“Mistério

Gosto de ti, ó chuva, nos beirados,
Dizendo coisas que ninguém entende!
Da tua cantilena se desprende
Um sonho de magia e de pecados.

Dos teus pálidos dedos delicados
Uma alada canção palpita e ascende,
Frases que a nossa boca não aprende,
Murmúrios por caminhos desolados.

Pelo meu rosto branco, sempre frio,
Fazes passar o lúgubre arrepio
Das sensações estranhas, dolorosas…

Talvez um dia entenda o teu mistério…
Quando, inerte, na paz do cemitério,
O meu corpo matar a fome às rosas!”

Última atualização 18 de Janeiro de 2019. História
Florbela Espanca photo
Florbela Espanca 100
poetisa portuguesa 1894–1930

Citações relacionadas

Mário Quintana photo
Paulo Coelho photo
Florbela Espanca photo
Jim Morrison photo
Cecília Meireles photo

Tópicos relacionados