“Foi trabalhoso abrir a cova. A terra estava dura, calcada, havia raízes a um palmo do chão. Cavaram à vez o motorista, os dois polícias e o primeiro cego. Perante a morte, o que se espera da natureza é que percam os rancores a força e o veneno, é certo que se diz que o ódio velho não cansa, e disso não faltam provas na literatura e na vida, mas isto aqui, a bem dizer, não era ódio, e de velho nada, pois que vale um roubo de um automóvel ao lado do morto que o tinha roubado, e menos ainda no mísero estado em que se encontra, que não são precisos olhos para cavar mais fundo que três palmos.”
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José Saramago
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livro
Ensaio sobre a Cegueira
Ensaio sobre a Cegueira
Tópicos
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escritor português 1922–2010Citações relacionadas
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“Não havia liberdade na vida, e certamente não havia na morte ...”
Virginia Woolf
(1882–1941) escritora inglesa

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Paulo Coelho
(1947) escritor e letrista brasileiro