“.. não tem maisl ugar o escritor mandarim, aquele que, como Sartre na França ou Ortega Y Gasset e Unamuno em seu tempo ou um Octavio Paz ainda entre nós, faz as vezes de guia e mestre em todas as questões importantes e supre um vazio que, por causa da escassa participação dos demais na vida pública, ou pela falta de democracia ou prestígio mítico da literatura, só o "grande escritor" parece capaz de preencher. Numa sociedade livre aquela função de tutor que exerce o escritor- às vezes de forma proveitosa - acaba sendo inútil nas sociedades submetidas: a complexidade e a multiplicidade dos problemas o levam a dizer disparates se quiser dar palpites em tudo. Suas opiniões e posicionamentos podem ser muito lúcidos, mas não necesariamente mais do que as de qualquer outro- um cientista, um profissional, um técnico- e, seja como for, devem ser julgadas por seus próprios méritos e não por serem provenientes de alguém que escreve com talento. Essa dessacralização da pessoa do escritor não me parece uma desgraça, pelo contrário, põe as coisas no seu lugar, pois a verdade é que escrever bons romances ou belos poemas não implica que quem assim está dotado para a criação literária goza de clarividência generalizada”
The Language of Passion: Selected Commentary
Última atualização 22 de Maio de 2020.
História
Tópicos
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“Sou um escritor e um escritor não se reforma. Reformar do quê? Da vida?”
Andy Rooney
(1919–2011)
Fonte: Andy Rooney sobre a sua potencial reforma, REVISTA SÁBADO, 10 Novembro de 2011,Pág.38 (DULCE NETO)