Fernando Pessoa: Citações em tendência (página 21)

“Fiel à palavra dada e à ideia tida. / Tudo o mais é com Deus!”

“E o homem do leme disse, tremendo, / 'El-Rei D. João Segundo!”

“Jaz aqui, na pequena praia extrema, / o Capitão do Fim.”

“O mar com fim será grego ou romano: / O mar sem fim é português.”

“O mito é o nada que é tudo.”

“Ó mar salgado, quanto do teu sal / São lágrimas de Portugal”

“Os Deuses vendem quando dão. / Compra-se a glória com desgraça. / Ai dos felizes, porque são / Só o que passa!”

“São ilhas afortunadas, / São terras sem ter lugar”

“Sem a loucura que é o homem / Mais que a besta sadia, / Cadáver adiado que procria?”

“Todo começo é involuntário.”

“A vida é para nós o que concebemos dela. Para o rústico cujo campo lhe é tudo, esse campo é um império. Para o César cujo império lhe ainda é pouco, esse império é um campo. O pobre possui um império; o grande possui um campo. Na verdade, não possuímos mais que as nossas próprias sensações; nelas, pois, que não no que elas vêem, temos que fundamentar a realidade da nossa vida.”

“Cada um de nós é um grão de pó que o vento da vida levanta, e depois deixa cair." Fernando Pessoa(1888-1935), poeta português, citado no livro Fernando Pessoa-Uma Quase Autobiografia, de José Cavalcanti Filho.”

“Como é por dentro outra pessoa”

“Com uma tal falta de gente coexistível, como há hoje, que pode um homem de sensibilidade fazer senão inventar os seus amigos, ou quando menos, os seus companheiros de espírito?”

“Estética da Abdicação”

“… a origem mental dos meus heterónimos está na minha tendência orgânica e constante para a despersonalização e para a simulação. Estes fenómenos - felizmente para mim e para os outros - mentalizaram-se em mim; quero dizer, não se manifestam na minha vida prática, exterior e de contacto com os outros; fazem explosão para dentro e vivo-os eu a sós comigo… Desde criança tive a tendência para criar em meu torno um mundo fictício, de me cercar de amigos e conhecidos que nunca existiram… Desde que me conheço como sendo aquilo a que chamo eu, me lembro de precisar mentalmente, em figura, movimentos, carácter e história várias figuras irreais que eram para mim tão visiveis e minhas como as coisas daquilo a que chamamos, porventura abusivamente, a vida real…”

“O poeta é um fingidor.”

“Não há normas. Todos os homens são excepção a uma regra que não existe.”

“"(…)Quando falo com sinceridade, não sei com que sinceridade falo. Sou variamente outro do que um eu que não sei se existe"(…). In: Para a Explicação da Heteronímia Fernando Pessoa”