Carta escrita em 1826 à marquesa de Santos
“Digo-te, ó sagrado Baal do céu, que não existes. Mas, se existisses, eu te amaldiçoaria de tal modo que esse teu céu palpitaria com o fogo do inferno. Em verdade te digo: ofereci-te meus serviços e tu os recusaste; repeliste-me, e hoje eu te viro as costas para sempre, pois nunca soubeste conhecer a hora da Visitação. Em verdade te digo: sei que vou morrer, e, não obstante, com a morte diante dos olhos, eu te desprezo, ó celeste Ápis. Empregaste contra mim a força, e não sabes que jamais me dobrei perante a adversidade. Pois deverias sabê-lo. Por acaso dormias quando plasmaste meu coração? Em verdade te digo: durante toda a vida, cada gota de sangue em minhas veias sentirá alegria em desprezar-te e escarnecer de tua Graça. A partir deste momento, renuncio a ti, a tuas pompas e tuas obras; lançarei o anátema sobre meu pensamento, se jamais ele te pensar; arrancarei os lábios se jamais eles pronunciarem teu nome. Se existires, digo-te a última palavra da vida e da morte: digo-te adeus. Depois, calo-me, viro-te as costas e sigo meu caminho.”
Hunger
Tópicos
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Escritor norueguês 1859–1952Citações relacionadas
“Sempre achei que não fosse alcoólatra, mas hoje digo que talvez o seja.”
no livro Vivant!, em que revela ter sofrido um transplante de fígado
“Me olho no espelho e digo para mim mesma: tenho 60 anos, no máximo.”
“O que não sei dizer é mais importante do que o que eu digo.”