“Eu, Darrell Standing, hoje sorrio para mim mesmo no Corredor da Morte por ter sido considerado culpado e condenado à morte por doze jurados respeitáveis e honestos. Doze sempre foi um número mágico do Mistério. Mas esse número não se originou nas doze tribos de Israel. Antes delas, já os contempladores de estrelas colocaram nos céus os doze signos do Zodíaco. E lembro que, quando fui um aesir e depois um vanir, Odin sentava-se para julgar os homens numa assembléia de doze deuses e seus nomes eram Tor, Baldur, Njrd, Freya, Tyr, Brogi, Heimdall, Hdr, Vidar, Ull, Forseti e Loki. Até mesmo nossas valquírias nos foram roubadas e transformadas em anjos e as asas dos cavalos das valquírias se prenderam aos ombros dos anjos. E o nosso Helheim daquela época de gelo e frio tomou-se o inferno de hoje, que é uma morada tão quente que o sangue ferve em nossas veias; enquanto o nosso Helheim era tão frio que o tutano se congelava dentro dos nossos ossos.”

—  Jack London , livro The Star Rover

The Star Rover

Última atualização 19 de Junho de 2020. História

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“Doze vozes gritavam, cheias de ódio, e eram todas iguais. Não havia dúvida, agora, quanto ao que sucedera à fisionomia dos porcos. As criaturas de fora olhavam de um porco para um homem, de um homem para um porco e de um porco para um homem outra vez; mas já era impossível distinguir quem era homem, quem era porco.”

Animal Farm
Variante: Todos os bichos são iguais, mas alguns bichos são mais iguais que outros.

... As criaturas de fora olhavam de um porco para um homem, de um homem para um porco e de um porco para um homem outra vez; mas já era impossível distinguir quem era homem, quem era porco.

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“uma vaca se perdeu nos campos com a sua cria de leite, e se viu rodeada de lobos durante doze dias e doze noites, e foi obrigada a defender-se e a defender o filho, uma longuíssima batalha, a agonia de viver no limiar da morte, um círculo de dentes, de goelas abertas, as arremetidas bruscas, as cornadas que não podiam falhar, de ter de lutar por si mesma e por um animalzinho que ainda não se podia valer, e também aqueles momentos em que o vitelo procurava as tetas da mãe, e sugava lentamente, enquanto os lobos se aproximavam, de espinhaço raso e orelhas aguçadas. Subhro respirou fundo e prosseguiu, ao fim dos doze dias a vaca foi encontrada e salva, mais o vitelo, e foram levados em triunfo para a aldeia, porém o conto não vai acabar aqui, continuou por mais dois dias, ao fim dos quais, porque se tinha tornado brava, porque aprendera a defender-se, porque ninguém podia já dominá-la ou sequer aproximar-se dela, a vaca foi morta, mataram-na, não os lobos que em doze dias vencera, mas os mesmos homens que a haviam salvo, talvez o próprio dono, incapaz de compreender que, tendo aprendido a lutar, aquele antes conformado e pacífico animal não poderia parar nunca mais. (…) o primeiro a falar foi o soldado que sabia muito de lobos, a tua história é bonita, disse (…), a vaca não poderia resistir a um ataque concertado de três ou quatro lobos, já não digo doze dias, mas uma única hora, Então, na história da vaca lutadora é tudo mentira, Não, mentira são só os exageros, os arrebiques de linguagem, as meias verdades que querem passar por verdades inteiras, Que crês tu então que se passou, (…), Creio que a vaca realmente se perdeu, que foi atacada por um lobo, que lutou com ele e o obrigou a fugir talvez mal ferido, e depois se deixou ficar por ali pastando e dando de mamar ao vitelo, até ser encontrada, E não pode ter sucedido que viesse outro lobo, Sim, mas isso já seria muito imaginar, para justificar a medalha ao valor e ao mérito um lobo já é bastante. A assistência aplaudiu pensando que, bem vistas as coisas, a vaca merecia a verdade tanto quanto a medalha.”

A Viagem do Elefante

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“Nunca tive uma sorte absoluta, mas apenas relativa, por assim dizer, compensadora dos meus fracassos. O arqueiro que, certa vez, me substituiu, deixou que os adversários fizessem doze goals (sic) contra o nosso time, enquanto eu deixara a bola passar nas traves apenas dez vezes…”

João Café Filho (1899–1970) político brasileiro, 18° presidente do Brasil

Na autobiografia "Do Sindicato ao Catete", relembrando seu tempo de goleiro https://www.lance.com.br/futebol-nacional/presidentes-republica-que-trabalharam-com-futebol.html

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“Algumas pessoas no corredor da morte hoje poderiam não estar lá se os tribunais não tivessem sido lenientes com eles quando eram réus primários.”

Thomas Sowell (1930)

Some of the people on death row today might not be there if the courts had not been so lenient on them when they were first offenders.
Barbarians Inside the Gates and Other Controversial Essays, Hoover Institution Press, 1999

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“Nós, homens do conhecimento, não nos conhecemos; de nós mesmos somos desconhecidos - e não sem motivo. Nunca nos procuramos: como poderia acontecer que um dia nos encontrássemos? Com razão alguém disse:'onde estiver teu tesouro, estará também teu coração'. Nosso tesouro está onde estão as colmeias do nosso conhecimento. Estamos sempre a caminho delas, sendo por natureza criaturas aladas e coletoras do mel do espírito, tendo no coração apenas um propósito - levar algo 'para casa'. Quanto ao mais da vida, as chamadas 'vivências', qual de nós pode levá-las a sério? Ou ter tempo para elas? Nas experiências presentes, receio, estamos sempre 'ausentes': nelas não temos nosso coração - para elas não remos ouvidos. Antes, como alguém divinamente disperso e imerso em si, a quem os sinos acabam de estrondear no ouvido as doze batidas do meio-dia, e súbito acorda e se pergunta 'o que foi que soou?', também nós por vezes abrimos depois os ouvidos e perguntamos, surpresos e perplexos inteiramente, 'o que foi que vivemos?', e também 'quem somos realmente?', e em seguida contamos, depois, como disse, as doze vibrantes batidas da nossa vivência, da nossa vida, do nosso ser - ah! e contamos errado… Pois continuamos necessariamente estranhos a nós mesmos, não nos compreendemos, temos que nos mal-entender, a nós se aplicará para sempre a frase: 'cada qual é o mais distante de si mesmo' - para nós mesmos somos 'homens do desconhecimento'…”

Friedrich Nietzsche (1844–1900) filósofo alemão do século XIX

On the Genealogy of Morals/Ecce Homo

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