“Precisamos de um senso de justiça, mas precisamos também de senso comum, de imaginação, de uma capacidade profunda de imaginar o outro, às vezes de nos colocarmos na pele do outro. Precisamos da capacidade racional de nos comprometer e, às vezes, de fazer sacrifícios e concessões. p. 53” Amos Oz livro How to Cure a Fanatic How to Cure a Fanatic
“Era talvez meu hábito ‘profissional’ de colocar-me no lugar, ou na pele, dos outros. Isso não significa que sempre justifico esses outros, mas que tenho a capacidade de enxergar seus pontos de vista p. 95.” Amos Oz livro How to Cure a Fanatic How to Cure a Fanatic
“Nunca escrevi uma história ou romance com o intuito de simplesmente enviar uma mensagem política direta, tal como ‘parem de construir assentamentos nos territórios ocupados’ ou ‘reconheçam o direito dos palestinos a Jerusalém Oriental’. Nunca escrevo um romance alegórico a fim de dizer a meu povo ou a meu governo para fazer isso ou aquilo. Para isso, utilizo meus artigos. Se há uma mensagem metapolítica em meus romances, é sempre uma mensagem, de uma maneira ou de outra, de um compromisso, compromisso doloroso, e da necessidade de escolher a vida em lugar da morte, a imperfeição da vida em lugar das perfeições da morte gloriosa. p. 98/9.” Amos Oz livro How to Cure a Fanatic How to Cure a Fanatic
“Os israelenses discutem, eu discuto. E ainda assim sou eu quem me levanto toda manhã, faço uma pequena caminhada no deserto, faço uma xícara de café, sento em minha escrivaninha e começo a perguntar-me: ‘Como me sentiria se fosse ela? Como seria estar na pele dele?’ – o que é o que se tem a fazer se se quer escrever até o mais simples dos diálogos: é preciso dividir não apenas sua lealdade, mas até seus sentimentos viscerais entre os diversos personagens. Creio que estou parafraseando D. H. Lawrence, que disse certa vez que, para escrever um romance, você tem que ser capas de referendar meia dúzia de sentimentos e opiniões diferentes, conflituosos e contraditórios, com o mesmo grau de convicção, veemência e empatia. Então, talvez eu seja um pouco mais bem equipado do que outras pessoas para entender, do meu ponto de vista judaico-israelense, como é o sentimento de ser um palestino deslocado, um árabe palestino cuja terra natal foi tomada por ‘alienígenas de outro planeta’. p. 94” Amos Oz livro How to Cure a Fanatic How to Cure a Fanatic