Frases de Fernando Pessoa
página 2

Fernando António Nogueira Pessoa foi um poeta, filósofo, dramaturgo, ensaísta, tradutor, publicitário, astrólogo, inventor, empresário, correspondente comercial, crítico literário e comentarista político português.

Fernando Pessoa é o mais universal poeta português. Por ter sido educado na África do Sul, numa escola católica irlandesa, chegou a ter maior familiaridade com o idioma inglês do que com o português ao escrever os seus primeiros poemas nesse idioma. O crítico literário Harold Bloom considerou Pessoa como "Whitman renascido", e o incluiu no seu cânone entre os 26 melhores escritores da civilização ocidental, não apenas da literatura portuguesa mas também da inglesa.Das quatro obras que publicou em vida, três são na língua inglesa. Fernando Pessoa traduziu várias obras em inglês para o português, e obras portuguesas para o inglês.Enquanto poeta, escreveu sob diversas personalidades – heterónimos, como Ricardo Reis, Álvaro de Campos e Alberto Caeiro –, sendo estes últimos objeto da maior parte dos estudos sobre a sua vida e obra. Robert Hass, poeta americano, diz: "outros modernistas como Yeats, Pound, Elliot inventaram máscaras pelas quais falavam ocasionalmente... Pessoa inventava poetas inteiros." Wikipedia  

✵ 13. Junho 1888 – 30. Novembro 1935   •   Outros nomes Ferdinando Pessoa, Ֆերնանտո Բեսոա
Fernando Pessoa photo
Fernando Pessoa: 1219   citações 747   Curtidas

Fernando Pessoa frases e citações

“Porque eu sou do tamanho do que vejo / e não do tamanho da minha altura.”

Atribuído ao heterónimo Caeiro en "Autobiografia sem Factos". (Assírio & Alvim, Lisboa, 2006, p. 71)
Autobiografia sem Factos

“Quem sou eu para mim? Só uma sensação minha.”

"Autobiografia sem Factos". Assírio & Alvim, Lisboa, 2006, p. 156
Autobiografia sem Factos

“Todo o homem de acção é essencialmente animado e optimista porque quem não sente é feliz.”

no Livro do Desassossego
Autobiografia sem Factos
Variante: Todo o homem de ação é essencialmente animado e otimista porque quem não sente é feliz.

“Vão para o diabo sem mim, ou deixem-me ir sozinho para o diabo! Para que haveremos de ir juntos?”

Poesia‎ - Página 83, Fernando Pessoa, Adolfo Casais Monteiro - AGIR, 1959 - 120 páginas

“Entre mim e a vida há um vidro ténue. por mais nitidamente que eu veja e compreenda a vida, eu não lhe posso tocar.”

"Autobiografia sem Factos". (Assírio & Alvim, Lisboa, 2006, p. 100)
Autobiografia sem Factos
Variante: Entre mim e a vida há um vidro ténue. Por mais nitidamente que eu veja e compreenda a vida, eu não lhe posso tocar.

“A consciência da insonsciência da vida é o mais antigo imposto à inteligência.”

"Autobiografia sem Factos". (Assírio & Alvim, Lisboa, 2006, p. 91)
Autobiografia sem Factos

“Baste a quem baste o que lhe basta O bastante de lhe bastar! A vida é breve, a alma é vasta; Ter é tardar.”

Mensagem
Variante: Baste a quem baste o que lhe basta; O bastante de lhe bastar!; A vida é breve, a alma é vasta:; Ter é tardar.

“Já repeti o antigo encantamento,
E a grande Deusa aos olhos se negou.
Já repeti, nas pausas do amplo vento,
As orações cuja alma é um ser fecundo.
Nada me o abismo deu ou o céu mostrou.
Só o vento volta onde estou toda e só,
E tudo dorme no confuso mundo.

"Outrora meu condão fadava, as sarças
E a minha evocação do solo erguia
Presenças concentradas das que esparsas
Dormem nas formas naturais das coisas.
Outrora a minha voz acontecia.
Fadas e elfos, se eu chamasse, via.
E as folhas da floresta eram lustrosas.

"Minha varinha, com que da vontade
Falava às existências essenciais,
Já não conhece a minha realidade.
Já, se o círculo traço, não há nada.
Murmura o vento alheio extintos ais,
E ao luar que sobe além dos matagais
Não sou mais do que os bosques ou a estrada.

"Já me falece o dom com que me amavam.
Já me não torno a forma e o fim da vida
A quantos que, buscando-os, me buscavam.
Já, praia, o mar dos braços não me inunda.
Nem já me vejo ao sol saudado ergUida,
Ou, em êxtase mágico perdida,
Ao luar, à boca da caverna funda.

"Já as sacras potências infernais,
Que, dormentes sem deuses nem destino,
À substância das coisas são iguais,
Não ouvem minha voz ou os nomes seus.
A música partiu-se do meu hino.
Já meu furor astral não é divino
Nem meu corpo pensado é já um deus.

"E as longínquas deidades do atro poço,
Que tantas vezes, pálida, evoquei
Com a raiva de amar em alvoroço,
lnevocadas hoje ante mim estão.
Como, sem que as amasse, eu as chamei,
Agora, que não amo, as tenho, e sei
Que meu vendido ser consumirão.

"Tu, porém, Sol, cujo ouro me foi presa,
Tu, Lua, cuja prata converti,
Se já não podeis dar-me essa beleza
Que tantas vezes tive por querer,
Ao menos meu ser findo dividi
Meu ser essencial se perca em si,
Só meu corpo sem mim fique alma e ser!

"Converta-me a minha última magia
Numa estátua de mim em corpo vivo!
Morra quem sou, mas quem me fiz e havia,
Anônima presença que se beija,
Carne do meu abstrato amor cativo,
Seja a morte de mim em que revivo;
E tal qual fui, não sendo nada, eu seja!”

“O coração, se pudesse pensar, pararia.”

Livro do Desassossego, por Bernardo Soares; Autobiografia sem Factos - Página 40; Fernando Pessoa. Organizacão Richard Zenith - Cia das Letras, São Paulo, 2010.
Autobiografia sem Factos
Fonte: The Book of Disquiet

“Quem quer passar além do Bojador / Tem que passar além da dor.”

Mensagem
Fonte: Poesia "Mar Portuguez", Versos 9 e 10.

“Não me venham com conclusões! A única conclusão é morrer.”

Poesia‎ - Página 82, de Fernando Pessoa, Adolfo Casais Monteiro - Publicado por AGIR, 1968 - 123 páginas

“Se te é impossível viver só, nasceste escravo.”

"Autobiografia sem Factos". Assírio & Alvim, Lisboa, 2006, p. 246
Autobiografia sem Factos

“NEVOEIRO

Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
define com perfil e ser
este fulgor baço da terra
que é Portugal a entristecer –
brilho sem luz e sem arder,
como o que o fogo-fátuo encerra.
Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ância distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro…

É a Hora!”

Mensagem - Poemas Esotéricos
Variante: NEVOEIRO Nem rei nem lei, nem paz nem guerra, Define com perfil e ser Este fulgor baço da terra Que é Portugal a entristecer — Brilho sem luz e sem arder Como o que o fogo-fátuo encerra. Ninguém sabe que coisa quer. Ninguém conhece que alma tem, Nem o que é mal nem o que é bem. (Que ânsia distante perto chora?) Tudo é incerto e derradeiro. Tudo é disperso, nada é inteiro. Ó Portugal, hoje és nevoeiro... É a hora! Valete, Fratres. 10-12-1928