“Sonho Oriental

Sonho-me ás vezes rei, n'alguma ilha,
Muito longe, nos mares do Oriente,
Onde a noite é balsamica e fulgente
E a lua cheia sobre as aguas brilha…

O aroma da magnolia e da baunilha
Paira no ar diaphano e dormente…
Lambe a orla dos bosques, vagamente,
O mar com finas ondas de escumilha…

E emquanto eu na varanda de marfim
Me encosto, absorto n'um scismar sem fim,
Tu, meu amor, divagas ao luar,

Do profundo jardim pelas clareiras,
Ou descanças debaixo das palmeiras,
Tendo aos pés um leão familiar.”

Última atualização 18 de Setembro de 2019. História
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Antero de Quental 15
poeta português 1842–1891

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“Excerto da poesia: Canção (…)O vento vem vindo de longe,/a noite se curva de frio;/debaixo da água vai morrendo/meu sonho, dentro de um navio… (…)”

Cecília Meireles (1901–1964)

Obra poética‎ - Página 18, Cecília Meireles - J. Aguilar, 1958 - 1093 páginas

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