Machado de Assis: Citações em tendência

“A loucura, objeto dos meus estudos, era até agora uma ilha perdida no oceano da razão; começo a suspeitar que é um continente.”

“Eu gosto de olhos que sorriem, de gestos que se desculpam, de toques que sabem conversar e de silêncios que se declaram.”

“A melhor definição do amor não vale um beijo.”

“O mais feroz dos animais domésticos é o relógio de parede. Conheço um que já devorou três gerações da minha família.”

“Destruamos o cárcere de vossos filhos e pais, de vossas mães e irmãos, de vossos parentes e amigos e de vós mesmos. Ou morrereis a pão e água, talvez a chicote, na masmorra daquele indigno.”

“O tempo é um químico invisível, que dissolve, compõe, extrai e transforma todas as substâncias morais.”

“Quem escapa do perigo vive a vida com outra intensidade.”

“Verdade é que, se todos os gostos fossem iguais, o que seria do amarelo?”

“As estrelas são ainda menos lindas que os seus olhos, e afinal nem sei mesmo o que elas sejam; Deus, que as pôs tão alto, é porque não poderão ser vistas de perto, sem perder muito da formosura… Mas os seus olhos, não; estão aqui, ao pé de mim, grandes, luminosos, mais luminosos que o céu…”

“Em nosso país a vulgaridade é um título, a mediocridade um brasão.”

“A índole natural da ciência é a longanimidade;”

“O espírito, como um pássaro, não se lhe deu da corrente dos anos, arrepiou o vôo na direção da fonte original, e foi beber da água fresca e pura, ainda não mesclada do enxurro da vida.”

“A saúde da alma, bradou ele, é a ocupação mais digna do médico.”

“Nada se emenda bem nos livros confusos, mas tudo se pode meter nos livros omissos.”

“O cristianismo é bom para as mulheres e os mendigos.”

“Livros e flores

Teus olhos são meus livros.
Que livro há aí melhor,
Em que melhor se leia
A página do amor?

Flores me são teus lábios.
Onde há mais bela flor,
Em que melhor se beba
O bálsamo do amor?”

“Importuna coisa é a felicidade alheia quando somos vítima de algum infortúnio.”

“Capitu, isto é, uma criatura mui particular, mais mulher do que eu era homem.”

“Nem eu, nem tu, nem ela, nem qualquer outra pessoa desta história poderia responder mais, tão certo é que o destino, como todos os dramaturgos, não anuncia as peripécias nem o desfecho. Eles chegam a seu tempo, até que o pano cai, apagam-se as luzes, e os espectadores vão dormir. Nesse gênero há porventura alguma coisa que reformar, e eu proporia, como ensaio, que as peças começassem pelo fim.”