Frases de Monteiro Lobato
Monteiro Lobato
Data de nascimento: 18. Abril 1882
Data de falecimento: 4. Julho 1948
José Bento Renato Monteiro Lobato foi um escritor, ativista, diretor e produtor brasileiro.
Foi um importante editor de livros inéditos e autor de importantes traduções. Seguido a seu precursor Figueiredo Pimentel da literatura infantil brasileira, ficou popularmente conhecido pelo conjunto educativo de sua obra de livros infantis, que constitui aproximadamente a metade da sua produção literária. A outra metade, consistindo de contos , artigos, críticas, crônicas, prefácios, cartas, livros sobre a importância do ferro e do petróleo . Escreveu um único romance, O Presidente Negro, que não alcançou a mesma popularidade que suas obras para crianças, que entre as mais famosas destaca-se Reinações de Narizinho , Caçadas de Pedrinho e O Picapau Amarelo .
Contista, ensaísta e tradutor, Lobato nasceu na cidade de Taubaté, interior de São Paulo, no ano de 1882. Formado em Direito, atuou como promotor público até se tornar fazendeiro, após receber herança deixada pelo avô. Diante de um novo estilo de vida, Lobato passou a publicar seus primeiros contos em jornais e revistas, sendo que, posteriormente, reuniu uma série deles no livro Urupês, sua obra prima como escritor. Em uma época em que os livros brasileiros eram editados em Paris ou Lisboa, Monteiro Lobato tornou-se também editor, passando a editar livros também no Brasil. Com isso, ele implantou uma série de renovações nos livros didáticos e infantis.
É bastante conhecido entre as crianças, pois se dedicou a um estilo de escrita com linguagem simples onde realidade e fantasia estão lado a lado. Pode-se dizer que ele foi o precursor da literatura infantil no Brasil. Suas personagens mais conhecidas são: Emília, uma boneca de pano com sentimento e ideias independentes; Pedrinho, personagem que o autor se identifica quando criança; Visconde de Sabugosa, o sábio sabugo de milho que tem atitudes de adulto, Cuca, vilã que aterroriza a todos do sítio, Saci Pererê e outros personagens que fazem parte da famosa obra Sítio do Picapau Amarelo, que até hoje é lido por muitas crianças e adultos. Escreveu ainda outras obras infantis, como A Menina do Nariz Arrebitado, O Saci, Fábulas do Marquês de Rabicó, Aventuras do Príncipe, Noivado de Narizinho, O Pó de Pirlimpimpim, Emília no País da Gramática, Memórias da Emília, O Poço do Visconde, e A Chave do Tamanho. Fora os livros infantis, escreveu outras obras literárias, tais como O Choque das Raças, Urupês, A Barca de Gleyre e O Escândalo do Petróleo. Neste último livro, demonstra todo seu nacionalismo, posicionando-se totalmente favorável a exploração do petróleo, no Brasil, apenas por empresas brasileiras.
Citações Monteiro Lobato
„Tudo vem dos sonhos. Primeiro sonhamos, depois fazemos.“
"América: os Estados Unidos de 1929" – p 111, de José Bento Monteiro Lobato – Brasiliense, 1948 – 311 pp
„Eu me acho capaz de escrever para os Estados Unidos por causa do meu pendor para escrever para crianças. Acho o americano sadiamente infantil.“
"A barca de Gleyre: quarenta anos de correspondencia literaria entre Monteiro Lobato e Godofredo Rangel" – p. 468, de José Bento Monteiro Lobato, Godofredo Rangel – Companhia Editora Nacional, 1944 – 504 pp
De Norte a Sul o povo lamuria a sua desgraça e chora envergonhado o que perdeu. Tinha um rei, tem sátrapas. Tinha dinheiro, tem dívidas. Tinha justiça, tem cambalachos de toga. Tinha Parlamento, tem ante-salas de fâmulos. Tinha o respeito do estrangeiro, tem irrisão e desprezo. Tinha moralidade, tem o impudor deslavado. Tinha soberania, tem cônsules estrangeiros assessorando ministros. Tinha estadistas, tem pêgas. Tinha vontade, tem medo. Tinha leis, tem estado de sítio. Tinha liberdade de imprensa, tem censura. Tinha brio, tem fome. Tinha Pedro II, tem ... não tem! Era. Não é
Trecho "REVISTA DO BRASIL", vol. IX, Ano III, nº 36, p. 387-391, São Paulo, dezembro de 1918
„Quem morre pelo seu país vive eternamente.“
Monteiro Lobato, como citado em "Do bestial ao genial: frases da política" – p. 164, de Paulo Buchsbaum, AROEIRA – Publicações, 2006, ISBN 978‐85‐0002075‐9 – 252 pp.
„Se quer viver feliz na América, não se mostre duro com os cães – nem desrespeitoso para com a americana. São dois dogmas muito sérios.“
Fonte: Livros, América (1929), p. 23.
„De escrever para marmanjos já me enjoei. Bichos sem graça. Mas para crianças um livro é todo um mundo.“
Monteiro Lobato apud Dad Squarisi, (6 de agosto de 2006 – "Dicas de português – Escrever é...". Correio Braziliense, Caderno C, p. 4.)
"A barca de Gleyre: quarenta anos de correspondencia literária entre Monteiro Lobato e Godofredo Rangel" – p. 467, de José Bento Monteiro Lobato, Godofredo Rangel – Companhia Editora Nacional, 1944 – 504 pp.
„Malba Tahan: "O Homem que Calculava" já me encantou duas vezes e ocupa lugar de honra entre os livros que conservo. Falta nele um problema — o cálculo da soma de engenho necessário para a transformação do deserto da abstração matemática em tão repousante oásis. Só Malba Tahan faria obra assim, encarnação que ele é da sabedoria oriental — obra alta, das mais altas, e só necessita de um país que devidamente a admire; obra que ficará a salvo das vassouradas do Tempo como a melhor expressão do binômio "ciência-imaginação". Que Allah nunca cesse de chover sobre Malba Tahan a luz que reserva para os eleitos.“
Carta dirigida a Malba Tahan por Monteiro Lobato. São Paulo, 14.1.1939