Frases de Rimbaud

página 2

“Ela foi encontrada!
Quem? A eternidade.
É o mar misturado
Ao sol.

Minha alma imortal,
Cumpre a tua jura
Seja o sol estival
Ou a noite pura.

Pois tu me liberas
Das humanas quimeras,
Dos anseios vãos!
Tu voas então…

— Jamais a esperança.
Sem movimento.
Ciência e paciência,
O suplício é lento.

Que venha a manhã,
Com brasas de satã,
O dever
É vosso ardor.

Ela foi encontrada!
Quem? A eternidade.
É o mar misturado
Ao sol.”

“Oh estações, oh castelos!
Que alma é sem defeitos?

Eu estudei a alta magia
Do Amor, que nunca sacia.

Saúdo-te toda vez
Que canta o galo gaulês.

Ah! Não terei mais desejos:
Perdi a vida em gracejos.
Tomou-me corpo e alento,
E dispersou meus pensamentos.

Ó estações, ó castelos!

Quando tu partires, enfim
Nada restará de mim.

Ó estações, ó castelos!”

“A poesia não voltará a ritmar a acção; ela passará a antecipar-se-lhe.”

“É preciso reinventar o amor, toda a gente sabe.”

“Dos meus antepassados gauleses tenho os olhos azuis pálidos, uma firmeza limitada e a falta de habilidade na luta.”

“A vida é uma farsa que toda a gente se vê obrigada a representar.”

“Que vida! A autêntica vida está ausente. Não estamos no mundo.”

“Farsa contínua! A minha inocência me faria chorar. A vida é a farsa a ser levada por todos.”

“A ação não é vida, mas sim uma maneira de gastar as forças.”

“Eu escrevia silêncios, noites, anotava o inexprimível. Fixava vertigens.”

“Ninguém é sério aos 17 anos.”

“Engoli uma notável poção de veneno - Três vezes seja bendita esta riquíssima ideia! - As entranhas ardem-me. A violência da peçonha galvaniza-me os membros, desfigura-me, atira-me por terra. Morro de sede, sufoco, não posso gritar. É o inferno, a pena capital. Vede como as chamas cobrem tudo! Ardo bastante bem.”

“Estendi cordas de campanário a campanário; guirlandas de janela a janela; correntes de ouro de estrela a estrela, e danço.”

“Acredito que estou no inferno, portanto estou nele.”

“O poeta faz-se vendo através de um longo, imenso e sensato desregramento de todos os sentidos.”

“A nossa pálida razão esconde-nos o infinito.”

“Aguardo Deus com gula.”

“A moral é a debilidade do cérebro.”

“Uma noite, sentei a Beleza no meu colo. - E a achei amarga. - E a xinguei.”

“De manhã, eu tinha o olhar tão perdido e a postura tão morta, que aqueles que encontrei talvez não me vissem.”

“E, no entanto, chega de deuses! chega de deuses! o Homem é Rei,
O Homem é Deus!”

“Dançam, dançam os paladinos, Os magros paladinos do diabo, Os esqueletos dos Saladinos.”

“Recebi no coração o golpe de misericórdia. Ah! Eu não o havia previsto.”

“Vamos apreciar sem vertigem o tamanho de minha inocência.”

“O vento Sul me fez lembrar miseráveis incidentes de infância, meus desesperos de verão, a horrível quantidade de força e de ciência que o destino sempre afastou de mim. Não! não passaremos o verão neste país mesquinho onde nada mais seremos que noivos órfãos. Quero que este braço teso não arraste mais uma imagem querida.”

“You will always be a hyena.”

“Is it in these bottomless nights that you sleep in exile?”

“But, true, I’ve wept too much! Dawns break hearts./ Every moon is brutal, every sun bitter.”

“The poet makes himself a voyant through a long, immense reasoned deranging of all his senses. All the forms of love, of suffering, of madness; he tries to find himself, he exhausts in himself all the poisons, to keep only their quintessences.”

“To whom shall I hire myself out? What beast should I adore? What holy image is attacked? What hearts shall I break? What lies shall I uphold? In what blood tread?”

“My wisdom is as spurned as chaos. What is my nothingness, compared to the amazement that awaits you?”

“And from that time on I bathed in the Poem
Of the Sea, star-infused and churned into milk,
Devouring the green azures; where, entranced in pallid flotsam,
A dreaming drowned man sometimes goes down.”

“It began as research. I wrote of silences, of nights, I scribbled the indescribable. I tied down the vertigo.”

“It is found again.
What? Eternity.
It is the sea
Gone with the sun.”

“In the great glasshouses streaming with condensation, the children in mourning-dress beheld marvels.”

“I have bathed in the Poem
Of the Sea…
Devouring the green azures.”

“The northern lights rise like a kiss to the sea”

“Is it possible to become ecstatic amid destruction, rejuvenate oneself through cruelty?”

“No one's serious at seventeen,
When lindens line the promenades”

“I have embraced the summer dawn.”

“My sad heart foams at the stern.”

“I have seen the sunset, stained with mystic horrors,
Illumine the rolling waves with long purple forms,
Like actors in ancient plays.”

“Black A, white E, red I, green U, blue O: vowels,
Someday I shall recount your latent births.”

“One must be absolutely modern.”

“I went out under the sky, Muse! and I was your vassal.”

“Oh my little mistresses,
How I hate you!”

“Once, I remember well, my life was a feast where all hearts opened and all wines flowed.”

“Old poetics played a large part in my alchemy of the word.”

“O seasons, O castles,
What soul is without flaws?”

“Sweeter than apples to children
The green water spurted through my pine-wood hull.”

“I say one must be a seer, make oneself a seer. The poet makes himself a seer by an immense, long, deliberate derangement of all the senses.”

“I! I who fashioned myself a sorcerer or an angel, who dispensed with all morality, I have come back to earth.”

“Love is to be reinvented, that is clear.”

“I have seen starry archipelagoes! and islands
Whose raving skies are opened to the voyager:
Is it in these bottomless nights that you sleep, in exile,
A million golden birds, O future Vigor?”