Frases sobre país
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Gerson De Rodrigues photo

“Poema – Lilith

‘’ A Morte é a brasa que incendeia
no coração de todos os homens
a chama que queima no interior das estrelas
e que inevitavelmente queimara todo o universo
transformando-o em cinzas

Contemplo a morte como a brisa
que estremece a luz dos meus olhos
que aos poucos se apagam

Enquanto os meus lábios trêmulos sorriem
diante dos sonhos da vida que se esvaem
com o sangue dos meus punhos

E a realização de que vou virar pó
paradoxalmente me tranquiliza
como as flores sobre os túmulos
ou a brasa da morte que incendeia no coração de todos os homens…’’

Eu sou Deus
sou o símbolo incarnado do amor e do ódio
sou o homem pregado na cruz
sou o arcanjo banido dos céus
sou a alma aprisionada no inferno
e o cúpido a cantarolar nas canções de amor

Sou uma criança maldita aprisionada no mundo dos homens
uma alma sem história ou destino

Eu sou a Deusa que as religiões adoram
eu sou o Deus que os ateus ignoram
eu sou o Diabo pregado na cruz
eu sou o homem clamando por Jesus

Pregado na cruz ígnea de mim mesmo
eu sou o pecado e eu sou a salvação

Sou a insônia da dor e o pesar da solidão
A depressão já impregnada e sem cura
A dor nas noites de insônia
A medicação que me mata aos poucos (…)

A Poesia de um Poeta louco
que abdicou da sua sanidade
a escrever os versos mais terríveis

Um dia até mesmo o Diabo
o abandonou

Então ele esqueceu o seu próprio nome
esqueceu os seus próprios versos
até mesmo porque escrevia coisas tão terríveis

Sem saber quem ele era
Designou-se a si mesmo como Deus

Trancou-se em um quarto escuro
pregou os seus próprios pés e mãos

E com a mão que utilizou para martirizar-se
apontou para os céus e gritou
- Oh Pai, por que me abandonastes?

Ele morreu sem saber ao menos
que ele era Deus, O Diabo e o Homem

Mas ao mesmo tempo
o pó que para o nada retornastes…
- Gerson De Rodrigues”

Gerson De Rodrigues (1995) poeta, escritor e anarquista Brasileiro

Fonte: Poesias Niilismo Existencialismo Nietzsche

Andre Rodrigues Costa Oliveira photo
Andre Rodrigues Costa Oliveira photo
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“NAMORO À DISTÂNCIA


Na quinta feira eu a busco na rodoviária
E a gente vai para casa
E não se acanha nem mesmo no elevador do prédio
E espalha as roupas e sapatos e mochilas pelo chão do apartamento E ali ficamos, em silêncio de pequena morte.

Já na sexta feira levantamos tarde Só que acordamos cedo Despertados pelo maior dos desejos Quando assim começa o dia
Entre gozos e gemidos
E com a cama antiga rangendo desesperada Cada vez mais alto.

Sábado é dia de receber amigos sempre tão queridos E eu fico orgulhoso de mãos dadas
Quase que me exibindo aos convidados
Com a minha namorada tão maravilhosa
E que veio para estar no feriado
Ao meu lado
Fazendo o nosso almoço italiano
E encantando com o seu sorriso
A todos os ali presentes.

Domingo bem cedo andamos de bicicleta lá no parque da cidade Visitamos os meus pais idosos
Almoçamos uma barca de comida japonesa
Mas alguma coisa
(Eu já sinto)
Está severamente errada.
O dia transcorre
O meu enfado já está patente
A minha irritação fica notória

O mau-humor impera
E a minha namorada inaugura o pranto mais discreto
Disfarçado e silencioso
Sem saber o que de fato
Está conosco acontecendo.

Não se culpe, namorada
Porque a distância é que não permite
Que entremos
Com recíproca e com entrega
Na estranha liturgia de nossas rotinas
A centenas de quilômetros distantes

E assim eu sinto que sou invadido
Alcunhando-lhe covardemente como Invasiva
Estrangeira
Forasteira

E você, por consequência
Sente medo e insegurança
Acionando a perigosa chave de ciúmes
Com as reações de defensiva clássicas.

E é quando, então, a gente briga de verdade
E a gente chora junto
E eu deixo você na rodoviária no início da noite Em silêncio de sepulcro

E dessa maneira o feriado acaba.

Eu preciso ter você mais perto
Eu preciso ter você no dia-a-dia
Eu preciso viajar mais vezes
Eu preciso que retorne muitas outras vezes
E que nos comprometamos com o fato de que somos a prioridade um do outro.
Eu preciso lhe pedir desculpas
E dizer mil vezes o quanto eu a cada dia mais
Te amo.

E dizer também que a sua mera existência dá sentido à minha vida.”

Gerson De Rodrigues photo

“Poema – Paganini part 2

‘’ Os suicidas inventaram a música
Pois não conseguiam sobreviver todos os dias
Com os martírios de suas almas’’

Certa vez um musico
Cujo os olhos foram arrancados pelos Deuses
Em uma falha tentativa de suicídio

Compôs um Poema
Que futuramente se transformaria em uma canção

Nela ele vomitou todas as suas angustias
Até mesmo aquelas das quais
Nem mesmo ousaria contar para sua própria sombra

A única criatura capaz de ler
Aqueles versos compostos por um homem cego e sem alma
Eram o próprio Asmodeus e as criaturas da velha Goétia

Diziam as lendas
Que até hoje
Diabos lamentadores choravam ao lerem os seus versos…

‘’ Sentado nas estreitas vielas
De sentimentos profundos
Que dilaceram a minha alma

Enjaulado na mais ríspida solidão
Abandonado pelas próprias crenças e convicções
Me tornei órfão de Mãe, Pai, Filho e Espirito Santo

Nesta ríspida solidão
Sou um monstro

Um Padre a devorar criancinhas
Um Thelemita cuja as leis de Therion foram quebradas

Nesta acostumada porém virtuosa solidão
Guardo segredos que se revelados
Trariam ao mundo mais miséria que toda a fome e a praga
Jamais ousariam trazer aos pobres

Não suporto os espelhos da vida
Pois ao me olhar nos olhos
Revelo a mim mesmo, o monstro que tento esconder

Escondo-me em mentiras
Escondo-me em crenças e ideologias

Ao mundo revelo um personagem
Pois o monstro que o controla

Através destas cordas de mentira
Que compõe este paraíso de loucos e lunáticos
É tão somente uma pobre e vil criatura

Cuja a pele esgrouvinhada e os dedos podres
Revelam uma terrível e nojenta peste
De um homem, que aos olhos de Deus e da Sociedade
Deveria estar morto.

Os suicidas e os Diabos
Talvez sejam os únicos capazes
De me olhar com brilho nos olhos

Não porque compreendem as minhas dores
E sim porque no ápice de sua amargura

Suas almas chorariam de felicidade e euforia
Ao descobrirem que existe neste mundo
Algo tão podre, tão sórdido e imundo
Quanto as suas almas negras e corrompidas

Se não fosse a música
E estes olhos cegos

O monstro que corrói a minha alma todas as noites
Transbordaria em um rio de sangue…
E lágrimas!

- Gerson De Rodrigues”

Gerson De Rodrigues (1995) poeta, escritor e anarquista Brasileiro

Fonte: Gerson De Rodrigues Poesias & Maldições Nietsche

Esta tradução está aguardando revisão. Está correcto?
Michael Prysner photo

“⁠Às vezes tudo que precisamos para cairmos nos braços do Pai é só um tombo bem tomado.”

Nem sempre buscamos Deus com a intensidade e a humildade que deveríamos — muitas vezes, seguimos fortes, autossuficientes e até arrogantes. 

E então… vem o tombo.

O “tombo bem tomado” é simbólico. Pode ser a descoberta de uma doença grave, uma perda, uma decepção, um erro que nos desmonta ou uma queda que nos quebra o orgulho. Mas o “bem tomado” indica que esse tombo não é destrutivo — é instrutivo. Ele nos sacode, nos silencia, nos leva ao limite… até que percebamos que não pode haver lugar mais seguro, mais acolhedor e mais restaurador do que os braços do Pai.

É nesse chão da dor que muita gente reencontra o altar da fé. É quando nos reconhecemos frágeis, humanos, falíveis — que conseguimos reconhecer o amor imenso e incondicional de Deus, aquele que sempre esteve ali, mas que só enxergamos de verdade quando caímos de nós mesmos.

Esta frase aguardando revisão.