“Talvez a mais sutil das violências seja a de tantos cidadãos de bem — que consomem sem se importar de onde vem…
Vivem do jeitinho que lhes convém e só enxergam culpa nos Bandidos Assumidos e no Estado.
Enquanto boa parte da sociedade se embriaga com o Espetáculo do Confronto — Helicópteros, Caveirão, Operações, Manchetes e Discursos Inflamados — a verdadeira violência continua onde sempre esteve: no cotidiano do cidadão comum que normalizou o Jeitinho, a Indiferença e a Conveniência.
E a minha indignação é tão grande, mas tão grande que já não quero só escrever; agora meus dedos querem gritar.
Mas o grito, se não for lúcido, vira só mais um ruído — e tudo que eu não quero é apagar fogo com gasolina.
Não dá para insistir em colocar a violência somente na conta do Braço Armado do Estado ou na dos Bandidos Assumidos — enquanto estes últimos, por vezes, sobrevivem às nossas próprias falhas.
A pergunta que não ousamos fazer é: E se não consumíssemos os produtos deles?
Se a indiferença e o jeitinho deixassem de alimentá-la, talvez a violência perdesse parte de sua força silenciosa.
E, no fim, talvez tudo que eu precise fazer seja deixar cair o pincel — para que a consciência de cada um pinte o quadro que o mundo precisa.”
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Variante: Apenas a violência pode servir onde reina a violência, e
apenas os homens podem servir onde existem homens.
BOORSTIN, D. Remarks by Daniel Boorstin, the Librarian of Congress, at White House Conference on Library and Information Science, Journal of information Science, p. 111-113, 1980. http://www.webquest.futuro.usp.br/artigos/textos_rafael.html
“Onde acaba o amor têm início o poder, a violência e o terror”
como citado in: Folha de São Paulo http://www1.folha.uol.com.br/fsp/folhatee/fm2011200603.htm: "O rap de protesto acabou", 20 de novembro de 2006