Manoel de Barros: Citações em tendência (página 2)

“Só quem está em estado de palavra pode enxergar as coisas sem feitio.”

“Afundo um pouco o rio com meus sapatos. Desperto um som de raízes com isso A altura do som é quase azul.”

“Tudo o que não invento é falso.”

“Sou hoje um caçador de achadouros da infância. Vou meio dementado e enxada às costas cavar no meu quintal vestígios dos meninos que fomos.”

“Eu precisava de ficar pregado nas coisas vegetalmente e achar o que não procurava.”

“A palavra amor anda vazia. Não tem gente dentro dela.”

“As flores dessas árvores depois nascerão mais perfumadas.”

“A mãe reparou que o menino gostava mais do vazio do que do cheio. Falava que os vazios são maiores e até infinitos.”

“Quando as aves falam com as pedras e as rãs com as águas - é de poesia que estão falando.”

“No fim da tarde, nossa mãe aparecia nos fundos do quintal : Meus filhos, o dia já envelheceu, entrem pra dentro.”

“Daí que também a vó me ensinou a não desprezar as coisas desprezíveis”

“Sol, s. m. Quem tira a roupa da manhã e acende o mar”

“Fui criado no mato e aprendi a gostar das coisinhas do chão? Antes que das coisas celestiais.”

“O maior apetite do homem é desejar ser. Se os olhos veem com amor o que não é, tem ser.”

“Tentei descobrir na alma alguma coisa mais profunda do que não saber nada sobre as coisas profundas. Consegui não descobrir.”

“Poesia é voar fora da asa.”

“Melhor jeito que achei para me conhecer foi fazendo o contrário.”

“No osso da fala dos loucos têm lírios.”

“Queria que a minha voz tivesse um formato de canto.”