Frases de Jorge Luis Borges

“Eu não falo de vingança nem de perdão, o esquecimento é a única vingança e o único perdão”

“A democracia é um erro estatistico, porque na democracia decide a maioria e a maioria é formada de imbecis”

“De todos os instrumentos do homem, o mais surpreendente é, sem dúvida nenhuma, o livro.”

“A natureza é esse belo mistério que nem a psicologia nem a retórica decifram.”

“É um império essa luz que se apaga ou um vaga-lume?”

“A velhice pode ser o nosso tempo de ventura. O animal está morto, ou quase morto. Restam o homem e a alma.”

“A imagem que um homem só pode conceber é a de que não toca ninguém.”

“No passado cometi o maior pecado que um homem pode cometer: não fui feliz.”

“O homem está morto. A barba não sabe. Crescem as unhas.”

“Sou um homem de letras, nada mais. Não estou certo de ter pensado nada de original em minha vida. Sou um fazedor de sonhos.”

“Obscuramente livros, lâminas, chaves seguem minha sorte.”

“Nós mudamos incessantemente. Mas se pode afirmar também que cada releitura de um livro e cada lembrança dessa releitura renovam o texto.”

“Só se devem ler livros escritos há mais de cem anos.”

“Publicamos para não passar a vida a corrigir rascunhos. Quer dizer, a gente publica um livro para livrar-se dele.”

“Há aqueles que não podem imaginar o mundo sem pássaros; Há aqueles que não podem imaginar o mundo sem água; Ao que me refere, sou incapaz de imaginar um mundo sem livros.”

“Todos os caminham levam à morte. Perca-se.”

“Não odeies o teu inimigo, porque, se o fazes, és de algum modo o seu escravo. O teu ódio nunca será melhor do que a tua paz.”

“É preciso ter cuidado ao escolher os inimigos, porque acabamos por nos parecer com eles.”

“No deserto acontece a aurora. Alguém o sabe.”

“Sou

Sou o que sabe não ser menos vão
Que o vão observador que frente ao mudo
Vidro do espelho segue o mais agudo
Reflexo ou o corpo do irmão.
Sou, tácitos amigos, o que sabe
Que a única vingança ou o perdão
É o esquecimento. Um deus quis dar então
Ao ódio humano essa curiosa chave.
Sou o que, apesar de tão ilustres modos
De errar, não decifrou o labirinto
Singular e plural, árduo e distinto,
Do tempo, que é de um só e é de todos.
Sou o que é ninguém, o que não foi a espada
Na guerra. Um esquecimento, um eco, um nada.”

“Sob o alpendre o espelho copia somente a lua.”

“Mi memoria a veces se parece demasiado al olvido.”

“Quando um indivíduo cria algo, digamos, uma composição musical, um romance, uma pintura, um filme, um vídeo, esse indivíduo se torna um autor, quer dizer, alguém que é capaz de deixar marcas, traços de seu modo próprio de criar mensagens em um processo de signos com o qual lida. O autor é aquele que interfere de modo particular e pessoal em um processo de signos.”

“Diferentemente de Newton e de Schopenhauer, seu antepassado não acretitava num tempo uniforme, absoluto. Acreditava em infinitas séries de tempos, numa rede crescente e vertiginosa de tempos que se aproximam, se bifurcam, se cortam ou que secularmente se ignoram, abrangeas possibilidades. Não existimos na maioria desses tempos; nalguns existe o senhor e não eu. Noutros, eu, não o senhor; noutros, os dois. Neste, que um acaso favorável me surpreende, o senhor chegou a minha casa; noutro, o senhor, ao atravessar o jardim, encontrou-me morto; noutro, digo estas mesmas palavras, mas sou um erro, um fantasma.”

“As Coisas

A bengala, as moedas, o chaveiro,
A dócil fechadura, as tardias
Notas que não lerão os poucos dias
Que me restam, os naipes e o tabuleiro,
Um livro e em suas páginas a desvanecida
Violeta, monumento de uma tarde
Sem dúvida inesquecível e já esquecida,
O rubro espelho ocidental em que arde
Uma ilusória aurora. Quantas coisas,
Limas, umbrais, atlas, taças, cravos,
Servem-nos, como tácitos escravos,
Cegas e estranhamente sigilosas!
Durarão para além de nosso esquecimento;
Nunca saberão que partimos em um momento.”

“Depois refleti que todas as coisas nos acontecem precisamente, precisamente agora. Séculos de séculos e apenas no presente ocorrem os fatos; inumeráveis homens no ar, na terra e mar, e tudo o que realmente sucede, sucede a mim…”

“A página de perfeição, a página na qual nenhuma palavra pode ser alterada sem prejuízo, é a mais precária de todas.”

“Desvario laborioso e empobrecedor é o de compor vastos livros; o de espraiar por quinhentas páginas uma ideia cuja perfeita exposição oral cabe em poucos minutos.”

“Dessa correta aplicação da lei da causalidade segue-se que o menor dos fatos pressupõe o inconcebível universo e, inversamente, que o universo necessita do menor dos fatos.”

“A arte opta sempre pelo individual, o concreto; a arte não é platônica”

“Sempre imaginei que o paraíso fosse uma espécie de livraria.”

“Dá o santo aos cães, atira tuas pérolas aos porcos; o que importa é dar.”

“Lento em minha sombra, com a mão exploro / Meus invisíveis traços.”

“Parece-me fácil viver sem ódio. Sem amor, acho impossível.”

“A única coisa sem mistério é a felicidade porque ela se justifica por si só.”

“Não acumules ouro na Terra, porque o ouro é pai do ócio, e este, da tristeza e do tédio.”

“Eu não sei se tem alguém do outro lado da linha, mas ser um agnóstico significa que todas as coisas são possíveis, mesmo Deus. Este mundo é tão estranho, tudo pode acontecer, ou não acontecer. Ser um agnóstico permite-me viver num mundo mais amplo, num tipo mais futurístico de mundo. Faz-me mais tolerante.”

“Democracia: é uma crendice muito difundida, um abuso da estatística.”

“Somente os tolos nunca mudam suas mentes.”

“A ociosa espada sonha com suas batalhas. Outro é meu sonho.”

“Cada escritor cria os seus precursores.”

“Os melhores escritores não utilizam artifícios; em qualquer caso, os seus artifícios são secretos.”

“Enquanto dura o remorso, dura a culpa.”

“Todos é uma abstração e cada um é verdadeiro.”

“Desde aquele dia não movi as peças no tabuleiro.”

“O dever de todas as coisas é ser uma felicidade.”

“A esperança é o mais sórdido dos sentimentos.”

“A literatura não é outra coisa além de um sonho dirigido.”

“Toda linha reta é o arco de um círculo infinito.”

“As ditaduras fomentam a opressão, as ditaduras fomentam o servilismo, as ditaduras fomentam a crueldade; mas o mais abominável é que elas fomentam a idiotia.”

“Disseram-me algo a tarde e a montanha. Já não lembro mais.”

“Creio que uma forma de felicidade é a leitura.”

“A poesia é algo tão íntimo que não pode ser definida.”

“Esta é a mão que às vezes tocava tua cabeleira.”

“O que dizemos nem sempre é parecido com o que somos.”

“Por vezes à noite há um rosto
Que nos olha do fundo de um espelho
E a arte deve ser como esse espelho
Que nos mostra o nosso próprio rosto.”

“Tome cuidado ao eleger seus inimigos pois pode terminar parecendo-se com eles.”

“A memória é o essencial, visto que a literatura está feita de sonhos e os sonhos fazem-se combinando recordações.”

“Em vão espero as desintegrações e os símbolos que precedem ao sonho”

“Não cultivei minha fama, que será efêmera.”

“A meta é o esquecimento. Eu cheguei antes.”

“Longe um trinado. O rouxinol não sabe que te consola.”

“Acho que o escritor deve escrever para a alegria do leitor.”

“A vida é pobre demais para não ser também imortal.”

“Corrigir uma página é fácil, mas escrevê-la, amigo, isso é difícil.”

“Chega-se a ser grande por aquilo que se lê e não por aquilo que se escreve.”