“Um país se faz da educação, quem planta arma colhe corpo no chão. Temos que acreditar nas favelas, nos cortiços. Chega de morrer por migalhas, de mofar em presidios!” Eduardo De educação
“Em relação aos tão gabados melhoramentos do Rio de Janeiro, a famosa obra do tumultuário e despótico Dr. Passos, meu interlocutor usou destas frases que eu não quis reproduzir no texto do discurso: Mesmo pelo que toca a esta cidade, ouso perguntar-vos: pensou-se em expungi-la dos terríveis cortiços e estalagens que a enchem e afeiam pestilencialmente quase por todos os lados? Não.” Sílvio Romero (1851–1914) De idade
“Cortiço: "do nome de uma estalagem anti-higiênica que havia no Rio de Janeiro e que, a muito custo, foi demolida pelo prefeito Barata Ribeiro, em 1893."” Antenor Nascentes (1886–1972) apud Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa
“Liguei para Carmen García Mallo, uma das minhas melhores amigas, com o ânimo sombrio e furibundo:— Hoje eu queria escrever, tinha o dia todo para escrever, e desperdicei o tempo respondendo e-mails.— Por quê?— Sei lá. Às vezes a gente evita começar o trabalho. É uma coisa esquisita.— Por preguiça?— Não, não.— Por quê?— Por medo.Não soube explicar, mas ontem, na desproteção extrema da noite, na claridade alucinada da noite, enquanto me revirava na cama, entendi exatamente o que queria dizer. Por medo de tudo o que você deixa sem escrever uma vez que parte para a ação. Por medo de concretizar a ideia, de aprisioná-la, deteriorá-la, mutilá-la. Enquanto permanecem no rutilante limbo do imaginário, enquanto são somente ideias e projetos, seus livros são absolutamente maravilhosos, os melhores livros que já foram escritos. E só depois, quando você os vai cravando na realidade palavra por palavra, como Nabokov cravava suas pobres borboletas na cortiça, é que se transformam em coisas inevitavelmente mortas, em insetos crucificados, por mais que sejam recobertos por um triste pó de ouro.” Rosa Montero livro La loca de la casa La loca de la casa Noite , De morte , Idéia , De livros