Frases de Roland Barthes

“A ciência é grosseira, a vida é sutil, e é para corrigir essa distância que a literatura nos importa.”

“Como ciumento sofro quatro vezes: por ser excluído, por ser agressivo, por ser doido e por ser vulgar.”

“No fundo a Fotografia é subversiva, não quando aterroriza, perturba ou mesmo estigmatiza, mas quando é pensativa.”

“Como ciumento sofro quatro vezes: porque sou ciumento, porque me reprovo de sê-lo, porque temo que meu ciúme machuque o outro, porque me deixo dominar por uma banalidade: sofro por ser excluído, por ser agressivo, por ser louco e por ser comum.”

“A foto-retrato é um campo cerrado de forças. Quatro imaginários aí se cruzam… diante da objetiva, sou ao mesmo tempo, aquele que a fotografia me julga e aquele de que se serve para exibir sua arte.”

“ANULAÇÃO. Lufada de linguagem durante a qual o sujeito chega a anular o objeto amado sob o volume do amor em si: por uma perversão propriamente amorosa, é o amor que o sujeito ama, não o objeto.”

“AFIRMAÇÃO. Ao contrário de tudo e contra tudo, o sujeito afirma o amor como valor.”

“A doença de Michelet é a enxaqueca, esse misto de ofuscamento e náusea.”

“…ei-lo aos 44 anos: sente-se nesse “longo suplício, a velhice”; mas vejamo-lo seis anos mais tarde, aos cinqüenta anos: está prestes a esposar uma jovem de vinte e começa alegremente a terceira vida. Isso não é tudo: depois da mulher, os elementos; Michelet conhece ainda três renascimentos – a terra (banhos de lama em Acqui, perto de Turim), a água (seu primeiro banho de mar aos 57 anos), o sol (em Hyères).”

“Michelet morre quando não trabalha (quantas declarações a respeito!) –isso significa que tudo nele é preparado para construir a história como um alimento.”

“Vimos ele próprio ameaçado pela poesia como por um inferno natal, e aspirando à prosa como a uma libertação decisiva, a qual permitiria devorar a história e formar com ela um mesmo tecido.”

“Encontro pela vida milhões de corpos; desses milhões posso desejar centenas; mas dessas centenas, amo apenas um. O outro pelo qual estou apaixonado me designa a especialidade do meu desejo.”

“Toda a lei que oprime um discurso esta insuficientemente fundamentada.”

“A literatura não permite caminhar, mas permite respirar.”

“Assim é a Foto: não pode dizer o que ela dá a ver.”

“A fotografia sempre me espanta, com um espanto que dura e se renova, inesgotavelmente.”

“A linguagem é como uma pele: com ela eu contacto com os outros.”

“O fascismo não é impedir-nos de dizer, é obrigar-nos a dizer.”

“Os carros hoje são quase equivalentes às grandes catedrais góticas: a suprema criação de uma era, concebida com paixão por artistas anÕnimos e consumida - como imagem ou na prática - por toda uma população que se apropria deles como objetos mágicos.”

“A Fotografia não fala (forçosamente) daquilo que não é mais, mas apenas e com certeza daquilo que foi.”

“Nela vejo apenas o objeto de um desejo esteticamente retido.”

“AUSÊNCIA. Todo episódio de linguagem que põe em cena a ausência do objeto amado - quaisquer que sejam a causa e a duração - e tende a transformar essa ausência em prova de abandono.”

“ADORÁVEL. Não conseguindo nomear a especialidade do seu desejo pelo ser amado, o sujeito apaixonado chega a essa palavra um pouco tola: adorável.”

“ABISMAR-SE. Lufada de aniquilamento que atinge o sujeito apaixonado por desespero ou por excesso de satisfação.”

“What love lays bare in me is energy.”

“The Text is plural. Which is not simply to say that it has several meanings, but that it accomplishes the very plural of meaning: an irreducible (and not merely an acceptable) plural.”

“A work has two levels of meaning: literal and concealed.”

“… language is never innocent.”

“mad I cannot be, sane I do not deign to be, neurotic I am.”

“I am interested in language because it wounds or seduces me.”

“The theory of the Text can coincide only with a practice of writing.”

“Each of us has his own rhythm of suffering.”

“I encounter millions of bodies in my life; of these millions, I may desire some hundreds; but of these hundreds, I love only one.”

“To whom could I put this question (with any hope of an answer)? Does being able to live without someone you loved mean you loved her less than you thought…?”

“What the Photograph reproduces to infinity has occurred only once: the Photograph mechanically repeats what could never be repeated existentially.”

“Someone tells me: this kind of love is not viable. But how can you evaluate viability? Why is the viable a Good Thing? Why is it better to last than to burn?”

“The bastard form of mass culture is humiliated repetition: content, ideological schema, the blurring of contradictions—these are repeated, but the superficial forms are varied: always new books, new programs, new films, news items, but always the same meaning.”

“The lover's fatal identity is precisely this: I am the one who waits.”

“When we define the Photograph as a motionless image, this does not mean only that the figures it represents do not move; it means that they do not (i)emerge(i), do not (i)leave(i): they are anesthetized and fastened down, like butterflies.”

“Don't say mourning. It's too psychoanalytic. I'm not mourning. I'm suffering.”

“…the book creates meaning, the meaning creates life.”

“This endured absence is nothing more or less than forgetfulness. I am, intermittently, unfaithful. This is the condition of my survival.”

“We know that the war against intelligence is always waged in the name of common sense.”

“I make the other’s absence responsible for my worldliness.”

“Isn’t the most sensitive point of this mourning the fact that I must lose a language — the amorous language? No more ‘I love you’s.”

“The text you write must prove to me that it desires me. This proof exists: it is writing. Writing is: the science of the various blisses of language, its Kama Sutra (this science has but one treatise: writing itself).”

“The art of living has no history: it does not evolve: the pleasure which vanishes vanishes for good, there is no substitute for it. Other pleasures come, which replace nothing., nothing but mutations.”

“To make someone wait: the constant prerogative of all power, "age-old pastime of humanity".”

“The incapacity to name is a good symptom of disturbance.”

“Writing is the destruction of every voice, of every point of origin.”

“All of a sudden it didn't bother me not being modern.”

“I have not a desire but a need for solitude.”

“Literature is that which he can not read without pain, without choking on truth.”