Frases de Marquês de Maricá

página 6

“Disputa-se com mais frequência sobre as coisas frívolas do que nas mais importantes; as primeiras alcançam a compreensão de todos.”

“O valor mais resoluto é o que procede da desesperação.”

“Ocupados em descobrir os defeitos alheios, esquecemo-nos de investigar os próprios.”

“Custa menos ao nosso amor-próprio caluniar a sorte, do que acusar a nossa má conduta.”

“As circunstâncias ordinariamente nos dominam, poucas vezes nos obedecem.”

“A preguiça gasta a vida, como a ferrugem consome o ferro.”

“O nosso amor-próprio é tão exagerado nas suas pretensões, que não admira se quase sempre se acha frustrado nas suas esperanças.”

“A mocidade é a estação da felicidade sensual, a velhice, a da moral e intelectual.”

“Na nossa conta corrente com a natureza raras vezes lhe creditamos os muitos bens de que gozamos, mas nunca nos esquecemos de debitar-lhe os poucos males que sofremos.”

“O amor-próprio do tolo, quando se exalta, é sempre o mais escandaloso.”

“O espírito vive de ficções, como o corpo se nutre de alimentos.”

“Os bons presumem sempre bem dos outros; os maus, pelo contrário, sempre mal; uns e outros dão o que têm.”

“A imaginação exagera, a razão desconta, o juízo regula.”

“Quem muito nos festeja, alguma coisa de nós deseja.”

“Os bens que a ambição promete são como os do amor, melhores imaginados que conseguidos.”

“Uma grande qualidade ou talento desculpa muitos pequenos defeitos.”

“A nossa imaginação gera fantasmas que nos espantam durante toda a nossa vida.”

“A impaciência, quando não remedeia os nossos males, agrava-os.”

“São incalculáveis os benefícios que provêm da noção de incerteza do dia e ano da nossa morte: esta incerteza corresponde a uma espécie de eternidade.”

“Os maus não nos levam em conta a nossa bondade e indulgência, reputam-na fraqueza, e tiram o argumento para multiplicar as suas malfeitorias.”

“Amigos há de grande valia, que todavia não podem fazer-nos outro bem, senão impedindo pelo seu respeito que nos façam mal.”

“A covardia preserva frequentes vezes a vida.”

“É tão fácil o prometer, e tão difícil o cumprir, que há bem poucas pessoas que cumpram as suas promessas.”

“Os tolos são muitas vezes promovidos a grandes empregos em utilidade e proveito dos velhacos, que melhor os sabem desfrutar.”

“A preguiça dificulta, a actividade tudo facilita.”

“Mudamos de paixões, mas não vivemos sem elas.”

“Na admissão de uma opinião ou doutrina, os homens consultam primeiramente o seu interesse, e depois a razão ou a justiça, se lhes sobeja tempo.”

“O futuro é como o papel em branco em que podemos escrever e desenhar o que queremos.”

“Num povo ignorante a opinião pública representa a sua própria ignorância.”

“A vaidade é talvez um grande condimento da felicidade humana.”

“Ordinariamente nos fingimos distraídos quando não nos convém parecer atentos.”

“Ninguém é tão solícito e diligente em requerer empregos, como aqueles que menos os merecem.”

“Dizer-se de um homem que tem juízo é o maior elogio que se lhe pode fazer.”

“Todos querem liberdade, muitos a possuem, poucos a merecem.”

“O louvor que mais prezamos é justamente aquele que menos merecemos.”

“Podemos reunir todas as virtudes, mas não acumular todos os vícios.”

“A mocidade é temerária; presume muito porque sabe pouco.”

“O pobre lastima-se de querer e não poder, o avarento ufana-se de que pode, mas não quer.”

“A razão dos filósofos é muitas vezes tão extravagante como a imaginação dos poetas.”

“A beleza é uma letra que se vence à vista; a sabedoria tem o seu vencimento a prazo.”

“A moderação em muitos homens é o reconhecimento da própria fraqueza ou mediocridade.”

“O amor na mocidade é ocupação, na velhice distracção ou alienação.”

“Governar ou conspirar, ou governar conspirando é infelizmente a vocação fatal e invencível de muitos homens ambiciosos.”

“Os maiores detratores dos governos são aqueles que pretendem governar.”

“Ganhamos ordinariamente mais em ouvir do que em falar; quando falamos despendemos, quando ouvimos arrecadamos.”

“Na mocidade buscamos as companhias, na velhice evitamo-las: nesta idade conhecemos melhor os homens e as coisas.”

“Deve-se julgar da opinião e carácter dos povos pelo dos seus eleitos e predilectos.”

“A vitória de uma fação política é ordinariamente o princípio da sua decadência pelos abusos que a acompanham.”

“É muito provável que a posteridade, para quem tantos apelam, tenha tão pouco juízo como nós e os nossos antepassados.”