José Saramago: Citações em tendência (página 14)

“Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo.”

“Os escritores aos quais eu volto sempre são Montaigne, Pessoa e Kafka. O primeiro porque somos a matéria do que escrevemos, o segundo porque somos muitos e não um, o terceiro porque esse um que não somos é um coleóptero.”

“A felicidade é só uma invenção para tornar a vida mais suportável.”

“Os meus escritores de referência são Montaigne, Cervantes, o padre António Vieira, Gogol e Kafka. O padre António Vieira era um jesuíta do século XVII. Nunca se escreveu na língua portuguesa com tanta beleza como ele o fez.”

“A vida, que parece uma linha recta, não o é. Construímos a nossa vida só nuns cinco por cento, o resto é feito pelos outros, porque vivemos com os outros e às vezes contra os outros. Mas essa pequena percentagem, esses cinco por cento, é o resultado da sinceridade consigo mesmo.”

“Antigamente eu defendia uma tese, a que regresso de vez em quando, que defende que o homem quando descobriu que era inteligente não aguentou o choque e enlouqueceu.”

“Talvez eu tenha um sentido fatalista da vida. Mesmo quando era novo, eu dizia a mim próprio que aquilo que fosse para mim viria parar-me às mãos. Não tenho de ir à procura, é só estar atento. Se há alguma sabedoria na minha vida, é saber esperar.”

“A grande sabedoria, penso eu, é ter um sentido relativizado de tudo. Não dramatizar nada.”

“O silêncio ainda é o melhor aplauso.”

“Eu sou um céptico profissional. Vivemos num mundo de mentiras sistemáticas.”

“O talento ou acaso não escolhem, para manisfestar-se, nem dias nem lugares.”

“Para que serve o arrependimento, se isso não muda nada do que se passou? O melhor arrependimento é, simplesmente, mudar.”

“Costuma-se dizer que as paredes têm ouvidos, imagine-se o tamanho que terão as orelhas das estrelas.”

“Sim, tenho o Prêmio Nobel. E quê? Não que eu achava pouco ter o Prêmio Nobel, não, não. É que no fundo, no fundo, tudo é pouco, tudo é insignificante.”

“Em verdade, o mundo não está para ressurreições. Já basta o que basta.”

“Antigamente dizia-se que fora da Igreja não havia salvação; agora parece que, politicamente, fora dos partidos também não há.”

“Somos todos escritores, só que alguns escrevem e outros não.”

“O conhecimento une cada um consigo mesmo e todos com todos.”

“Em vez de ouvirem os escritores em busca de respostas sobre o que somos, as pessoas precisam ouvir umas às outras, porque nós, autores, não somos mais do que meros trabalhadores da palavra.”