Fernando Pessoa: Citações em tendência (página 27)

“A sociedade é um sistema de egoísmos maleáveis, de concorrência intermitentes. Cada homem é, ao mesmo tempo, um ente individual e um ente social. Como indivíduo distingue-se de todos os outros homens; e, porque se distingue, opõe-se-lhes. Como sociável, parece-se com todos os outros homens; e, porque se parece, agrega-se-lhes.”

“Quem inventou o amor explique-me por favor?”

“A ciência descreve as coisas como são; a arte, como são sentidas, como se sente que são.”

“O esforço é grande e o homem é pequeno.”

“É por isso que tomo ópio, é um remédio. Sou um convalescente do momento, moro no Rés do chão do pensamento e ver passar a vida faz-me tédio.”

“Sobre as emoções tenho curiosidade. Sobre os fatos, quaisquer que venham a ser, não tenho curiosidade alguma.”

“Que tragédia não acreditar na perfectibilidade humana! E que tragédia acreditar nela!”

“Meu coração é um balde despejado. Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco A mim mesmo e não encontro nada”

“Não pondero, sonho. Não me sinto inspirado, deliro.”

“Cultura não é ler muito, nem saber muito; é conhecer muito.”

“Toda a poesia - e a canção é uma poesia ajudada - reflecte o que a alma não tem. Por isso a canção dos povos tristes é alegre e a canção dos povos alegres é triste.”

“Deus é um conceito económico. À sua sombra fazem a sua burocracia metafísica os padres das religiões todas.”

“Acontece-me às vezes, e sempre que acontece é quase de repente, surgir-me no meio das sensações um cansaço tão terrível da vida que não há sequer hipótese de ato com que dominá-lo.”

“Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo… Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer.”

“Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso. Só quero torná-la grande, ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a minha alma a lenha desse fogo.”

“Livros são papéis pintados com tinta”

“A obra de arte, fundamentalmente, consiste numa interpretação objectivada de uma impressão subjectiva. Difere, assim, da ciência que é uma interpretação subjectivada de uma impressão objectiva, e da filosofia, que é, ou procura ser, uma interpretação objectivada de uma impressão objectiva.”

“Se eu te pudesse dizer Aquilo que nunca te direi, Tu terias que entender Aquilo que nem eu sei”

“O verdadeiro cadáver não é o corpo (…), mas aquilo que deixou de viver”