Frases sobre obrigação
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“"Apenas necessitava de silêncio, distante da aglomeração humana e de quaisquer sombras e resquícios de atividade humana, padrões sociais e desejos insaciáveis. Em completo silêncio, era o que precisava. Uma fuga por tempo indeterminado para retornar à minha essência que anula-se cegamente aos atos da vida urbana da modernidade.
Não me encaixava em nenhum grupo, e não desejava compor nenhum deles. Sinto que a aproximação aos aglomerados de pessoas anulam minha individualidade. Todos eles caminham rumo ao declínio.
Não poderia haver momento mais pleno e alegre enquanto estava só e enrolada ao cobertor em uma manhã fria de inverno. Por mais que confortasse, e trouxesse paz, era temporário. Saberia que pouquíssimo tempo após teria de levantar-me e realizar as obrigações sociais, e conviver com indivíduos inertes e demasiadamente dependentes do sistema. Tampouco capazes de perceberem a realidade em que vivem, e seguem cegamente sem questionar. Fazendo-se de seus ídolos muletas metafísicas, e nutrindo meias verdades e desejos insaciáveis para suportar a existência. Vivendo na ilusão do conhecimento sem compreender a vastidão infinita presente no interior de vossas almas.
Sou inteiramente propícia a vivenciar a solitude em completo festejo, e transformar o mais profano padecimento em conhecimento. A solidão compõe a mais profunda das filosofias.
Livrai-vos de vossos apegos, pois são estas às raízes que sustentam vossos sofrimentos. Plantastes sofrimento e colhestes saberes."”

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“Peço às autoridades vietnamitas que cumpram suas obrigações no contexto dos direitos humanos internacionais; anulem as acusações contra a blogueiro e a libertem o quanto antes.”

Fonte: ONU https://nacoesunidas.org/chefe-de-direitos-humanos-da-onu-manifesta-preocupacao-com-repressao-a-blogueiro-no-vietna/ - Atualizado 20/10/2016

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“Casamento é a melhor forma de deixar de querer transar com alguém devido ao esmagamento do desejo pela lista infinita de obrigações que assola homens e mulheres, dissolvendo a libido nos cálculos da previdência privada.”

Luiz Felipe Pondé (1959) Professor universitário brasileiro

O terror da ambivalência http://www1.folha.uol.com.br/colunas/luizfelipeponde/2013/05/1285307-o-terror-da-ambivalencia.shtml, 27/05/2013, Folha de S. Paulo
Jornal Folha de S. Paulo

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“Meu Fracasso Retumbante


Ela hostiliza a mim e ao meu trabalho, minhas madrugadas entre a biblioteca e a sala principal do escritório - devo estar pecando mortalmente em ficar até mais tarde entre os meus livros e as minhas vãs filosofias.

Briga porque não assisto a novela - e ainda porque desconheço os personagens na Gloria Pérez, inverossímeis e estranhos.

Aperreia-se diante de meu desconhecimento sobre o “Big Brother” desse ano. Acha errado eu não ter votado em alguém. Acha um absurdo eu não conhecer de cor todos os participantes.

Dorme inconformada quando eu não abro as mensagens que a própria me envia, excitada, exaltada, quase que gozando sobre as estrelas do cinema que se separaram, e as que morreram, sucumbiram, e também aquelas que estão reclusas, dependentes de anfetaminas e de outras coisas bem piores.

E acorda ao meio dia, mais inconformada ainda, já que eu tive que sair da cama muito cedo, tomar o meu banho, fazer minha barba e esconder-me por dentro de terno e gravata (ferramentas de trabalho imprescindíveis), travestido de alguém que necessita labutar bastante.

Ela me ofende em todas as vezes nas quais eu refuto a literatura espírita ou de auto-ajuda - porque digo que não são literatura; ela desconhece Kant, desconhece Nietzche, desconhece obras inacabadas dos que foram muito fodas e que nos deixaram cedo. Livros que estão aqui em casa, nas estantes da biblioteca. Gratuitos e plenamente acessíveis.

Mas ainda assim eu digo que lhe compreendo mesmo desse jeito, uma vez que não existe obrigação alguma de embriagar-se por dentre os meus grandes “clássicos”, nem mesmo de escutar as músicas que eu escuto ou assistir os filmes que tanto amo do Fellini ou do Almodóvar. Só que ela, muito ao contrário, me “descompreende” de maneira aviltante e ofensiva, e me alcunha de desordenado, de improdutivo e de desinformado (!).

Ela não percebe que o amor verdadeiro tende a rarear quando a admiração se esvazia; quando ela tenta, sem sucesso, encaixar-me na moldura de seu mundo, em vez de modelar um mundo totalmente novo, de informações que se completem e que nos por abarquem inteiros, “de conchinha”. E, ainda que eu lhe bendiga o melhor de tudo o que existe, permaneço triste. Sua companhia me faz falta.

Ela é a prova viva de que gentileza não atrai a gentileza.

E eu sou o egoísmo e a covardia em estado puro. Eu preciso alforria-la de minha presença alienígena, desagradável, para que encontre alguém que lhe idolatre como eu já fiz em idos tempos, engajado nos padrões nos quais, definitivamente, eu infelizmente não me encaixo.

Seja então inteiramente livre, minha amiga linda!!!
Pois que a sua liberdade me libertará de insuportável melancolia, e transformará você em regozijo puro. Eu aceitarei o “pé na bunda” com estoicismo; a alcunha de fracote, ou de fracassado incompetente, ou até do idiota lá de Dostoiévski. E aceitarei os xingamentos com o coração tranquilo. Despojado dessa culpa enorme de não lhe fazer sentir mais alegria.”