“Durante milhares de anos os malfeitores não tiveram acerca do seu crime outra impressão do que essa impressão pessoal, a que se refere Espinosa; dizem à vista do castigo: «Eis um acidente imprevisto», em vez de «eu não devia ter feito isto». Os malfeitores submetiam-se ao castigo, como a uma desgraça ou à morte, sem repugnância com aquele fatalismo valoroso do qual os russos nos levam vantagens.
Se algum efeito produzia o castigo, era o aumento da perspicácia, o desenvolvimento da memória, a vontade de operar para diante com mais prudência, com mais precaução, o mistério, e finalmente a confissão de que, em muitas coisas o homem é fraco, na reforma do juízo acerca de si mesmo. Em suma o que logra o castigo no homem e no animal, é o aumento do medo, a finura da perspicácia, o domínio dos apetites: nesse sentido o castigo doma o homem, mas não o melhora; talvez pelo contrário (Dos escarmentados saem os avisados, diz o adágio; mas também nascem os maus, e às vezes, por fortuna, os estúpidos).”
Zur Genealogie Der Moral (1887) Gotzendammerung
Tópicos
medo , sentido , efeito , memória , morte , homens , final , milhar , domínio , medo , morte , reforma , vontade , impressão , crime , contrário , juiz , acidente , vantagem , ano , desenvolvimento , coisa , vez , homem , aumento , animal , feito , fortuna , diante , melhor , vistos , russa , outro , prudência , mau , malfeitor , suma , algum , mistério , confissão , pessoal , desgraça , precauçãoFriedrich Nietzsche 794
filósofo alemão do século XIX 1844–1900Citações relacionadas

“O medo segue o crime e é seu castigo.”

“O castigo foi feito para melhorar aquele que o aplica.”
“E porquê punir o culpado quando não resulta quaisquer vantagem do seu castigo?”
Variante: E por que punir o culpado quando não se resulta qualquer vantagem do seu castigo?