“Ninguém poderia sobreviver à compreensão instantânea da dor universal, pois cada coração só foi moldado para uma certa quantidade de sofrimentos. Existem como que limites materiais para nossa resistência; entretanto, a expansão de cada desgosto os alcança e, às vezes, os ultrapassa: é frequentemente a origem de nossa ruína. Daí deriva a impressão de que cada dor, cada desgosto, são infinitos. Eles o são, na verdade, mas somente para nós, para os limites de nosso coração; e mesmo que este tivesse as dimensões do vasto espaço, nossos males seriam ainda mais vastos, pois toda dor substitui o mundo e de cada desgosto faz outro universo. A razão esforça-se inutilmente para mostrar-nos as proporções infinitesimais de nossos acidentes; fracassa ante nossa tendência para a proliferação cosmogônica. Daí decorre que a verdadeira loucura nunca é devida aos acasos ou aos desastres do cérebro, mas à concepção falsa do espaço que o coração se forja…”

A Short History of Decay

Última atualização 6 de Outubro de 2023. História

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“Chame-me! Cada dia, cada dia mais forte, o desgosto enche meu coração por lhe negar, mas ante a glória da tua graça impune, ajoelha-se o meu ódio e camada de meu remorso.”

Edmond Haraucourt (1856–1941)

Honte à moi! Chaque jour, et chaque jour plus fort, le dégoût vient gonfler mon cSur qui te renie; Mais devant le splendeur de ta grâce impunie, s'agenouille ma haine et couche mon remord.
citado por Antonio de Hoyos y Vinent em A flor de piel

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“Devemos aventurar-se no estudo de cada tipo de animal, sem desgosto, por todos e cada um vai nos revelar algo natural e algo bonito.”

Aristoteles (-384–-321 a.C.) filósofo grego

Livro I, 645.a21
Das partes dos animais

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