“Minha mãe era uma pessoa silenciosa, capaz de dissimular-se entre os móveis, de perder-se no desenho do tapete, de não fazer o menor ruído, como se não existisse; contudo, na intimidade do quarto que dividíamos, ela se transformava. Começava a falar do passado ou a narrar suas histórias, e então o aposento se enchia de luz, desapareciam as paredes, dando lugar a incríveis paisagens, palácios abarrotados de objetos nunca vistos, países longínquos inventados por ela ou tirados da biblioteca do patrão; colocava a meus pés todos os tesouros do Oriente, a lua e mais ainda. reduzia-me ao tamanho de uma formiga, para eu sentir o universo a partir da minha pequenez, punha-me asas para vê-lo a partir do firmamento, dava-me uma cauda de peixe para conhecer o fundo do mar.”
Eva Luna
Tópicos
paz , idade , pessoa , história , lugar , mãe , fundo , luz , quarto , mar , parede , peixe , tamanho , palácio , desenho , lua , asa , universo , patrão , paisagem , tesouro , todo , pequenez , oriente , vistos , biblioteca , objeto , tirada , então , ainda , cauda , móvel , passado , aposento , partir , ruído , menores , formiga , intimidade , sentir , falar , tapete , punhoIsabel Allende 48
escritora chilena 1942Citações relacionadas


Em entrevista ao Jornal do Brasil http://jbonline.terra.com.br/jb/papel/cadernob/2005/07/02/jorcab20050702005a.html, 03 de julho de 2005.

“Se existisse chapinha nos tempos da jovem guarda, vocês nunca teriam visto os meus caracóis.”
Revelando que, assim como outros grandes cantores, costuma alisar o cabelo; como citado em Revista Istoé, 22.02.2006.
Atribuídas

“Escrever é também não falar. É calar-se. É gritar sem fazer ruído.”
Ecrire, c'est aussi ne pas parler. C'est se taire. C'est hurler sans bruit.
Marguerite Duras, Écrire (Paris, Gallimard, 1993, p. 34), citado em "Fondements, évolutions et persistance des théories du roman" - Página 320, Andréas Pfersmann, Bernard Alazet, Université de Picardie. Centre d'études du roman et du romanesque - 1998 - 322 páginas