Frases sobre alienação

Uma coleção de frases e citações sobre o tema da alienação, ser, idade, próprio.

Frases sobre alienação

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“O único referente que ainda funciona é o da maioria silenciosa. Todos os sistemas atuais funcionam sobre essa entidade nebulosa, sobre essa substância flutuante cuja existência não é mais social mas estatística, e cujo único modo de aparição é o da sondagem. Simulação no horizonte do social, ou melhor, no horizonte em que o social já desapareceu.

O fato de a maioria silenciosa (ou as massas) ser um referente imaginário não quer dizer que ela não existe. Isso quer dizer que não há mais representação possível. As massas não são mais um referente porque não têm mais natureza representativa. Elas não se expressam, são sondadas. Elas não se refletem, são testadas.
(…)Bombardeadas de estímulos, de mensagens e de testes, as massas não são mais do que um jazigo opaco, cego, como os amontoados de gases estelares que só são conhecidos através da análise do seu espectro luminoso - espectro de radiações equivalente às estatísticas e às sondagens. Mais exatamente: não é mais possível se tratar de expressão ou de representação, mas somente de simulação de um social para sempre inexprimível e inexprimido. Esse é o sentido do seu silêncio. Mas esse silêncio é paradoxal - não é um silêncio que fala, é um silêncio que proíbe que se fale em seu nome. E, nesse sentido, longe de ser uma forma de alienação, é uma arma absoluta.

Ninguém pode dizer que representa a maioria silenciosa, e esta é sua vingança. As massas não são mais uma instância à qual se possa referir como outrora se referia à classe ou ao povo. Isoladas em seu silêncio, não são mais sujeito (sobretudo, não da história), elas não podem, portanto, ser faladas, articuladas, representadas, nem passar pelo “estágio do espelho” político e pelo ciclo das identificações imaginárias. Percebe-se que poder resulta disso: não sendo sujeito, elas não podem ser alienadas - nem em sua própria linguagem (elas não têm uma), nem em alguma outra que pretendesse falar por elas. Fim das esperanças revolucionárias. Porque estas sempre especularam sobre a possibilidade de as massas, como da classe proletária, se negarem enquanto tais. Mas a massa não é um lugar de negatividade nem de explosão, é um lugar de absorção e de implosão.”

In the Shadow of the Silent Majorities

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“Imediatismo. Sentimo-nos livres de o fazer porque pretendemos praticar o Imediatismo em segredo, a fim de evitar qualquer contaminação de mediação. Publicamente nós continuaremos nosso trabalho na editora, rádio, gráfica, música, etc, mas em particular vamos criar algo mais, algo a ser compartilhado livremente, mas nunca consumido passivamente algo que pode ser discutido abertamente, mas nunca entendida pelos agentes de alienação, algo sem potencial comercial contudo com um valor além do preço, algo oculto ainda completamente tecido na construção de nossa vida cotidiana.”

Hakim Bey (1945)

IMMEDIATISM. We feel free to do so because we intend to practice Immediatism in secret, in order to avoid any contamination of mediation. Publicly we'll continue our work in publishing, radio, printing, music, etc., but privately we will create something else, something to be shared freely but never consumed passively, something which can be discussed openly but never understood by the agents of alienation, something with no commercial potential yet valuable beyond price, something occult yet woven completely into the fabric of our everyday lives.
"Immediatism" - página 10 http://books.google.com.br/books?id=FlKN__HHPTMC&pg=PA10, Autores Hakim Bey, Freddie Baer, Ilustrado por Freddie Baer, AK Press, 1994, ISBN 1873176422, 9781873176429, 59 páginas

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“O amor na mocidade é ocupação, na velhice distracção ou alienação.”

Marquês de Maricá (1773–1848)

Variante: O amor na mocidade é ocupação, na velhice distração ou alienação.

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“Ao relacionar-se com o mundo objetivo, por intermédio de suas faculdades, o mundo exterior torna-se real para o homem, e de fato é só o “amor” que faz o homem verdadeiramente crer na realidade do mundo objetivo a ele extrínseco. Sujeito e objeto não podem ser separados. “O olho transformou-se em olho humano quando seu objeto se converteu em um objeto humano, social, criado pelo homem e a este destinado… Eles [os sentidos] se relacionam com a coisa devido a esta, mas a coisa em si mesma é uma relação humana objetiva para si própria e para o homem, e vice-versa. A necessidade e o gozo perderam, assim, seu caráter egoísta, e a natureza perdeu sua mera utilidade pelo fato de sua utilização ter-se transformado em utilização humana. (Com efeito, só posso relacionar-me de maneira humana com uma coisa quando esta se relaciona de maneira humana com o homem)”
Esta última afirmação é quase exatamente a mesma feita no pensamento do budismo Zen, assim como por Goethe. De fato o pensamento de Goethe, Hegel e Marx se acha intimamente ligado ao do Zen. O que há de comum neles é a ideia do homem superar a cisão entre sujeito e objeto; o objeto é um objeto, mas no entanto cessa de ser objeto, e nesta nova abordagem o homeme se funde com o objeto, conquanto ele e o objeto continuem a ser dois. O homem ao relacionar-se humanamente com o mundo objetivo, supera a alienação de si mesmo.”

Marx's Concept of Man

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