Frases sobre gesto
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“Ian permaneceria na aldeia por alguns dias, para se certificar de que Hiram e o povo de Pássaro estavam de comum acordo. No entanto, Jamie não estava absolutamente certo de que o senso de responsabilidade de Ian fosse sobrepujar seu senso de humor - de certa forma, o senso de humor de Ian tendia para o lado dos índios. Uma palavra da parte de Jamie poderia, portanto, vir a calhar, só por precaução.
- Ele tem mulher - Jamie disse a Pássaro, indicando Hiram com um movimento da cabeça, o qual agora estava empenhado em uma conversa séria com dois dos índios mais velhos. - Acho que ele não gostaria de uma mulher em sua cama. Ele pode ser indelicado com ela, não compreendendo o gesto de cortesia.
- Não se preocupe - Penstemon disse, ouvindo a conversa. Olhou para Hiram e seu lábio curvou-se com desdém. - Ninguém iria querer um filho DELE. Agora, um filho SEU, Matador-de-Urso… - Ela lhe lançou um longo olhar por baixo das pestanas e ele riu, saudando-a com um gesto de respeito.
Era uma noite perfeita, fria e revigorante, e a porta foi deixada aberta para que o ar pudesse entrar. A fumaça da fogueira erguia-se reta e branca, fluindo na direção do buraco no teto, seus fantasmas móveis parecendo espíritos ascendendo de alegria.
Todos haviam comido e bebido ao ponto de um agradável estupor, e houve um silêncio momentâneo e uma difusa sensação de paz e felicidade.
- É bom para os homens comerem como irmãos - Hiram observou para Urso-em-Pé, em seu titubeante tsalagi. Ou melhor, tentou. E afinal, Jamie refletiu, sentindo suas costelas rangerem sob a tensão, era realmente uma diferença muito pequena entre "como irmãos" e "seus irmãos".
Urso-em-Pé deu um olhar pensativo a Hiram e afastou-se disfarçadamente para longe dele.
Pássaro observou isso e, após um momento de silêncio, virou-se para Jamie.
- Você é um homem muito engraçado, Matador-de-Urso - ele repetiu, sacudindo a cabeça. - Você venceu.”

A Breath of Snow and Ashes

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“Das feições de alma que caracterizam o povo português, a mais irritante é, sem dúvida, o seu excesso de disciplina. Somos o povo disciplinado por excelência. Levamos a disciplina social àquele ponto de excesso em que coisa nenhuma, por boa que seja — e eu não creio que a disciplina seja boa — por força que há-de ser prejudicial. Tão regrada, regular e organizada é a vida social portuguesa que mais parece que somos um exército do que uma nação de gente com existências individuais. Nunca o português tem uma ação sua, quebrando com o meio, virando as costas aos vizinhos. Age sempre em grupo, sente sempre em grupo, pensa sempre em grupo. Está sempre à espera dos outros para tudo. E quando, por um milagre de desnacionalização temporária, pratica a traição à Pátria de ter um gesto, um pensamento, ou um sentimento independente, a sua audácia nunca é completa, porque não tira os olhos dos outros, nem a sua atenção da sua crítica. Parecemo-nos muito com os Alemães. Como eles, agimos sempre em grupo, e cada um do grupo porque os outros agem. Por isso aqui, como na Alemanha, nunca é possível determinar responsabilidades; elas são sempre da sexta pessoa num caso onde só agiram cinco. Como os Alemães, nós esperamos sempre pela voz de comando. Como eles, sofremos da doença da Autoridade — acatar criaturas que ninguém sabe porque são acatadas, citar nomes que nenhuma valorização objetiva autentica como citáveis, seguir chefes que nenhum gesto de competência nomeou para as responsabilidades da ação. Como os Alemães, nós compensamos a nossa rígida disciplina fundamental por uma indisciplina superficial, de crianças que brincam à vida. Refilamos só de palavras. Dizemos mal só às escondidas. E somos invejosos, grosseiros e bárbaros, de nosso verdadeiro feitio, porque tais são as qualidades de toda a criatura que a disciplina moeu, em quem a individualidade se atrofiou. Diferimos”

Fernando Pessoa (1888–1935) poeta português

Escritos sobre Política e Sociedade: Obra Completa de Fernando Pessoa VI

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“Nosso esforço para ler e visualizar um romance está relacionado com nosso desejo de ser especiais e distinguir-nos dos outros. E esse sentimento tem a ver com nosso desejo de identificar- nos com as personagens do romance, cuja vida é diferente da nossa. Lendo Ulysses, sentimo-nos bem, em primeiro lugar, porque tentamos identificar-nos com as personagens, cuja vida, cujos sonhos, ambiente, temores, planos e tradições são tão diferentes dos nossos. Mas depois esse sentimento é ampliado por nossa consciência de que estamos lendo um romance "difícil" - e, no fundo, sentimo-nos empenhados numa atividade de certa distinção. Quando lemos a obra de um escritor desafiador como Joyce, parte de nosso cérebro está ocupada se congratulando conosco por lermos um escritor como Joyce.
Quando tirou da bolsa seu volume de Proust, no dia da matrícula, Ayse pretendia não desperdiçar o tempo que passaria na fila; mas provavelmente também queria mostrar como era diferente, fazendo um gesto social que lhe permitiria encontrar outros estudantes iguais a ela. Poderíamos descrevê-Ia como uma leitora sentimental-reflexiva, consciente do significado de seu gesto. E é provável que Zeynep fosse o tipo de leitora ingênua que, comparada com Ayse, tinha menos consciência do ar de distinção que um romance pode conferir a seus leitores. Ao menos podemos imaginar, sem correr o risco de estar enganados, que assim Ayse a via. A ingenuidade e a sentimentalidade do leitor – como uma consciência do artifício do romance - estão relacionadas com um interesse pelo contexto e pela maneira como se lê um romance e com o lugar do escritor nesse contexto.”

Orhan Pamuk (1952) escritor turco, vencedor do Prêmio Nobel de literatura de 2006

The Naive and the Sentimental Novelist

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“Porém, pera cantar de vosso gesto
A composição alta e milagrosa
Aqui falta saber, engenho e arte.”

Luís Vaz de Camões (1524–1580) poeta português

Lyric poetry, Sonnets, Eu cantarei de amor tão docemente

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“Não existe uma forma mais cruel de magoar alguém, ignorando sua presença, exibindo a todos que você tem tempo e carinho pra uns e pra aquela pessoa não.
E, se você for avaliar, o que você acha que é motivo, não passa de um capricho bobo ou de um gesto cruel mesmo. Já falei um monte de vezes que essa história de dar valor só depois que morre não concordo e acho uma tremenda idiotice. Ou você ama hoje ou pode demonstrar a geladeira fria que é seu coração. Daqui uns dias, meses, anos você vai se arrepender de não ter plantado amor por onde passou porque sua colheita será podre de sentimentos. Os momentos felizes que você deixou de fazer na vida de alguém hoje, vai ser o reflexo de sua solitária velhice. Sim, estou falando pra você que abre mão de sua família pra estar numa Rodinha de amigos de uma noite só, de um tempo de algumas horas festivas. Quando chegar tua velhice, se você ainda tiver lucidez de contar, conte quantos amigos estará ao teu lado. Ai, você pode dá uma olhadinha lá no passado e chorar as lagrimas de crocodilo que você acha que tem.
Existem sentimentos que não se joga fora.
Uma vida artificial é fácil de ser construída, agora o alicerce de uma família esse você tem que cultivar, fazer, plantar, exercer.
Os sentimentos que hoje você recusa a dar, mais lá na frente, no teu amanhã, só você sentirá falta. Não deixe pra dá o ultimo adeus, dê o primeiro Bom Dia, o primeiro Olá, o primeiro pedido de desculpas, o primeiro “eu te amo“.
Ninguém tá te encorajando a ser esse “ser egoísta” que você se tornou exclusivamente por vontade própria.
Abaixe o ego, a arrogância, a maldade, esses seus cruéis gestos só traz solidão pra você mesmo.
Acredite, não estou aqui como perfeição em pessoa.
Apenas tenho pena de um coração tão amargo, que não te deixa ver o que as pessoas tem de melhor pra te oferecer.
Que haja Reciprocidade na forma de se doar e de se fazer presente, enquanto há tempo de se amar, porque haverá dias, talvez até esses dias de hoje que o Amor ficará escasso.
Uma boa maneira de avaliar a vida é se perguntar:
Quantas pessoas hoje estão mais felizes por minha causa?”

“Neste vasto mundo olho para trás e vejo que deixei pegadas de dor mas, também de amor. Isso só mostra que estou caminhando bem, com minhas simples qualidades e meus exagerados defeitos. Não cobro de mim, nem mais e nem menos, tenho procurado o equilíbrio de me achar e de ser alguém que inspire Amor. Plantar! Para colher os frutos… E espalhar esses frutos colhidos do amor que devo doar, pois o que tenho de melhor, não pode ser guardado. Eu acredito que Deus nos enche de sentimentos bons, para que esses sentimentos sejam compartilhados e praticados com o próximo, que precisa de uma palavra ou de um consolo, sempre tem alguém precisando de um afago… E esse afago posso oferecer em forma de palavras, abraços, beijos, sorrisos, orações, atitudes, gestos, em doação, mas tem que partir do coração. Eu me proponho, apesar das dificuldades, me sentir intensa dos momentos de felicidade e estes sim, compartilhar. Amor plantar e sorrisos doar, e se não receberem este meu “presente” como espero, ao menos doei amor sincero, plantei sementes de compaixão. Ainda tenho muito o que aprender, mas tenho orgulho de olhar para trás e ver que o que vivi e o quanto caminhei me trouxe até aqui tão mais madura, leve e plena de mim. E mesmo que lá fora o dia esteja nublado, insisto em ser sol na vida das pessoas que amo!””

Autoras: Bia Silva, Maria Solange Greguer Alves e Helena Cristina Greguer)

“O QUE FAÇO COM ESSA MENINA?


O que faço com essa menina que se acha feia?
O que faço com essa menina que, timidamente, diz aos quatro ventos que se encontra acima de seu peso?
O que faço com essa menina que disfarça o próprio corpo vestindo camisas largas e calças folgadas?
O que faço com essa menina que esconde o rosto porque acha que está demasiado flácido?

Devo eu dizer a ela que o seu sorriso é a maior das alegrias dessa minha vida?
Devo eu dizer a ela que apenas a sua sutil lembrança me aflige em desejo incontrolável?
Devo eu dizer a ela que a sua perspicácia transforma o planeta em um lugar mais habitável, mais inteligente e mais esperançoso?
Devo eu dizer a ela que o seu humor não apenas contagia a todos, mas vicia e entorpece o mais reticente dos humanos?

Como devo convencê-la de que é perfeita?
Como devo convencê-la de que é a cada dia mais apaixonante?
Como devo convencê-la de que hei de amar intensamente cada gesto e cada uma das palavras suas até o final dos tempos?
Como devo convencê-la de que morreria pleno e confiante ao seu lado?

Será mesmo que essa moça notará que jamais foi escrava de modismos de consumo e de estética?
Será mesmo que essa moça notará que ela é una e que intimida aqueles que se auto- denominam como audazes Casanovas?
Será mesmo que essa moça notará que tem o dom de arrebatar aquilo que deseja a todo tempo e a todo modo?
Será mesmo que essa moça notará que eu renegaria tudo para repousar silente e em calmaria, por entre as suas pernas?

Abra os olhos.
Eu lhe aguardo ansioso.”