Clarice Lispector: Citações em tendência (página 44)

“Coragem e covardia são um jogo que se joga a cada instante. Assusta a visão talvez irremediável e que talvez seja a da liberdade.”

“Melhor assim. Não quero mais depender de ninguém. Quero é o Danúbio Azul. E não Valsa Triste de Sibellius, se é que é assim que se escreve o seu nome.”

“Minha liberdade então se intensificou um pouco mais, sem deixar de ser liberdade.”

“Experimentamos ficar calados - mas tornávamos inquietos logo depois de nos separarmos.”

“Eu te amo - disse ela com ódio ao homem cujo crime impunível que cometera era o de não querê-la.”

“Mas não há paixão sofrida em dor e amor a que não se siga uma aleluia.”

“Antes o sofrimento legítimo do que o prazer forçado.”

“Não é confortável o que te escrevo. Não faço confidências. Antes me metalizo. E não te sou e me sou confortável.”

“Ser feliz é uma responsabilidade muito grande. Pouca gente tem coragem.”

“Porque enquanto eu amar a um Deus só porque não me quero, serei um dado marcado e o jogo de minha vida maior não se fará. Enquanto eu inventar um Deus, Ele não existe.”

“O que eu te falo nunca é o que eu te falo e sim outra coisa. Capta essa coisa que me escapa e no entanto vivo dela e estou à tona de brilhante escuridão.”

“Mas eu quero visitas, dizia, elas me distraem da dor terrível.”

“O horror será a minha responsabilidade até que se complete a metamorfose e que o horror se transforme em claridade.”

“O mais difícil é não fazer nada: ficar sem fazer nada é a nudez final.”

“Jamais perca a sensibilidade, mesmo que às vezes ela arranhe a alma.”

“Mas tantos defeitos tenho. Sou inquieta, ciumenta, áspera, desesperançosa. Embora amor dentro de mim eu tenha… Só que não sei usar amor: às vezes parecem farpas…”

“Pelo menos o futuro tinha a vantagem de não ser o presente, sempre há um melhor para o ruim?”

“Sorrisos e abraços espontâneos me emocionam. Palavras até me conquistam temporariamente. Mas atitudes me ganham para sempre.”

“Que esforço eu faço para ser eu mesma. Luto contra uma maré em nau onde só cabem meus dois pés em frágil equilíbrio ameaçado.”