enchente todo final de ano. Não é de hoje que dá enchente. Naquele tempo, eu trabalhava nos Armazéns Gerais Colúmbia… A gente, muitas vezes, não ia trabalhar porque a [avenida] Presidente Wilson enchia e, obviamente eu gostava porque não tinha que trabalhar naquele dia.”

Luiz Inácio Lula da Silva (1945) político brasileiro, 35º presidente do Brasil

Sobre as enchentes em São Paulo, no discurso de comemoração dos 456 anos da cidade de São Paulo
Biografia, 2010
Fonte: Declaração feita em São Paulo em 25.01.2010 http://www1.folha.uol.com.br/folha/videocasts/ult10038u684869.shtml

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“Muitos indivíduos ortodoxos dão a entender que é papel dos céticos refutar os dogmas apresentados – em vez de os dogmáticos terem de prová-los. Essa idéia, obviamente, é um erro. De minha parte, poderia sugerir que entre a Terra e Marte há um pote de chá chinês girando em torno do Sol em uma órbita elíptica, e ninguém seria capaz de refutar minha asserção, tendo em vista que teria o cuidado de acrescentar que o pote de chá é pequeno demais para ser observado mesmo pelos nossos telescópios mais poderosos. Mas se afirmasse que, devido à minha asserção não poder ser refutada, seria uma presunção intolerável da razão humana duvidar dela, com razão pensariam que estou falando uma tolice. Entretanto, se a existência de tal pote de chá fosse afirmada em livros antigos, ensinada como a verdade sagrada todo domingo e instilada nas mentes das crianças na escola, a hesitação de crer em sua existência seria sinal de excentricidade.”

Bertrand Russell (1872–1970)

Many orthodox people speak as though it were the business of sceptics to disprove received dogmas rather than of dogmatists to prove them. This is, of course, a mistake. If I were to suggest that between the Earth and Mars there is a china teapot revolving about the sun in an elliptical orbit, nobody would be able to disprove my assertion provided I were careful to add that the teapot is too small to be revealed even by our most powerful telescopes. But if I were to go on to say that, since my assertion cannot be disproved, it is intolerable presumption on the part of human reason to doubt it, I should rightly be thought to be talking nonsense. If, however, the existence of such a teapot were affirmed in ancient books, taught as the sacred truth every Sunday, and instilled into the minds of children at school, hesitation to believe in its existence would become a mark of eccentricity and entitle the doubter to the attentions of the psychiatrist in an enlightened age or of the Inquisitor in an earlier time.
" Is There a God? http://www.cfpf.org.uk/articles/religion/br/br_god.html" (1952), encomendado pela revista ilustrada, mas não publicado até a sua aparição em "The Collected Papers of Bertrand Russell", Volume 11: Last Philosophical Testament, 1943-68, ed. John G. Slater e Peter Köllner (London: Routledge, 1997), pp. 543-48

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“Se você ama animais, obviamente não faz sentido machucá-los.”

Morrissey (1959)

Fonte: Revista dos Vegetarianos, Ano 6, nº. 61.

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“Só os profetas enxergam o óbvio.”

Nélson Rodrigues (1912–1980) escritor e dramaturgo brasileiro

A menina Sem Estrela
Fonte: A menina Sem Estrela: memórias - Página 231, de Nelson Rodrigues, Ruy Castro - Publicado por Companhia das Letras, 1992 ISBN 8571643547, 9788571643543 - 279 páginas

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“Um homem deve ter uma nacionalidade, assim como deve ter um nariz e duas orelhas. […] Tudo isso parece óbvio, embora, sinto, não seja verdade.”

Ernest Gellner (1925–1995)

A man must have a nationality as he must have a nose and two ears. [...] All this seems obvious, though, alas, it is not true.
Nations and nationalism - Página 6 http://books.google.com.br/books?id=XPHpUSUAsF0C&pg=PA6, Ernest Gellner, John Breuilly - Cornell University Press, 2008, ISBN 0801475007, 9780801475009 - 152 páginas

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“Obviamente o que não presta sempre me interessou muito.”

Clarice Lispector (1920–1977) Escritora ucraniano-brasileira

Variante: O que obviamente não presta sempre me interessou muito.

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“Em Wittenberg, o pensamento de Lutero relativo ao pecado e à redenção desafiou muito do ensino tradicional. Os académicos continuam a debater o verdadeiro grau de radicalidade da sua teologia – decerto não era única. A essência do problema era esta. A mais antiga tradição escolástica medieval insistia que o Deus do amor condenava a humanidade pecadora ao Inferno com base em leis tão estritas e ferozes que não podiam ser cumpridas à letra. A perspectiva de Lutero concluía que a humanidade era totalmente pecaminosa, corrupta, decadente e não podia ser transformada numa criatura que merecesse o Paraíso pela simples repetição de orações ou realização de obras caridosas.
Como podia então alguém aceder à salvação? Num mundo tão intensamente religioso, tratava-se de uma questão urgente.
Lutero resolveu-a quando concluiu que Deus ignorava os pecados daqueles que tinham verdadeira fé – aqueles que eram salvos, os eleitos. O pecado era demasiado poderoso para ser derrotado pela acção humana. Só um milagre de amor divino poderia vencê-lo. O sacrifício de Cristo, ao tomar sobre si mesmo as consequências da tendência para o pecado da humanidade, foi o meio pelo qual se realizou esse milagre. Para se ser salvo, apenas era necessária verdadeira fé nisto. O problema óbvio da conceção de Lutero é que implicava que o comportamento pecaminoso não importava necessariamente. Tenter vencer o pecado no quotidiano era inútil. A fé era tudo o que contava. A resposta de Lutero a uma tal objecção foi que os que obtivessem a salvação sentir-se-iam tão gratos que não quereriam pecar. (Isto, como concluiriam muitas gerações de protestantes, era um bocadinho fácil de mais): a sátira do escritor escocês James Hogg, Confissões de um Pecador Justificado, zurzia a facilidade com que hipócritas podiam conseguir o seu bolo pecaminoso e comê-lo).
O pensamento de Lutero era o de um intelectual cristão que acabara a censurar o pensamento grego clássico, cerebral e sofisticado, de Platão e Aristóteles, sobre o qual se sustentava a teologia tradicional da Igreja. O seu principal impulso, quando chegou à sua conclusão sobre o pecado, foi emocional e pessoal, um sentimento premente de libertação e alegria que exigia ser comunicado – e que nada tinha a ver com a hierarquia ou as liturgias da Igreja. Descreveu-se a si mesmo como sentindo-se «de novo nascido», uma experiência que se encontra ainda no âmago do actual protestantismo evangélico.
Isto teria sempre empurrado um homem como Lutero, uma estranha combinação de brutamontes e sonhador, para uma desavença com as autoridades eclesiásticas. Contudo, foi a prática do comércio de indulgências que o levou a perder a paciência.”

Andrew Marr (1959) jornalista britânico

História do Mundo

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“É preciso ter uma mente muito fora do comum para analisar o óbvio.”

Alfred North Whitehead (1861–1947)

It requires a very unusual mind to undertake the analysis of the obvious.
Alfred North Whitehead: an anthology - página 366, Alfred North Whitehead, Filmer Stuart Cuckow Northrop - Macmillan, 1953 - 928 páginas

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“O mundo está cheio de coisas obvias, que ninguém, em momento algum, observa!.”

The world is full of obvious things which nobody by any chance ever observes.
The Hound of the Baskervilles‎ - página 26, Arthur Conan Doyle, Forgotten Books, ISBN 1606800000, 9781606800003

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“O óbvio, Lóri, é a verdade mais difícil de se enxergar”

Clarice Lispector (1920–1977) Escritora ucraniano-brasileira

Clarice Lispector, in: Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres
Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres

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“Nenhuma verdade me parece mais evidente que os animais serem dotados de pensamento e razão tal como os homens. Os argumentos neste caso são tão óbvios, que nunca escapam aos mais estúpidos e ignorantes.”

David Hume (1711–1776) Filósofo, historiador e ensaísta britânico

Next to the ridicule of denying an evident truth, is that of taking much pins to defend it; and no truth appears to me more evident, than the beasts are endow'd with thought and reason, as well as men. The arguments are in this case so obvious, that they never escape the most stupid and ignorant.
A treatise of human nature: reprinted from the original ed. in 3 v‎ - Página 176, David Hume - Clarendon Press, 1949 - 709 páginas

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“Obviamente, eu estou muito mais calmo do que eu estava nos momentos após a corrida. Naquela hora, eu reagi emocionalmente à situação. É sempre muito fácil adotar um tom e dizer coisas que podem ser interpretadas de maneira errada, dando razões para suspeitas, algo que eu nunca quis fazer. Claro, eu entendo que os comissários têm um trabalho difícil a fazer e eles têm de tomar decisões que não são fáceis. O que eu quis dizer é que os pilotos, como nós (da Ferrari), que respeitamos as regras, infelizmente, nesta situação, sofreram muito mais que aqueles que as quebraram, mesmo que eles tenham sido punidos”

Fernando Alonso (1981) piloto espanhol de Fórmula 1

Desculpando-se por ter dito que o GP da Europa de 2010 havia sido manipulado.
Verificadas
Fonte: GLOBOESPORTE.COM. Publicado em 30 de Junho de 2010.
Fonte: GLOBOESPORTE.COM - Alonso volta atrás e pede desculpas por críticas: "Reagi emocionalmente" http://globoesporte.globo.com/motor/formula-1/noticia/2010/06/alonso-volta-atras-e-pede-desculpas-por-criticas-reagi-emocionalmente.html

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“Depois do rosto, as mãos são a parte do corpo humano que mais obviamente expressa a emoção.”

Henry Moore (1898–1986)

Hands, after the face, are the most obvious part of the human body for expressing emotion.
Henry Moore-- Writings and Conversations: Writings and Conversations‎ - Página 220, de Henry Moore, Alan G. Wilkinson - Publicado por University of California Press, 2002, ISBN 0520231619, 9780520231610 - 320 páginas

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“Será uma grande honra representar meu país. Estou ansiosa para a temporada de grama. é um grande objetivo todo ano. E, obviamente, duas semanas depois teremos a Olimpíada [de 2012], que eu nunca pude disputar, mas que almejo fazer parte desde a infância. Na Rússia, como atleta, é o meu maior sonho, o principal objetivo”

Verificadas
Fonte: R7. Data: 6 de fevereiro de 2012.
Fonte: Maria Sharapova diz que vai priorizar Londres 2012, R7, 6 de fevereiro de 2012 http://esportes.r7.com/esportes-olimpicos/noticias/maria-sharapova-diz-que-vai-priorizar-londres-2012-20120206.html,

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“Que os judeus são ligados à Deus de uma maneira especial e que Deus não quer que essa ligação fracasse é inteiramente óbvio.”

Papa Bento XVI (1927) professor académico alemão, Papa Emérito

Enquanto cardeal, Religião e Fé, Judeus

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“Havendo olhos suficientes, todos os erros são óbvios.”

Given enough eyeballs, all bugs are shallow.
"The cathedral and the bazaar: musings on Linux and Open Source by an accidental revolutionary" - Página 30, de Eric S. Raymond - Editora O'Reilly, 2001, ISBN 0596001088, 9780596001087 - 241 páginas

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“É obviamente apenas uma coincidência.”

Celso Pitta (1946–2009) políticio brasileiro

Sobre as ligações de sua mulher, Nicéa, e parentes de seu antecessor, Paulo Maluf, com os fornecedores de frango para a prefeitura.
Fonte: Revista Veja http://veja.abril.com.br/130897/p_017.html

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“É óbvio que o Pelé é um cara beijável, mas não na boca.”

André Gonçalves, ator, referindo-se ao episódio em que assediou o craque num vôo entre São Paulo e Nova York, há três anos.
Fonte: Revista ISTOÉ Gente, edição 266 http://www.terra.com.br/istoegente/266/frases/index.htm (13/09/2004)

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“Obviamente, eu teria gostado muito dela se a tivesse conhecido e claro que era uma mulher inspiradora, digna de admiração. Como é lógico e conforme foram passando os dias, percebi que é uma família maravilhosa e todos os membros que conheci foram muito inspiradores para mim.”

Catarina, Duquesa de Cambridge (1982) Esposa do príncipe Guilherme, Duque de Cambridge

Em resposta à pergunta: “Vai fazer parte de uma família real com grande tradição. A mãe de William foi uma personalidade muito relevante, um ícone, a figura máxima da nossa época. Isso preocupa-os? Intimida-os? Pensam muito sobre isso, a Kate em particular?”
Verificadas
Fonte: Caras. Data: 17 Novembro 2010.

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“O que obviamente não presta sempre me interessou muito. Gosto de um modo carinhoso do inacabado, do malfeito, daquilo que desajeitadamente tenta um pequeno voo e cai sem graça no chão.”

Clarice Lispector (1920–1977) Escritora ucraniano-brasileira

Variante: O que obviamente não presta sempre me interessou muito. Gosto de um modo carinhoso do inacabado, do malfeito, daquilo que desajeitadamente tenta um pequeno vôo e cai sem graça no chão.

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“Calcula-se que a Peste Negra matou entre um terço e metade dos europeus, e que teve um impacto equivalente na China. Assinalou, para ambas as civilizações, o termo súbito e selvagem de uma era de crescimento e progresso, exacerbada por uma mudança no clima que trouxe invernos muito mais frios e colheitas devastadas. Na Europa, teria alguns efeitos surpreendentes. Excepcionalmente, uma vez que tanto do indispensável campesinato trabalhador nos países ocidentais, como França e Inglaterra, morreu, os que restaram puderam negociar melhores salários e libertar-se um pouco das exigências dos senhorios. Os começos de uma sociedade mais versátil, já não tão aferrada à propriedade da terra pelas famílias nobres, surgiram em consequência da matança bacteriana.
Estranhamente, na Europa Oriental o efeito foi quase inverso. Os proprietários de terras acabaram por ver o seu poder e alcance acrescidos e arrastaram gradualmente o campesinato sobrevivente para uma sujeição mais pesada, designada pelos historiadores como «segunda servidão». Isto foi possível porque os proprietários da Europa Oriental, que chegaram mais tarde ao feudalismo, eram um pouco mais poderosos e bem enraizados antes de ter chegado a epidemia. As cidades da actual Polónia, da Alemanha Oriental e da Hungria eram menos povoadas e poderosas do que as cidades mercantis – apoiadas no comércio da lã e do vinho – do norte de Itália e de Inglaterra. Os progressos nos direitos jurídicos e no poder das guildas na Europa Ocidental poderão não ter sido extraordinários pelos padrões actuais, mas foram suficientes para terem feito pender a vantagem contra a nobreza, num momento em que a força de trabalho era escassa. A leste, a aristocracia era mais impiedosa e deparava com menos resistência do campesinato disperso. Assim, uma modesta diferença no equilíbrio do poder, subitamente exagerada pelo abalo social decorrente da Peste Negra, provocou mudanças extremamente divergentes que, durante séculos, teriam como efeito um maior avanço e uma maior complexidade social da Europa Ocidental em comparação com territórios de aparência semelhante imediatamente a leste.
A França e a Holanda influenciaram todo o mundo; a Polónia e as terras checas influenciaram apenas o mundo da sua envolvência imediata.
Esses efeitos eram, obviamente, invisíveis para aqueles que atravessaram as devastações da peste, que regressaria periodicamente nos séculos mais próximos. No primeiro regresso, particularmente horrendo, as cidades tornaram-se espectros fantasmagóricos do espaço animado que em tempos haviam sido. Aldeias inteiras esvaziaram-se, deixando os seus campos regressarem ao matagal e aos bosques. Prosperaram a obsessão e o extremismo religiosos, e impregnou-se profundamente no povo cristão uma visão sombria do fim dos tempos. As autoridades vacilavam. As artes e os ofícios decaíram. O papado tremeu. Do outro lado da Eurásia, a glória da China Song desmoronou-se e também aí os camponeses se revoltaram. A mensagem de esperança de Marco Polo ecoou em vão entre povos que ainda não estavam suficientemente fortes para se esticarem e darem as mãos.”

Andrew Marr (1959) jornalista britânico

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“Uma consideção que podemos fazer é a respeito da palavra "traição". De fato, examinada atentamente, ela se nos revela ambígua, não só etimológica mas também semanticamente. Sabemos que o latim tradere significava somente “entregar”. Sabemos também que os evangelhos, escolhendo esse verbo para designar o ato de Judas de entregar Jesus aos seus inimigos, carregavam-no de conotações éticas, obviamente negativas. Mas, com o tempo, o mal-entendido inicial originou outros mal-entendidos e ambiguidades: o itinerário semântico desse verbo “condenado” levou-o a significados diferentes, distantíssimos entre si e às vezes nas antípodas, literalmente opostos. “Traio” deriva do latino trado, que é composto de dois morfemas, trans e do (=dar). O prefixo trans implica passagem; de fato, todos os significados originais de trado contem a ideia de dar alguma coisa que passa de uma mão a outra. Assim, trado significa o ato de entregar nas mãos de alguém (para guarda, proteção, castigo) o ato de confiar para o governo ou o ensinamento, o dar em esposa, o vender, o confiar com palavras ou o transmitir, o narrar. Na forma reflexiva, tradere, o verbo significa abandonar-se a alguém, dedicar-se a uma atividade. O substantivo correspondente, traditio, significa “entrega”, “ensinamento”, “narração”, “transmissão de narrações”, “tradição”. Note-se que o “nomem agentis” (nome do agente) traditor significa tanto “traidor” como “quem ensina”. É bom lembrar esse duplo sentido porque provavelmente tenha algo a ensinar talvez unicamente aquele que traiu com plena e total consciência.”

Aldo Carotenuto (1933–2005)

Amar Traicionar: Casi una Apología de la Traición [To Love, To Betray: Life as Betrayal]

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