“A vida é uma ópera e uma grande ópera. O tenor e o barítono lutam pelo soprano, em presença do baixo e dos comprimários, quando não são o soprano e o contralto que lutam pelo tenor, em presença do mesmo baixo e dos mesmos comprimários. Há coros numerosos, muitos bailados, e a orquestração é excelente…” Machado de Assis livro Dom Casmurro " Capítulo IX; veja no (wikisource) Romances, Dom Casmurro De vida
“Para que servem os sentimentos? Poder-se-ia argumentar que as emoções sem sentimentos seriam mais do que suficientes para a regulação da vida e para a promoção da sobrevivência. Porém, não é esse o caso. Na orquestração da sobrevivência é extremamente valioso ter sentimentos. As emoções são úteis em si mesmas, mas é o processo de sentir que alerta o organismo para o problema que a emoção começou a resolver. O processo simples de sentir começa por dar ao organismo o incentivo para se ocupar dos resultados da emoção (o sofrimento começa pelos sentimentos, embora seja realçado pelo conhecer, e o mesmo se pode dizer sobre a alegria). O sentir constitui, também, pedra angular para a etapa seguinte – o sentimento de conhecer que sentimos. Por sua vez, o conhecer é pedra angular para o processo de planeamento de respostas específicas e não estereotipadas que podem, quer complementar uma emoção, quer garantir que os ganhos imediatos obtidos pela emoção possam ser mantidos ao longo do tempo. Por outras palavras «sentir» os sentimentos prolonga o alcance da emoção, ao facilitar o planeamento de formas de respostas adaptativas, originais e feitas à medida da situação.” António Damásio livro O Erro de Descartes O Erro de Descartes, O Sentimento de Si De vida , Tempo , Problema , Alegria
“Os reveladores da Amazônia - seus intérpretes - contam-se por dezenas. Dentre todos, sobressai pelo seu porte majestático, um nome que ocupa a primeira plana nas letras naconais: Euclides da Cunha. Quem lhe perlustre a obra, sentirá, através da 'orquestração de sua neológica e arrebatadora linguagem', os enleios da Amazônia a vibrarem nas suas observações e deduções estupendas.” Djalma Batista (1916–1979) Em Letras da Amazônia (1938). De dor