“Durante milhares de anos os malfeitores não tiveram acerca do seu crime outra impressão do que essa impressão pessoal, a que se refere Espinosa; dizem à vista do castigo: «Eis um acidente imprevisto», em vez de «eu não devia ter feito isto». Os malfeitores submetiam-se ao castigo, como a uma desgraça ou à morte, sem repugnância com aquele fatalismo valoroso do qual os russos nos levam vantagens.

Se algum efeito produzia o castigo, era o aumento da perspicácia, o desenvolvimento da memória, a vontade de operar para diante com mais prudência, com mais precaução, o mistério, e finalmente a confissão de que, em muitas coisas o homem é fraco, na reforma do juízo acerca de si mesmo. Em suma o que logra o castigo no homem e no animal, é o aumento do medo, a finura da perspicácia, o domínio dos apetites: nesse sentido o castigo doma o homem, mas não o melhora; talvez pelo contrário (Dos escarmentados saem os avisados, diz o adágio; mas também nascem os maus, e às vezes, por fortuna, os estúpidos).”

Zur Genealogie Der Moral (1887) Gotzendammerung

Última atualização 22 de Maio de 2020. História

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Variante: E por que punir o culpado quando não se resulta qualquer vantagem do seu castigo?

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