Frases sobre consoante

Uma coleção de frases e citações sobre o tema da consoante, outro, todo, toda.

Frases sobre consoante

João Guimarães Rosa photo
Platão photo

“Ouvi uma vez contar que, na região de Náucratis, no Egipto, houve um velho
deus deste país, deus a quem é consagrada a ave que chamam Íbis, e a quem chamavam Thoth. Dizem que foi ele que inventou os números e o cálculo, a geometria e a astronomia, bem como o jogo das damas e dos dados e, finalmente, os caracteres gráficos (escrita). Nesse tempo, todo o Egipto era governado por Tamuz, que residia no sul do país, numa grande cidade que os gregos designam por Tebas do Egipto, onde aquele deus era conhecido pelo nome de Ámon. Thoth encontrou-se com o monarca, a quem mostrou as suas artes,
dizendo que era necessário dá-las a conhecer a todos os egípcios. Mas o monarca quis saber a utilidade de cada uma das artes e, quanto o inventor as explicava, o monarca elogiava ou censurava, consoante as artes lhe pareciam boas ou más. Foram muitas, diz lenda as considerações que sobre cada arte Tamuz fez a Thoth quer condenando,
quer elogiando, e seria prolixo enumerar todas aquelas considerações.
Mas, quando chegou a vez da invenção da escrita, exclamou Thoth: «Eis, oh rei, uma arte que tornará os egípcios mais sábios e os ajudará a fortalecer
a memória, pois com a escrita descobri o remédio para a memória.»

- «Oh, Thoth, mestre incomparável, uma coisa é inventar uma arte, outra julgar
os benefícios ou prejuízos que dela advirão para os outros! tu, neste momento e como inventor da escrita, esperas dela, e com entusiasmo, todo o contrário do que ela pode vir a fazer! ela tornará os homens mais esquecidos, pois que, sabendo escrever, deixarão
de exercitar a memória, confiando apenas nas escrituras, e só se lembrarão de um assunto por força de motivos exteriores, por meio de sinais, e não dos assuntos em si mesmos.»”

Platão (-427–-347 a.C.) filósofo grego
Heráclito photo

“Conjunções o todo e o não todo, o convergente e o divergente, o consoante e o dissonante, e de todas as coisas um e de um todas as coisas.”

Heráclito (-535) filósofo pré-socrático considerado o "Pai da dialética"

Aristóteles, Do Mundo, 5. 396 b7

Friedrich Nietzsche photo
Camilo Castelo Branco photo

“As acções de cada pessoa são boas ou más consoante a maneira como as outras as comentam.”

Camilo Castelo Branco (1825–1890) escritor português

Variante: As ações de cada pessoa são boas ou más consoante a maneira como as outras as comentam.

Carlos Malheiro Dias photo
Bob Marley photo

“Amor: 4 Letras, 2 Vogais, 2 Consoantes e 2 Idiotas”

Bob Marley (1945–1981) foi um cantor, guitarrista (raggae) e compositor jamaicano famoso por popularizar o gênero
Ambrose Bierce photo

“O Édipo não serve estritamente para nada, a não ser para apertar o inconsciente dos dois lados. Veremos em que sentido é que o Édipo é estritamente ""indecidível», como dizem os matemáticos. Estamos fartos dessas histórias em que se está bem de saúde graças ao Édipo, doente do Édipo, e em que há várias doenças dentro do Édipo. Pode até acontecer que um analista se farte desse mito que é a gamela e a cova da psicanálise e que retorne às origens: «Freud nunca chegou a sair nemdo mundo do pai, nem da culpabilidade… Mas foi o primeiro que, ao criar a possibilidade de construir uma lógica de relação com o pai, abriu o caminho para o homem se libertar do domínio do pai. A possibilidade de viver para! d da lei do pai, para lá de qualquer lei, talvez seja a possibilidade mais essencial que a psicanálise freudiana criou. Mas, paradoxalmente, e talvez por causa do próprio Freud, tudo leva a crer que essa libertação que a psicanálise permite se fará - se faz já - fora dela,>. Todavia, não podemos partilhar nem deste pessimismo nem deste optimismo. Porque é preciso muito optimismo para pensar que, psicanálise permite uma verdadeira solução do Édipo: o Édipo é como Deus; o pai é como Deus; só se resolve o problema quando se suprimir tanto o problema (orno a solução. A esquizo-análise não se propõe resolver o Édipo, não pretende resolvê-Io melhor que a psicanálise edipiana. Propõe-se desedipianizar o inconsciente para poder chegar aos verdadeiros problemas. Propóe-se atingir essas regiões do inconsciente órfão «(para lá de todas as leis», em que o problema deixa de poder ser posto. E por consequência, também não partilhamos do pessimismo de pensar que essa mudança, essa libertação só se pode fazer fora da psicanálise. Pensamos, pelo contrário, que é possível dar-se uma reversão interna que. transforme a máquina analítica numa peça indispensável do aparelho revolucionário. Mais: já há mesmo condições objectivas para isso.
Tudo se passa, pois, como se o Édipo tivesse dois pólos: um pólo de figuras Imaginárias de identificação e um pólo de funçóes simbólicas diferenciantes. Mas seja como for estamos edipianizados: se não temos o Édipo como crise, temo-lo como estrutura. Então transmitimos a crise a OUtrOS, e tudo volta a começar. E é esta a disjunção edipiana, o movimento de pêndulo, a razão inversa exclusiva. E é por isso que quando nos convidam a superar uma concepção simplista do Édipo fundada em imagens paternas, por uma concepção em que se definem funções simbólicas numa estrutura, e se substitui o papá-mamá tradicional por uma função-mãe e uma função-pai, não vemos o que é que se ganha com isso, a não ser o fundar a universalidade do Édipo para além da variabilidade das imagens, soldar ainda melhor o desejo à lei e ao interdito, e levar a cabo o processo de edipianização do inconsciente. Estes são os dois extremos do Édipo, o seu mínimo e o seu máximo, consoante o consideremos como tendente para o valor indiferenciado das suas imagens variáveis, ou para a capacidade de diferenciação das suas funções simbólicas. «Quando nos aproximamos da imaginação material, função diferencial
diminui e tende-se para equivalências; quando nos aproximamos dos elementos
formadores, a função diferencial aumenta e tende-se para valências distintivas ». Depois disto, não nos espantava nada ouvir dizer que o Édipo como estrutura é a trindade cristã, enquanto que o Édipo como crise é a trindade familiar, insuficientemente estruturada pela fé; sempre os dois pólos em razão inversa, Édipo for ever.' Quantas interpretações do lacanismo, oculta ou abertamente piedosas, invocaram um Édipo estrutural para formar e fechar o duplo impasse, para nos reconduzirem à questão do pai, para conseguirem edipianizar o esquizo, e mostrar que uma lacuna no simbólico nos remete para o imaginário e que, inversamente, as insuficiências ou confusões imaginárias nos remetem para a estrutura. Como um célebre precursor dizia aos seus animais: chega de lengalenga…”

Anti-Oedipus: Capitalism and Schizophrenia

Étienne de La Boétie photo

“Há três espécies de tiranos. Refiro-me aos maus príncipes. Chegam uns ao poder por eleição do povo, outros por força das armas, outros sucedendo aos da sua raça. Os que chegam ao poder pelo direito da guerra portam-se como quem pisa terra conquistada. Os que nascem reis, as mais das vezes, não são melhores; nascidos e criados no sangue da tirania, tratam os povos em quem mandam como se fossem seus servos hereditários; e, consoante a compleição a que são mais atreitos, avaros ou pródigos, assim fazem do reino o que fazem com outra herança qualquer. Aquele a quem o povo deu o Estado deveria ser mais suportável; e sê-lo-ia a meu ver, se, desde o momento em que se vê colocado em altos postos e tomando o gosto à chamada grandeza, não decidisse ocupá-los para todo o sempre. O que geralmente acontece é tudo fazerem para transmitirem aos filhos o poder que o povo lhes concedeu. E, tão depressa tomam essa decisão, por estranho que pareça, ultrapassam em vício e até em crueldade os outros tiranos; para conservarem a nova tirania, não acham melhor meio do que aumentar a servidão e afastar tanto dos súditos a ideia de liberdade que eles, tendo embora a memória fresca, começam a esquecer-se dela.”

Discurso Sobre a Servidão Voluntária, Étienne de La Boétie, Página 11 http://www.culturabrasil.org/zip/boetie.pdf, LCC – verão de 2004 - 30 Páginas.
"Il y a trois sortes de tirans : les uns ont le roiaume par election du peuple, les autres par la force des armes, les autres par succession de leur race. Ceus qui les ont acquis par le droit de la guerre, ils s'y portent ainsi qu’on connoit bien qu’ils sont (comme l’on dit) en terre de conqueste. Ceus la qui naissent rois ne font pas communement gueres meilleurs, ains estans nes & nourris dans le sein de la tirannie, tirent auec le lait la nature du tiran, & font estat des peuples qui sont soubs eus comme de leurs serfs hereditaires; &, selon la complexion à laquelle ils sont plus enclins, auares ou prodigues, tels qu’ils sont, ils sont du royaume comme de leur héritage. Celui à qui le peuple a donné l’estat .deuroit estre, ce me semble,' plus supportable, & le seroit, comme ie croy, n’estoit que deslors qu’il fe voit esleué par dessus les autres, Hatté par ie ne fçay quoy qu’on appelle la grandeur, il delibere de n’en bouger point : communement celui là fait estat de rendre à fes enfans la puissance que le peuple lui a baillé; & deslors que ceus là ont pris ceste opinion, c’est chose estrange de combien ils passent, en toutes sortes de vices & mesmes en la cruauté, les autres tirans, .ne voians autre moien pour asseurer la nouuelle tirannie que d’estreindre si fort la seruitude & estranger tant leurs subiects de la liberté, qu’ancore que la memoire en soit fresche, ils la leur puissent faire perdre."
Œuvres complètes d’Estienne de La Boétie, Discours de la Servitude volontaire, Página 19- https://fr.wikisource.org/wiki/Page%3ALa_Bo%C3%A9tie_-_%C5%92uvres_compl%C3%A8tes_Bonnefon_1892.djvu/104 20 https://fr.wikisource.org/wiki/Page:La_Bo%C3%A9tie_-_%C5%92uvres_compl%C3%A8tes_Bonnefon_1892.djvu/105, Auteur Estienne de La Boétie, Éditeur Paul Bonnefon - G Gounouilhou, 1892 - 444 páginas.
Discurso Da Servidão Voluntária