“Não falo pelo outros, só falo por mim. Ninguém vai me dizer o que sentir.”
“O embate que Butler trava com a teorização de Lacan sobre o falo centra-se na significação e na simbolização tanto do pênis quanto do falo. Enquanto Lacan afirma a primazia do significante fálico, Butler destrona o falo da posição privilegiada em que Lacan o coloca. A desconexão entre o falo e o pênis é crucial para Butler, pois se o falo não é mais do que um símbolo, então ele pode simbollizar igualmente qualquer outra parte do corpo, e quem não "tem" nem "é" o falo (numa distinção importante tanto para Butler quanto para Lacan) pode reterritoralizar esse símbolo de forma subversiva. A disjunção entre o significante (o falo) e o referente (o pênis) permite a Butler subtrair o falo do domínio exclusivamente masculino e pôr abaixo a distinção entre "ser" e "ter": de fato, ninguém "tem" o falo, umavez que ele é um símbolo. Além disso, desconectar o falo do pênis possibilita que ele possa ser reacolocado por quem não tem pênis.”
Judith Butler
Citações relacionadas
“Eu não falo com ele sobre trabalho.”
“Falo português quando estou feliz.”
Em entrevista com a ISTOÉ Gente http://www.terra.com.br/istoegente/226/entrevista/index.htm, edição 01/12/2003
“O amor me move: só por ele eu falo.”
Água Viva, página 35, Clarice Lispector - Círculo do Livro, 1973 - 115 páginas