Frases de John Steinbeck

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“Acredito que uma mulher forte pode ser mais forte que um homem, principalmente se tiver amor no seu coração. Eu acho que uma mulher amorosa é indestrutível.”

“E agora que você não precisa ser perfeito, você pode ser bom.”

“Ideias são como coelhos. Você começa com um par, aprende a lidar com elas, e logo tem uma dúzia.”

“Você se orgulha de sua mágoa? Isso faz você parecer grande e trágico? ... Bem, pense nisso. Talvez você esteja atuando em um bom palco com apenas você de público.”

“Talvez todos desta porcaria de mundo estejam com medo do outro”

“O homem era, antes, dono do seu saber. O seu saber é hoje o seu domínio.”

“Os pequenos fazendeiros observam como as dívidas sobem insensivelmente, como o crescer da maré. Cuidaram das árvores sem vender a colheita, podaram e enxertaram e não puderam colher as frutas.
Este pequeno pomar, para o ano que vem, pertencerá a uma grande companhia, pois o proprietário será sufocado por dívidas.
Este parreiral passará a ser propriedade do banco. Apenas os grandes proprietários podem subsistir, visto que também possuem fábricas de conservas.
A podridão alastra por todo o Estado e o cheiro doce torna-se uma grande preocupação nos campos. E o malogro paira sobre o Estado como um grande desgosto.
As raízes das vides e das árvores têm de ser destruídas, para se poderem manter os preços elevados. É isto o mais triste, o mais amargo de tudo. Carradas de laranjas são atiradas para o chão. O pessoal vinha de milhas de distâncias para buscar as frutas, mas agora não lhes é permitido fazê-lo. Não iam comprar laranjas a vinte cents a. dúzia, quando bastava pular do carro e apanhá-las do chão. Homens armados de mangueiras derramam querosene por cima das laranjas e enfurecem-se contra o crime, contra o crime daquela gente que veio à procura das frutas. Um milhão de criaturas com fome, de criaturas que precisam de frutas… e o querosene derramado sobre as faldas das montanhas douradas.
O cheiro da podridão enche o país.
Queimam café como combustível de navios. Queimam o milho para aquecer; o milho dá um lume excelente. Atiram batatas aos rios, colocando guardas ao longo das margens, para evitar que o povo faminto intente pescá-las. Abatem porcos, enterram-nos e deixam a putrescência penetrar na terra.
Há nisto tudo um crime, um crime que ultrapassa o entendimento humano. Há nisto uma tristeza, uma tristeza que o pranto não consegue simbolizar. Há um malogro que opõe barreiras a todos os nossos êxitos; à terra fértil, às filas rectas de árvores, aos troncos vigorosos e às frutas maduras. Crianças atingidas de pelagra têm de morrer porque a laranja não pode deixar de proporcionar lucros. Os médicos legistas devem declarar nas certidões de óbito; "Morte por inanição", porque a comida deve apodrecer, deve, por força, apodrecer.
O povo vem com redes para pescar as batatas no rio, e os guardas impedem-nos. Os homens vêm nos carros ruidosos apanhar as laranjas caídas no chão, mas as laranjas estão untadas de querosene. E ficam imóveis, vendo as batatas passarem flutuando; ouvem os gritos dos porcos abatidos num fosso e cobertos de cal viva; contemplam as montanhas de laranja, rolando num lodaçal putrefacto. Nos olhos dos homens reflecte-se o malogro. Nos olhos dos esfaimados cresce a ira. Na alma do povo, as vinhas da ira crescem e espraiam-se pesadamente, pesadamente amadurecendo para a vindima.”

“Se um homem tem um pedaço de terra, esse pedaço de terra é ele mesmo, faz parte dele, é como ele mesmo. Se é dono de uma terra assim, pode andar nela, tratar dela, e ficar triste quando ela não produz, e contente quando chove. Está sempre satisfeito, porque a terra é dele, é parte dele, é igual a ele. Mesmo que não seja bem-sucedido, ele vale muito, porque tem a terra. É assim.”

“Não há ninguém tão solitário quanto um homem casado.”

“… um homem tem de ter qualquer coisa a que se ligue, qualquer coisa que ele possa estar certo de encontrar lá de manhã.”

“É curioso como uma desgraça nos parece longínqua quando não nos atinge pessoalmente.”

“Quando eu era muito novo e sentia em mim o impulso irreprimível de estar em qualquer outro lugar, foi-me assegurado por pessoas de idade madura que a maturidade curaria este desejo ardente. Quando os anos me indicavam como amadurecido, o remédio prescrito foi a meia-idade. Na meia-idade, asseguraram-me que uns anos mais acalmariam a minha febre, e agora, que tenho cinquenta e oito, talvez a senilidade o consiga.

Nada surtiu efeito. Quatro sopros roufenhos do apito de um navio ainda arrepiam o cabelo da minha nuca e põem os meus pés a sapatear. O som de um avião de jacto, de um motor a aquecer, até o bater de cascos ferrados no pavimento, provocam o antigo formigar, a boca seca e o olhar vago, o calor das palmas das mãos e a agitação violenta do estômago, aos pulos sob a caixa das costelas. Por outras palavras, não melhoro, ou, indo mais longe, quem foi vadio é sempre vadio.

Receio que a doença seja incurável.”

“Quem é jovem nunca vai envelhecer.”

“Vou querer ouvir - disse Samuel. - Eu como histórias como uvas.”

“Um pouco de amor é como um pouco de bom vinho… Um ou outro em demasia faz mal.”

“Um escritor deve acreditar que o que está a fazer é o mais importante do mundo. E deve apegar-se a esta ilusão, ainda que saiba que não é verdade.”

“Acreditei sempre que um escritor é preciso lê-lo, não vê-lo.”

“Conseguimos encontrar tantas dores quando a chuva cai…”

“A arte do descanso é uma parte da arte de trabalhar.”

“Uma viagem é como o casamento. A melhor maneira de nos enganarmos é pensar que temos tudo sob controlo.”

“Dois garrafões é um bocado de vinho, mesmo para dois paisanos. Espiritualmente, o garrafão pode ser graduado assim: logo abaixo do gargalo do primeiro, conversa séria e concentrada. Cinco centímetros mais abaixo, suaves recordações tristes.  Sete centímetros mais, lembranças de velhos e agradáveis amores. Dois centímetros, pensamentos de amores antigos e amargos. Fundo do primeiro garrafão, tristeza geral esparsa. Abaixo do gargalo do segundo garrafão, desalento pecaminoso sinistro.  Dois dedos abaixo, canto de morte ou ansiedade. Um polegar, qualquer canção que cada um conheça. A gradação para aqui, pois a trilha se divide e não há certeza. Deste ponto em diante, tudo pode acontecer.”

“A luz do crepúsculo fazia brilhar a terra vermelha, de maneira que as suas dimensões se aprofundavam.

Uma pedra, um poste, uma construção adquiriam mais profundidade e mais consistência então do que à luz do dia; e todos esses objetos se tornavam estranhamente mais individuais: um poste era mais essencialmente um poste; elevava-se com mais firmeza da terra e destacava-se melhor do campo de milho que lhe servia de fundo.

E as plantas adquiriam mais individualidade. Não eram apenas um conjunto de cereais, e o salgueiro desfolhado era mais ele próprio, bem diferente dos outros salgueiros. A terra também contribuía com uma parte de luz para a tarde. A frontaria da casa, parda, sem pintura, voltada a oeste, brilhava palidamente com um fulgor semelhante ao da lua.

O caminhão cinzento e empoeirado, imóvel no terreiro, destacava-se magicamente àquela luz, na perspectiva exagerada de um estereoscópio.”

“Você não vale um alfinete untado para levá-lo ao inferno.”

“Se você estiver com problemas, se machucar ou precisar - vá para as pessoas pobres. Eles são os únicos que ajudarão - os únicos.”

“Os homens parecem nascer com uma dívida que nunca podem pagar, por mais que tentem.”

“Caras como nós não têm nada para esperar.”

“Existe a vontade do povo de suportar e lutar contra a opressão. Eu acho que chamamos isso de espírito americano.”

“É um dos triunfos do humano que ele possa saber uma coisa e ainda não acreditar nela.”

“.. é horrível não ser amado. É a pior coisa do mundo ... Isso faz com que você seja mesquinho, violento e cruel.”

“Há uma responsabilidade em ser uma pessoa. É mais do que apenas ocupar espaço onde o ar estaria.”

“Ninguém nunca chega ao céu, e ninguém fica sem terra. Está apenas na cabeça deles.”

“We are no better than the animals; in fact in a lot of ways we aren't as good.”

“One man was so mad at me that he ended his letter: “Beware. You will never get out of this world alive.””

“He doesn't belong to a race clever enough to split the atom but not clever enough to live at peace with itself.”

“Victor's unfortunate choice it was always to mis-see, to mis-hear, to misjudge. He read softness into her because of the softness of her voice, when she was only remembering. His was the self-centered chaos of childhood. All looks and thoughts, loves and hatreds, were directed at him. Softness was softness towards him, weakness was weakness in the face of his strength. He preheard answers and listened not. He was full-coloured and brilliant—all outside of him was pale.”

“She envied Camille. Camille was a tramp, Mildred thought. And things were so much easier for a tramp. There was no conscience, no sense of loss, nothing but a wonderful, relaxed, stretching-cat selfishness. She could go to bed with anyone she wanted to and never see him again and have no feeling of loss or insecurity about it. That was the way Mildred thought it was with Camille. She wished she could be that way, and she knew she couldn't. Couldn't because of her mother. And the unbidden thought entered her mind—if her mother were only dead Mildred's life would be so much simpler. She could have a secret little place to live somewhere. Almost fiercely, she brushed the thought away. "What a foul thing to think," she said to herself ceremoniously. But it was a dream she often had.”

“The President must be greater than anyone else, but not better than anyone else. We subject him and his family to close and constant scrutiny and denounce them for things that we ourselves do every day. A Presidential slip of the tongue, a slight error in judgment — social, political, or ethical — can raise a storm of protest. We give the President more work than a man can do, more responsibility than a man should take, more pressure than a man can bear. We abuse him often and rarely praise him. We wear him out, use him up, eat him up. And with all this, Americans have a love for the President that goes beyond loyalty or party nationality; he is ours, and we exercise the right to destroy him.”

“When you argue with a child," she said warmly, "you give a good argument and the child says yah, yah! You understand him and he doesn't listen, so the child wins.”

“What a wonderful thing a woman is. I can admire what they do even if I don't understand why.”

“It is a nice thing to be working and believing in my work again. I hope I can keep the drive. I only feel whole and well when it is this way.”

“He didn't believe in psychiatrists, he said. But actually he did believe in them, so much that he was afraid of them.”

“Good God, what a mess of draggle-tail impulses a man is — and a woman too, I guess.”

“There's something desirable about anything you're used to as opposed to something you're not.”

“His guard was up now and he wasn't listening; he was only angry because here was a world he could not enter and so he had to disbelieve in its existence. He fell back on the world he knew.”

“Writers are a little below clowns and a little above trained seals.”

“… we've got so many laws you can't breathe without breaking something.”

“Her body and her mind were sluggish and lazy, and deep down she fought a tired envy of the people who, so she thought, experienced good things while she went through life a gray cloud in a gray room. Having few actual perceptions, she lived by rules. Education is good. Self-control is necessary. Everything in its time and place. Travel is broadening. And it was this last axiom which had forced her finally on the vacation to Mexico.”

“For every man in the world functions to the best of his ability, and no one does less than his best, no matter what he may think about it.”

“I guess this is why I hate governments. It is always the rule, the fine print, carried out by the fine print men. There's nothing to fight, no wall to hammer with frustrated fists.”

“All hell has broken loose. I admit our Russian is limited, but we can say hello, come in, you are beautiful, oh no you don't. … So in our pride we ordered for breakfast an omelet, toast and coffee and what has just arrived is a tomato salad with onions, a dish of pickles, a big slice of watermelon and two bottles of cream soda. Something has slipped badly.”

“Not only the brave get killed, but the brave have a better chance of it.”

“The mountains of things we throw away are much greater than the things we use. In this, if in no other way, we can see the wild and reckless exuberance of our production, and waste seems to be the index.”

“He brought his malformed wisdom, his pool-hall, locker-room, joke-book wisdom to the front.”

“This monster of a land, this mightiest of nations, this spawn of the future, turns out to be the macrocosm of microcosm me.”

“If I wanted to destroy a nation, I would give it too much and I would have it on its knees, miserable, greedy and sick.”

“A kind of second childhood falls on so many men. They trade their violence for the promise of a small increase of life span. In effect, the head of the house becomes the youngest child. And I have searched myself for this possibility with a kind of horror. For I have always lived violently, drunk hugely, eaten too much or not at all, slept around the clock or missed two nights of sleeping, worked too hard and too long in glory, or slobbed for a time in utter laziness. I’ve lifted, pulled, chopped, climbed, made love with joy and taken my hangovers as a consequence, not as a punishment. I did not want to surrender fierceness for a small gain in yardage. My wife married a man; I saw no reason why she should inherit a baby.”

“Mr. Pritchard was a businessman, president of a medium-sized corporation. He was never alone. His business was conducted by groups of men like himself who joined together in clubs so that no foreign element or idea could enter. His religious life was again his lodge and his church, both of which were screened and protected. One night a week he played poker with men so exactly like himself that the game was fairly even, and from this fact his group was convinced that they were very fine poker players. Wherever he went he was not one man but a unit in a corporation, a unit in a club, in a lodge, in a church, in a political party. His thoughts and ideas were never subjected to criticism since he willingly associated only with people like himself. He read a newspaper written by and for his group. The books that came into his house were chosen by a committee which deleted material that might irritate him. He hated foreign countries and foreigners because it was difficult to find his counterpart in them. He did not want to stand out from his group. He would like to have risen to the top of it and be admired by it; but it would not occur to him to leave it. At occasional stags where naked girls danced on the tables and sat in great glasses of wine, Mr. Pritchard howled with laughter and drank the wine, but five hundred Mr. Pritchards were there with him.”

“Such is the prestige of the Nobel award and of this place where I stand that I am impelled, not to squeak like a grateful and apologetic mouse, but to roar like a lion out of pride in my profession and in the great and good men who have practiced it through the ages.”

“Does anyone ever know even the outer fringe of another? What are you like in there? Mary — do you hear? Who are you in there?”

“The sound of a jet, an engine warming up, even the clopping of shod hooves on pavement brings on the ancient shudder, the dry mouth and vacant eye, the hot palms and the churn of stomach high up under the rib cage.”