“Como é conveniente e agradável o mundo dos livros! - se não se atribuir a ele as obrigações de um estudante, nem considerá-lo um sedativo para a preguiça, mas entrar nele com o entusiasmo de um aventureiro!” David Grayson (1870–1946) De livros , De mundo
“Sedativos, antidepressivos e drogas que alteram o humor podem causar mais mal do que bem, pois mantêm a pessoa num processo de transformação do qual ela não deveria se livrar sozinha.” William Rafael Dimas De pessoas , Humor
“Terrível alternância da pergunta: o que há de novo? e da resposta: nada a assinalar! Se o remorso, segundo Baudelaire, é impotência para desfazer, pelo contrário, a banalidade é a incapacidade para fazer, para inaugurar o novo, para abrir uma brecha na massa dos instantes todos iguais. A este mundo caseiro não falta no entanto sedução para quem deseje deixar-se viver, ser levado como uma barca por um rio abaixo, delegar nas datas do calendário, à passagem das estações, o cuidado de nos dirigir. Fruicção sedativa desta rotina: com ela tudo é evidente, reveste de necessidade o que à primeira vista era gratuito. Nela funciona-se em regime quase automático. A agonia que a alguns provocam os domingos ou as férias - esse grande vazio que é necessário preencher - nasce dessa ruptura momentânea de uma regra que enfada mais do que tranquiliza. Para a maioria, portanto, a maldição do quotidiano é de nos acompanhar 24 sobre 24 horas quando gostaríamos de o desmontar a nosso bel-prazer, de lhe dedicar algumas migalhas, enfim, de o colocar numa posição crítica. «Oh vida, amo-te mas não todos os dias» (Cerroli), admirável frase que tudo resume.” Pascal Bruckner (1948) Perpetual Euphoria: On the Duty to Be Happy De vida , De prazer , De mundo