“QUANDO BUSCO AS CRIANÇAS NA ESCOLA

Quando busco as crianças na escola A curiosidade me consome por inteiro Porque lá existe um universo
De pessoas e de diferenças Aviltantes
Observo ao chegar mais cedo Tantas e tantas mulheres
Com as infinitas faces
E os seus arroubos tão distintos.

Noto a mãe mais devotada
Cuja principal beleza é indisfarçável Por entre as roupas informais
E os cabelos presos
E que levam as imaginações ao infinito.

Há também aquela executiva
Sempre muito bem vestida
E que se adorna de frieza altiva
Disfarçando que é só menina desejosa de amor sincero E de alguém que lhe proteja.

Vejo as mulheres participativas
Criadoras de debates e polêmicas
Organizando o teatrinho do colégio
Para que olvidem rotinas melancólicas
Amargadas como fel daquilo que em tese deveria ser um lar em harmonia.

Não existe como não notar
A genitora que ao mesmo tempo em que recebe os filhotes e os beija com saudades e sorrisos (quase que em desespero)
Vive um dia-a-dia atropelado entre compromissos e maternidade
Já que tem um ex-marido cafajeste e descomprometido.

Sinto o perfume enjoativo
Da mulher que busca o filho
Com indiferença e mau-humor contagiosos Vez que não queria estar ali buscando o filho E ainda muito menos ter o tal do filho.

Eu também desvendo mães que foram já colegas minhas Na infância ou na adolescência
Algumas até me reconhecem
Outras reconhecem, mas me ignoram
E assim me questiono como se daria Se tivéssemos ficado juntos
Construindo vidas em uníssono.

E divirto-me, no fim de tudo
Com alguns homens estúpidos
Que puxam as conversas mais estúpidas
A fim de seduzirem as mulheres - nada estúpidas - que estão ali na escola (Esses, com certeza, necessitam é de muito mais maturidade)

Porque desconhecem o lirismo da conversa casual
E que inflama os nossos corações e almas Demonstrando que a vida nos reserva várias surpresas
E, quiçá, famílias novinhas em folha
Esculpidas
E escritas
Entalhadas
Costuradas
Na escola das crianças.”

Última atualização 22 de Fevereiro de 2021. História

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“O estudo em geral, a busca da verdade e da beleza são domínios em que nos é consentido ficar crianças toda a vida.”

Albert Einstein (1879–1955)

Variante: O estudo, a busca da verdade e da beleza são domínios em que nos é consentido sermos crianças por toda a vida.

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“Existem apenas duas coisas infinitas - o Universo e a estupidez humana. E não tenho tanta certeza quanto ao Universo.”

Albert Einstein (1879–1955)

Zwei Dinge sind unendlich, das Universum und die menschliche Dummheit, aber bei dem Universum bin ich mir nicht ganz sicher
Die Philosophin - Volume 7,Edição 13 -Volume 8,Edição 16 - Página 60, Edition Diskord, 1996
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“Um dos grandes pecados da escola é desconsiderar tudo com que a criança chega a ela. A escola decreta que antes dela não há nada.”

"Pedagogia da Autonomia: saberes necessários para a prática educativa".

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“Eu nasci. Eu tinha mãe e pai. Morei em uma casa. Eu fui para a escola. Que diferença faz?”

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I was born. I had a mother and father. I lived in a house. I went to school. What does it matter?
citado em "Garbo: a biography" - página 3, Barry Paris - Knopf, 1995, ISBN 0394580206, 9780394580203 - 654 páginas
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