“Lá estão novamente gritando os meus desejos. Calam-se acovardados, tornam-se inofensivos, transformam-se, correm para a vila recomposta. Um arrepio atravessa-me a espinha, inteiriça-me os dedos sobre o papel. Naturalmente são os desejos que fazem isto, mas atribuo a coisa à chuva que bate no telhado e à recordação daquela peneira ranzinza que descia do céu dia e dias.” Graciliano Ramos (1892–1953)
“Escrever é enfiar um dedo na garganta. Depois, claro, você peneira essa gosma, amolda-a, transforma. Pode sair até uma flor. Pode sair até uma flor. Mas o momento decisivo é o dedo na garganta.” Caio Fernando Abreu (1948–1996) escritor brasileiro Flores
“A ansiedade penetrara em seu corpo e se recusava a se espalhar por ele. Os buracos prateados de sua peneira contra a mágoa, que lhes haviam sido outorgados ao nascer, obstruíram-se. Agora a dor se alojara dentro dela, inescapável.” Anaïs Nin livro A Spy in the House of Love A Spy in the House of Love De dor