Frases de José Guilherme Merquior

José Guilherme Alves Merquior foi um crítico literário, ensaísta, diplomata e sociólogo brasileiro. Professor universitário, foi um pensador que se definia politicamente como um liberal social.

✵ 22. Abril 1941 – 7. Janeiro 1991
José Guilherme Merquior photo
José Guilherme Merquior: 4   citações 1   Curtida

José Guilherme Merquior frases e citações

Esta tradução está aguardando revisão. Está correcto?

“Vale a pena destacar [vários] pontos ao mesmo tempo [que desafiam a Loucura e a Civilização de Foucault]: (1) Há ampla evidência de crueldade medieval em relação aos insanos; (2) No final da Idade Média e do Renascimento, os loucos já estavam confinados, em celas, prisões ou até gaiolas; (3) 'diálogo' ou nenhum 'diálogo', até a loucura naqueles tempos estava freqüentemente relacionada ao pecado - mesmo na mitologia do navio dos tolos; e, nessa medida, era considerado sob uma luz muito menos benevolente do que sugerida por Foucault (mentes pré-modernas aceitavam a realidade da loucura - "loucura como parte da verdade" - assim como aceitavam a realidade do pecado; mas isso não significa que eles valorizavam a loucura, mais do que o pecado; (4) como Martin Schrenk (ele próprio um crítico severo Foucault) mostrou, os primeiros hospícios modernos se desenvolveram em hospitais e mosteiros medievais, em vez de leprosária reaberta; (5) o Grande O confinamento visava primariamente não ao desvio, mas à pobreza - pobreza criminal, pobreza louca ou simplesmente pobreza; a noção de que ela anunciava (em nome da crescente burguesia) uma segregação moral não suporta um exame minucioso; (6) nota, como salientou Klaus Doerner, outro crítico de Foucault (Madmen e a Burguesia, 1969), que não havia um confinamento controlado pelo Estado uniforme: os padrões inglês e alemão, por exemplo, se desviaram bastante do Grande Renfermínio Louis Quatorziano; (7) Fouca A periodização de ult parece-me errada. No final do século XVIII, o confinamento dos pobres era geralmente considerado um fracasso; mas é então que o confinamento dos loucos realmente avançou, como tão conclusivamente mostrado nas estatísticas relativas à Inglaterra, França e Estados Unidos; (8) Tuke e Pinel não 'inventaram' a doença mental. Em vez disso, eles devem muito a terapias anteriores e, com frequência, também se baseiam em seus métodos; (9) além disso, na Inglaterra do século XIX, o tratamento moral não era tão central na medicalização da loucura. Longe disso: como demonstrado por Andrew Scull, os médicos viam a terapia moral tukeana como uma ameaça leiga à sua arte e esforçavam-se para evitá-la ou adaptá-la à sua própria prática. Mais uma vez, os monólitos da época de Foucault desmoronam diante da riqueza contraditória da evidência histórica.”

José Guilherme Merquior: Frases em inglês

“[A] number of points are worth making at once [that challenge Foucault’s Madness and Civilization]: (1) There is ample evidence of medieval cruelty towards the insane; (2) In the late Middle Ages and the Renaissance, the mad were already confined, to cells, jails or even cages; (3) ‘dialogue’ or no ‘dialogue’, even madness during those times was frequently connected with sin -- even in the Ship of Fools mythology; and, to that extent, it was regarded in a far less benevolent light than suggested by Foucault (pre-modern minds accepted the reality of madness -- ‘madness as a part of truth’ -- just as they accepted the reality of sin; but this does not mean they valued madness, any more than sin; (4) as Martin Schrenk (himself a severe critic Foucault) has shown, early modern madhouses developed from medieval hospitals and monasteries rather than as reopened leprosaria; (5) the Great Confinement was primarily aimed not at deviance but at poverty -- criminal poverty, crazy poverty or just plain poverty; the notion that it heralded (in the name of the rising bourgeoise) a moral segregation does not bear close scrutiny; (6) at any rate, as stressed by Klaus Doerner, another of critic of Foucault (Madmen and the Bourgeoisie, 1969), that there was no uniform state-controlled confinement: the English and German patterns, for example, strayed greatly from the Louis Quatorzian Grand Renfermement; (7) Foucault’s periodization seems to me amiss. By the late eighteenths century, confinement of the poor was generally deemed a failure; but it is then that confinement of the mad really went ahead, as so conclusively shown in statistics concerning England, France, and the United States; (8) Tuke and Pinel did not ‘invent’ mental illness. Rather, they owe much to prior therapies and often relied also on their methods; (9) moreover, in nineetenth-century England moral treatment was not that central in the medicalization of madness. Far from it: as shown by Andrew Scull, physicians saw Tukean moral therapy as a lay threat to their art, and strove to avoid it or adapt it to their own practice. Once more, Foucault’s epochal monoliths crumble before the contradictory wealth of the historical evidence.”

José Guilherme Merquior livro Foucault

Fonte: Foucault (1985), pp. 28-29

Autores parecidos

Roberto Campos photo
Roberto Campos 69
Economista, diplomata e político matogrossense
Paulo Coelho photo
Paulo Coelho 390
escritor e letrista brasileiro
Augusto Cury photo
Augusto Cury 243
Psiquiatra e Escritor brasileiro
Caio Fernando Abreu photo
Caio Fernando Abreu 439
escritor brasileiro
Mário Quintana photo
Mário Quintana 396
Escritor brasileiro
Clarice Lispector photo
Clarice Lispector 1132
Escritora ucraniano-brasileira
Adélia Prado photo
Adélia Prado 62
Poetisa e escritora brasileira
Jorge Amado photo
Jorge Amado 144
escritor brasileiro
Rubem Alves photo
Rubem Alves 70
psicanalista, educador, teólogo e escritor brasileiro