Fernando Pessoa: Coisa (página 3)

“Põe tudo o que és na mais pequena coisa que faças”

“O próprio sonho me castiga. Adquiri nele tal lucidez que vejo como real cada coisa que sonho.”

“A ciência descreve as coisas como são; a arte, como são sentidas, como se sente que são. O essencial na arte é exprimir; o que se exprime não tem importância.”

“Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Afinal se coisas boas se vão é para que coisas melhores possam vir. Esqueça o passado, desapego é o segredo!”

“A ciência descreve as coisas como são; a arte, como são sentidas, como se sente que são.”

“O que me dói não é o que há no coração, mas essas coisas lindas, que jamais existirão…”

“Para vencer - material ou imaterialmente - três coisas definíveis são precisas: saber trabalhar, aproveitar oportunidades, e criar relações. O resto pertence ao elemento indefinível, mas real, a que, à falta de melhor nome, se chama sorte.”

“Os sonhos são como a tradução para uma língua de coisas intraduzíveis de outra; ou como a transposição para linguagem - forçosamente confusa ou complicada - de sentimentos vagos ou complexos, que a redacção normal não pode comportar.”

“As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas possam ir embora. Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.”

“Saber interpor-se constantemente entre si próprio e as coisas é o mais alto grau de sabedoria e prudência.”

“Ver e ouvir são as únicas coisas nobres que a vida contém. Os outros sentidos são plebeus e carnais. A única aristocracia é nunca tocar.”

“A sinceridade é o grande obstáculo que o artista tem a vencer. Só uma longa disciplina, uma aprendizagem de não sentir senão literariamente as coisas, podem levar o espírito a esta culminância.”

“Mesmo a ausência dele é uma coisa que está comigo. E eu gosto tanto dele que não sei como o desejar.”

“Nunca sabemos quando somos sinceros. Talvez nunca o sejamos. E mesmo que sejamos sinceros hoje, amanhã podemos sê-lo por coisa contrária.”

“Tudo quanto vive, vive porque muda; muda porque passa; e, porque passa, morre. Tudo quanto vive perpetuamente se torna outra coisa, constantemente se nega, se furta à vida.”

“Se nada existisse, minhas irmãs?… Se tudo fosse, de qualquer modo, absolutamente coisa nenhuma?”

“Qualquer coisa se perdeu quando o Paraíso Perdido se ganhou.”

“Cada coisa é o que é, e é difícil explicar a alguém quanto isso me alegra, E quanto isso me basta.”

“Tenho visto muito e entendido muito o que tenho visto, E há um certo prazer até no cansaço que isto nos dá, Que afinal a cabeça sempre serve para qualquer coisa.”