“Se a escravidão não é crime, não há crimes.”
“Talvez a pergunta que se faça seja: o que esperar de uma CPI do Crime Organizado feita pelo Crime Desorganizado?
O espetáculo começa antes do expediente.
Os refletores acendem, os microfones se aquecem e os justiceiros-influencers ajeitam o paletó como quem ajusta o figurino do herói.
O povo, já acostumado à reprise, senta-se diante do mesmo palco e ainda finge surpresa.
Enquanto o Crime Organizado age com método, silêncio e disciplina de quartel, o Crime Desorganizado tropeça nas próprias narrativas, encena virtudes e ainda transforma a nossa indignação em conteúdo patrocinado.
Um se esconde nas sombras; o outro, nelas se promove
Dizem que o desorganizado é menos perigoso — mas o caos, quando ganha crachá e holofote, se torna uma arma mais letal: convence a parte apaixonada do povo de que combate o mal, quando apenas disputa o comando dele.
O resultado é o mesmo: o crime segue impune, apenas muda de palanque.
E o público, anestesiado por discursos reciclados, ainda aplaude a encenação da ética feita por quem a vende em lotes.
No fim, o verdadeiro crime não está nas ruas, mas nas mentes que já se acostumaram com o circo.
Porque o que se investiga, afinal, não é o crime — é o espetáculo do crime.
E o país, cansado, segue acreditando que o palácio difere da cela… apenas porque as grades do poder são douradas.”
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“Crime e vidas ruins são a medida da falha do Estado, todo crime no final é o crime da comunidade.”
Crime and bad lives are the measure of a State's failure, all crime in the end is the crime of the community.
A Modern Utopia - Página 86 http://books.google.com.br/books?id=w_HY2By17g4C&pg=PA86, Herbert George Wells - Forgotten Books, 1936, ISBN 1606201840, 9781606201848 - 392 páginas
Modern Utopia
“As leis são um freio para os crimes públicos, a religião para os crimes secretos.”
Variante: As leis são um freio para os crimes públicos - a religião para os crimes secretos.
“Nenhum crime é vulgar, mas toda vulgaridade é crime”
No crime is vulgar, but all vulgarity is crime
Complete works of Oscar Wilde - Página 1205, de Oscar Wilde, Vyvyan Beresford Holland - publicado por Collins, 1966 - 1216 páginas