“Pelo visto, Mark Silk achava que ia ter o pai para odiar por todo o sempre. Para odiar, odiar, odiar, odiar, e então, talvez, quando ele achasse que era a hora, depois que as cenas de acusação tivessem se intensificado num crescendo até ele quase matar Coleman com seu flagelo de ressentimento filial, perdoar. Ele pensava que Coleman estaria presente até que toda a peça terminasse de ser representada, como se ele e Coleman estivessem não no meio da vida, e, sim, na escarpa sul da acrópole de Atenas, num teatro ao ar livre dedicado a Dioniso, onde, diante dos olhos de dez mil espectadores, as unidades dramáticas eram rigorosamente observadas e o grande ciclo catártico era encenado todos os anos. O desejo humano de começo, meio e fim — e de um fim apropriado em magnitude ao início e ao meio — se realiza à perfeição nas tragédias que Coleman ensinava na Faculdade Athena. Mas fora da tragédia clássica do século V a. C., a expectativa de que tudo se complete, quanto mais de que chegue a uma consumação justa e perfeita, é uma ilusão ingênua indigna de um adulto.”
The Human Stain
Tópicos
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1933–2018Citações relacionadas

“Tenho visto demasiado ódio para querer odiar.”

“Onde aprender a odiar para não morrer de amor?”
"Laços de família: contos" - Página 119; de Clarice Lispector, Lídia Jorge - Publicado por Relógio d'Agua, 1989 - 123 páginas
Laços de família