“Ela foi encontrada!Quem? A eternidade.É o mar misturadoAo sol.Minha alma imortal,Cumpre a tua juraSeja o sol estivalOu a noite pura.Pois tu me liberasDas humanas quimeras,Dos anseios vãos!Tu voas então…— Jamais a esperança.Sem movimento.Ciência e paciência,O suplício é lento.Que venha a manhã,Com brasas de satã,O deverÉ vosso ardor.Ela foi encontrada!Quem? A eternidade.É o mar misturadoAo sol.” Rimbaud De esperança , Noite , Mar , Alma
“Oh estações, oh castelos!Que alma é sem defeitos?Eu estudei a alta magiaDo Amor, que nunca sacia.Saúdo-te toda vezQue canta o galo gaulês.Ah! Não terei mais desejos:Perdi a vida em gracejos.Tomou-me corpo e alento,E dispersou meus pensamentos.Ó estações, ó castelos!Quando tu partires, enfimNada restará de mim.Ó estações, ó castelos!” Rimbaud De saúde , De amor , De vida , Alma
“Canção da Torre Mais AltaMocidade presaA tudo oprimidaPor delicadezaEu perdi a vida.Ah! Que o tempo venhaEm que a alma se empenha.Eu me disse: cessa,Que ninguém te veja:E sem a promessaDe algum bem que seja.A ti só aspiroAugusto retiro.Tamanha paciênciaNão me hei de esquecer.Temor e dolência,Aos céus fiz erguer.E esta sede estranhaA ofuscar-me a entranha.Qual o Prado imensoCondenado a olvido,Que cresce floridoDe joio e de incensoAo feroz zunzum dasMoscas imundas.” Rimbaud De vida , Tempo , Alma , Paciência