Marquês de Maricá: Homem (página 4)

“Há homens que afectam de muito ocupados, para que os creiam de muito préstimo.”

“A impaciência em que vivemos provém da nossa ignorância, queremos que os homens e as coisas sejam o que não podem ser, e deixem de ser o que são por sua essência e natureza.”

“Os homens não sabem avaliar-se exatamente: cada um é melhor ou pior do que os outros o consideram.”

“A igualdade repugna de tal modo aos homens que o maior empenho de cada um é distinguir-se ou desigualar-se.”

“A ignorância vencível no homem é limitada, a invencível infinita.”

“Os erros circulam entre os homens como as moedas de cobre, as verdades como os dobrões de ouro.”

“Os homens em geral ganham muito em não serem perfeitamente conhecidos.”

“Os homens disfarçam-se, tal como as mulheres se enfeitam, para agradarem ou enganarem.”

“Os homens nos parecerão sempre injustos enquanto o forem as pretensões do nosso amor-próprio.”

“Mudai os tempos, os lugares, as opiniões e circunstâncias, e os grandes heróis se tornarão pequenos e insignificantes homens.”

“É nas grandes assembleias deliberantes que melhor se conhece a disparidade das opiniões dos homens, e o jogo das paixões e interesses individuais.”

“Os homens em sociedade são como as pedras numa abóbada, resistem e ajudam-se simultaneamente.”

“Não é menos funesto aos homens um superlativo engenho, do que às mulheres uma extraordinária beleza: a mediocridade em tudo é uma garantia e penhor de segurança e tranquilidade.”

“O homem que despreza a opinião pública é muito tolo ou muito sábio.”

“Os homens são geralmente tão avaros do seu dinheiro, como pródigos dos seus conselhos.”

“Somos enganados mais vezes pelo nosso amor-próprio do que pelos homens.”

“Os grandes empregos desacreditam e ridicularizam os pequenos homens.”

“É mais fácil maldizer dos homens do que instruí-los e melhorá-los.”

“Os homens geralmente preferem ser enganados com prazer a ser desenganados com dor e desgosto.”